sábado, 10 de outubro de 2020

.: "Verlust", novo filme de Esmir Filho, com Andréa Beltrão e Marina Lima


"Verlust", novo filme de Esmir Filho, com Andréa Beltrão e Marina Lima está na 44ª Mostra Internacional de Cinema. Esse é o terceiro longa do diretor de “Os Famosos e os Duendes da Morte” e “Alguma Coisa Assim”. Foto: cena do filme Verlust - Ismael Caneppele, Marina Lima e Andréa Beltrão

Novo filme de Esmir Filho, "Verlust" é um drama sobre indivíduos que vivem em uma atmosfera sufocante. O longa-metragem acompanha a poderosa empresária musical Frederica (Andrea Beltrão) que, isolada na praia ao lado do marido fotógrafo (o ator chileno Alfredo Castro) e a filha adolescente (Fernanda Pavanelli), concentra-se nos preparativos de uma esperada festa de réveillon, e ainda tem que administrar a vida e carreira do ícone pop Lenny (Marina Lima), que está produzindo uma obra misteriosa ao lado do escritor João Wommer (Ismael Caneppele). Quando um ser das profundezas do mar surge em sua praia, a crise se instaura e Frederica terá que enfrentar seu maior medo: a perda. 

Presos a um círculo de fama e poder, atados a convenções sociais, sujeitos ao jogo de aparências e expostos aos olhos censores da sociedade, cada personagem sente dificuldade em repensar seus relacionamentos, já que são sufocados pelo domínio de signos e significados, gêneros e catalogações, que os impossibilitam de aceitar o desejo como força que move os corpos para novos encontros. 

O ano novo é símbolo do despertar. A localização é uma praia isolada, paraíso impenetrável que proporciona a ilusão de segurança para os personagens. "Verlust" é um diálogo entre cinema e literatura. Enquanto o filme narra o ponto de vista dos personagens que se projetam na criatura do mar encalhada, o livro homônimo de Ismael Canappele (lançado pela editora Iluminuras) narra em primeira pessoa o ponto de vista da criatura do mar, que deseja se desprender do seu coletivo e procurar sozinha o ambiente respirável de onde partiu há séculos.

Isolada na praia, a poderosa empresária Frederica (Andrea Beltrão) prepara a festa de réveillon que todos esperam. Em meio à crise do casamento com o fotógrafo Constantin (Alfredo Castro) que afeta diretamente a filha adolescente (Fernanda Pavanelli), ela ainda tem que administrar a vida e carreira do ícone pop Lenny (Marina Lima), que decidiu escrever uma obra misteriosa ao lado do escritor João Wommer (Ismael Caneppele). Quando uma criatura estranha surge do fundo do mar, a crise se instaura na teia de afetos e Frederica terá que enfrentar seu maior medo: a perda.

Dentro do contexto global de pandemia, "Verlust" propõe um pensamento sobre um estilo de vida que não surte mais efeito nos dias de hoje. Castelos de areia têm seu tempo contado. A posse, as proclamações, os predicados, tudo isso não define um ser humano. A ruína e o desamparo devem acontecer para que se funde um corpo novo. A criatura é tudo aquilo que desconhecemos e que se coloca à nossa frente, tornando-nos impotentes. A crise é um processo de transformação. É preciso refletir à sua maneira diante do desconhecido que nos amedronta e nos ameaça. Com um futuro incerto pela frente, resta-nos sair fora da ordem que nos individualiza, é preciso nos desamparar. O que nos desampara nos recria. Se quisermos ver a força da transformação, é necessário que nos deixemos afetar pelo assombro de uma criatura nunca antes vista, para então instaurar um novo corpo e uma nova forma de ser.

Não é à toa que a compositora Marina Lima se uniu ao projeto para interpretar Lenny. Com uma extensa carreira e ícone de uma geração, Marina superou traumas e foi capaz de se reinventar. Ela personifica Lenny e seu constante movimento de busca. O disco “Marina Lima” é um objeto importante para as personagens principais, de forma que vida e obra se misturam. Para dialogar com essa grande artista, uma outra grande artista integra o elenco. Grande força dos palcos brasileiros e presença marcantes em obras audiovisuais nacionais, Andrea Beltrão traz para Frederica toda sensibilidade e poder que a personagem exala. 

Completam o elenco, Ismael Caneppele, que interpreta outro personagem emprestado da vida real, o escritor João. Ismael, colaborou com o roteiro, escreveu o livro que narra o ponto de vista da criatura do mar e assim como o escritor na vida real, o personagem passa por uma crise na trama e descobre sua voz na voz da criatura. Junto a eles, somam-se o lendário ator chileno Alfredo Castro, como marido fotógrafo de Frederica e Fernanda Pavanelli, contrabaixista clássica, que dá vida à Tuane, filha de Frederica, e foi encontrada através de uma pesquisa de elenco pelas orquestras jovens de São Paulo.

