quinta-feira, 2 de julho de 2020

.: Casagrande descobre o prazer da sobriedade e passa história a limpo


Em novo livro, escrito ao lado do amigo e jornalista Gilvan Ribeiro, Casão conduz os leitores em uma viagem repleta de emoção, dor, paixão, dúvida, procura, descoberta e redenção.

Depois de expulsar seus demônios e contar sua história de amizade com Sócrates, chegou a hora de Casagrande mergulhar fundo em si mesmo. "Travessia", novo livro de Walter Casagrande Jr lançado pela Globo Livros, pode ser considerado o mais íntimo dos três já lançados pelo ex-jogador, escritos ao lado de Gilvan Ribeiro. Nada foi deixado de fora da trajetória intensa e inquieta do astro dos gramados.

O livro parte do comovente depoimento de Casagrande durante a final da Copa do Mundo de 2018, quando revelou ter passado sóbrio todo o período da competição. Casão mostra como nunca antes o seu lado mais humano, entre recaídas, histórias emocionantes que envolvem amores, música, drogas, espiritualidade, política, entre outros ingredientes, em um papo íntimo e aberto. 

O gigante que antes colocava medo nos adversários dentro de campo expõe seus medos e traumas durante a luta contra a dependência química, além de sua rotina e momentos importantes dos últimos anos. Depoimentos reveladores e inéditos de grandes amigos famosos, como Baby do Brasil, Nasi, Nando Reis, Paulo Miklos e Branco Mello, que acompanharam de perto e tiveram papel fundamental na recuperação do ex-jogador, estão no livro que também traz um caderno de fotos do arquivo pessoal de Casão. 

"Travessia" mostra a trajetória de Casagrande até se livrar das drogas, a ressocialização de História de Amor", em 2016. Amigos desde os anos 1980, a dupla compartilha a paixão por futebol e cultura, em uma parceria de mais de três décadas. Nascido em 15 de abril de 1963, em São Paulo, Casão foi atacante de Corinthians, Caldense, São Paulo, Porto, Ascoli, Torino e Flamengo. Disputou a Copa do Mundo de 1986. Desde 1997, é comentarista da TV Globo. Gilvan nasceu em Bauru, São Paulo, em 1964, e trabalhou como repórter, editor e colunista em veículos como Folha de S.Paulo, Folha da Tarde, Diário Popular, Diário de S.Paulo, Agora e ESPN/Brasil.

Trecho do livro
Apesar da aparência lastimável, Casão não se dava conta da própria situação degradante. Sentia-se capaz de suportar qualquer quantidade da droga. "Eu lembro que minha ex-mulher ficou lá, tentando mostrar pra ele que não podia ser assim: ‘Você não é infalível, tem que se cuidar’, ela dizia. Mas ele falava: ‘Eu sou um leão, eu aguento tudo!’. Ele realmente acreditava nisso, que nada poderia derrubá-lo. Foi muito ruim mesmo ver o cara naquela situação." - Kiko Zambianchi

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