segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

.: Animação "Soul" provoca estilo "Divertida Mente" e outros Disney Pixar


Por: 
Mary Ellen Farias dos Santos*

Como é do outro lado? Essa dúvida ninguém ainda em vida é capaz de, precisamente, saná-la. Contudo, a nova produção da Disney Pixar ilustra uma possibilidade de como é no pós-vida. A nova animação intitulada "Soul", com vozes de Jamie Foxx, Tina Fey e Angela Basset vai além da ideia de entregar a alma no que faz. 

A trama é sobre Joe Gardner (Jamie Foxx) professor de música que finalmente tem a grande oportunidade de trabalhar como desejou, mas que, diante de tamanha empolgação com seu "dia de sorte", não percebe que a vida dele está por um fio. Falando ao celular enquanto anda, quase é esmagado por tijolinhos vermelhos, atravessa a rua na faixa estando a via em pleno movimento de automóveis, passa na calçada cheia de cascas de bananas e pregos, é ameaçado por um cachorro que late sem parar, quase é atropelado por um motociclista até cair num bueiro e ver diante de si "o grande além".

Ciente de não ter realizado em vida o que tanto sonhou, tocar com Dorothea Williams (Angela Basset), Joe foge da esteira que leva para o grande além e dá o seu melhor para voltar ao corpo. Após tentativas frustradas, assume o posto de mentor da alminha 22 (Tina Fey). Fácil? Nem um pouco! 22 é osso duro de roer e tem como único objetivo não viver na Terra, sendo que ela já teve a mentoria de Madre Teresa de Calcutá, do pugilista Muhammad Ali, da rainha Maria Antonieta e de outros nomes famosos da história universal que nunca foram capazes de fazê-la mudar de opinião.

A apresentação de 22 ao mentor Joe já acontece de modo bastante conturbado e diante de uma ameaça da pequena: "Vou fazer você desejar nunca ter morrido!" Contudo, há muitas dificuldades para que o objetivo de Joe seja concretizado. Algo que por vezes remete ao longa romântico "E Se Fosse Verdade" (2005) com Reese Witherspoon e ‎Mark Ruffalo‎, há até espaço para o navio de um "pirata" hippie navegar na terra do além em busca de almas perdidas -algo no estilo "Yellow Submarine" de The Beatles. Em cena, um homem sem alma é consumido pelo trabalho na bolsa de valores até que recupera a essência e se pergunta sobre o que está fazendo com a própria vida. Bem provocativo!

Nessa brincadeira de ensinar a viver cada minuto, Joe apresenta a dualidade da vida e a do além, tal qual Tim Burton faz brilhantemente em "A Noiva Cadáver", por exemplo. Neste, não há o toque gótico, apenas cores combinadas como rosa, verde, azul e lilás e formas variadas -que remetem ao inesquecível "Divertida Mente"-, enquanto que o lado da vida, mesmo em animação, é cheio de detalhes perfeitos, devido as texturas exatas e uso de cores que remetem a filmagens -a qualidade intocável da Disney Pixar que já estamos acostumados. 

"Soul" é o novo "Viva: A Vida é uma Festa"? Não. Embora trate da vida do outro lado e traga as folhas em um amarelo dourado dando um lindo colorido na tela para o desenrolar da trama. O que dizer? Essa animação é mais um lindo resultado da junção Disney Pixar.

Filme: Soul

Diretor: Pete Docter

Música composta por: Trent Reznor, Jon Batiste, Atticus Ross

Produção: Pete Docter, Dana Murray

Produtoras: Pixar, Walt Disney Pictures

Duração: 1h30 minutos

Gênero: Animação, comédia

Elenco (vozes): Jamie Foxx (Joe Gardner), Angela Basset (Dorothea Williams), Tina Fey (22)

Data de lançamento: 25 de dezembro de 2020

*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura, licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos e formada em Pedagogia pela Universidade Cruzeiro do Sul. Twitter: @maryellenfsm



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