"Verlust" foi escrito e produzido ao longo de dez anos, explica o diretor Esmir Filho. “Mais uma vez, trata-se de uma parceria minha com o escritor Ismael Caneppele (como no filme "Os Famosos e os Duendes da Morte"), em um diálogo entre dois tipos de arte que subverte os limites da adaptação. Enquanto o filme narra o ponto de vista dos personagens que se projetam na criatura encalhada, o livro de Ismael - que será lançado pela editora Iluminuras - narra em primeira pessoa o ponto de vista da criatura marinha, que deseja se desprender de seu coletivo e procurar sozinha o ambiente do qual partiu há séculos.”.

“Como roteirista e diretor, acredito que o roteiro é um ponto de partida. É imprescindível estar aberto aos possíveis caminhos que o processo venha apontar. O que mais me interessa no cinema é trabalhar com pessoas reais, atores ou não, que tragam consigo seus depoimentos pessoais para o filme, colaborando com suas vivências e criando novas camadas para a narrativa ficcional.”, completa Esmir.

Uma coprodução internacional Brasil - Uruguai, reconhecida oficialmente pela Ancine e pelo ICAU. "Verlust" é coproduzido pelas brasileiras Casa de Cinema de Porto Alegre, Saliva Shots, Canal Brasil e Globo Filmes e pela empresa Oriental Features do Uruguai. O filme conta com investimento do FSA/BRDE, Ibermedia, e apoio do Moulin d'Andé CECI – programa internacional de desenvolvimento do CNC (França). 

Sobre Esmir Filho
Apontado por críticos e profissionais da área como talentoso cineasta da nova geração, Esmir Filho viajou com seus filmes para diversos festivais nacionais e internacionais, colecionando prêmios. Seu primeiro longa- metragem "Os Famosos e os Duendes da Morte", baseado no livro que pode ser comprado neste link) é distribuído pela Warner Bros no Brasil, foi o grande vencedor do Festival do Rio 2009, além de ter sido selecionado para o Festival de Berlim e Locarno e conquistado prêmios de melhor filme, direção e crítica nos festivais de Havana, Valdívia, Granada, Guadalajara. 

O longa-metragem também estreou em circuito comercial nos cinemas da França, Japão e Portugal. É co-autor do hit da internet "Tapa na Pantera", com mais de 15 milhões de acessos no YouTube. Seu curta "Alguma Coisa Assim" ganhou o prêmio de melhor roteiro no Festival de Cannes 2006, enquanto "Saliva" foi escolhido para ser o curta-metragem representante do Brasil na corrida para o Oscar 2008. Em 2012, foi condecorado com o prêmio de cinema da Academia Brasileira de Letras. Dirigiu e produziu a peça instalação live cinema "Kollwitzstrasse 52", que ficou em cartaz no MIS - Museu de Imagem e Som. 

Em julho de 2017, lançou seu novo longa-metragem "Alguma Coisa Assim", uma co-produção Brasil-alemanha, continuação do curta homônimo premiado em Cannes. Lançou esse ano “Boca a Boca”, série original da Netflix, como showrunner e diretor. Está se preparando para lançar “Verlust”, uma coprodução Brasil- Uruguai com a Globo Filmes. 

Ficha técnica
"Verlust"
Empresas produtoras:
Casa de Cinema de Porto Alegre, Saliva Shots, Oriental Features.
Em coprodução: Canal Brasil, Globo Filmes.
Distribuição: Elo Company.
Direção: Esmir Filho.
Roteiro: Esmir Filho, Ismael Caneppele.
Produção: Nora Goulart, Diego Robino Picón.
Coordenação Saliva Shots: Thereza Menezes.
Produção executiva: Nicky Klöpsch, Santiago Lopez.
Direção de produção: Glauco Urbim, Pedro Barcia.
Diretor de fotografia: Inti Briones.
Direção de arte: Mariana Urizza.
Figurino: Dudu Bertholini, Cintia Kiste.
Maquiagem: Britney Federline.
Técnico de som: Fabian Oliver.
Editor de som: Martin Grignaschi.
Montagem: Germano Oliveira.
Elenco principal: Andréa Beltrão, Marina Lima, Alfredo Castro, Ismael Caneppele, Fernanda Pavanelli.
Duração: 110 minutos.
Ano: 2020.
Gênero: drama.
País: Brasil e Uruguai.
Classificação indicativa: a definir.




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