Greve geral em Pitombas? Os gastos obscuros do prefeito Olegário (Matheus Nachtergaele) com uso de verba pública chamam a atenção do líder da oposição, Seu Lindoso, interpretado pelo ator cearense Carri Costa. As sequências fazem parte do quinto episódio de "Cine Holliúdy", que vai ao ar na próxima terça-feira, dia 4, após "Fina Estampa". A série de Marcio Wilson e Claudio Paiva é inspirada no longa-metragem homônimo escrito e dirigido por Halder Gomes. A direção artística é de Patricia Pedrosa e a direção de Halder Gomes e Renata Porto D’Ave. Haroldo Guimarães, que interpreta o Munízio, comemora a reexibição de "Cine Holliúdy" na TV e recorda com carinho da fase de gravações. Confira a entrevista com o ator abaixo.
O que vocês pensa sobre o retorno da série à TV?
Haroldo Guimarães - Foi um presente para o brasileiro. Porque é engraçado, muito engraçado, e traz situações tão atuais que até parecem que foram adivinhadas pelos redatores.
Fale um pouco sobre o seu personagem, por favor.
Haroldo Guimarães - Munízio é o faz tudo no "Cine Holliúdy" e braço direito do Francis (Edmilson Filho). Da projeção à bilheteria, da elétrica à limpeza, Munízio tem o domínio daquele espaço. É o representante da maior parte do povo brasileiro: trabalha muito, exerce uma profissão informal, tem muito talento no improviso - e, porque não dizer, na gambiarra - e está sempre pronto para desafios que desconhece. Munízio é grande, desajeitado e sensível, e se notabiliza pela fidelidade ao Francis.
Que lembranças você guarda da fase de gravações? Alguma cena em destaque?
Haroldo Guimarães - Eu lembro que os atores do Nordeste ajudavam os do Sul a dominar os trejeitos próprios do Ceará. Como viajamos juntos e ficamos isolados no interior de São Paulo (na cidade de Areias, onde foi feita a maior parte das gravações), por todo o tempo da gravação, alimentamos um sentimento de trupe, com atores sendo verdadeiros amigos. As gravações foram na lógica de cinema, com muito esmero técnico e ensaio. Usamos e abusamos de um balé interpretativo em cena, que é uma exclusividade brasileira, e nasceu na Globo, no antigo núcleo Guel Arraes, sendo o maior exemplo o 'Auto da Compadecida'. Era muito grande o cuidado da direção em garantir essa dança, fluidez e ritmo no texto e nas tomadas.
A série homenageia os gêneros do cinema. Mais do que nunca, as famílias estão vendo muitos filmes, séries e programas de entretenimento. Como você avalia a importância da arte nesta fase de quarentena?
Haroldo Guimarães - A arte, além de nos diferenciar de todos os outros habitantes da natureza, é o que faz a vida valer a pena. Sem arte, a vida parece muito mais uma corrida até a morte. Com a arte, o homem parece ter o controle do tempo e da emoção, que são coisas que geralmente não estão sob seu domínio. Dando a possibilidade de respirar, de rir e de chorar suavemente, a série é uma forma linda de conectar as famílias com a felicidade.
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