Maurício Machado entrevista Beatriz Segall em 2018, em sua última aparição pública no projeto "Damas do Teatro"
O Teatro J. Safra, espaço dedicado à curadoria de qualidade na cidade de São Paulo, da mesma forma que as demais casas de espetáculos do país, está com as atividades suspensas até o fim do confinamento obrigatório por conta da pandemia o Covid-19. Mesmo assim, com a finalidade de promover a discussão sobre a Arte no Brasil, abre o seu precioso arquivo documental para veicular o projeto "Damas do Teatro", um dos seus mais relevantes e históricos eventos realizados gratuitamente ao público, em seus regulares Ciclos de Palestras.
A transmissão do projeto "Damas do Teatro" terá início no próximo dia 16 de junho por meio das redes sociais do Teatro J. Safra (Facebook, Instagram e Twitter). Dessa forma, todas as terças e quintas, a partir das 17h, serão lançadas duas entrevistas inéditas, em formato de pílulas de aproximadamente dois minutos, de cada uma das atrizes que participaram deste evento, ocorrido no palco do teatro no de 2016.
Na primeira da entrevista, a saudosa Beatriz Segall conversa com o ator Maurício Machado. Esta entrevista, bem como o evento, é marcada como a última aparição pública da atriz antes do seu falecimento em 2018. As entrevistas posteriores são com outros grandes nomes da dramaturgia: Laura Cardoso, Walderez de Barros, Eva Wilma e Ana Lúcia Torre. Essas conversas são verdadeiras aulas sobre o ofício teatral, vocação, superação, entre outros assuntos que envolvem o mundo artístico.
O projeto "Damas do Teatro" foi elaborado pelos sócios e curadores artísticos do Teatro J. Safra: Mauricio Machado (ator) e Eduardo Figueiredo (Diretor de Teatro). Figueiredo foi responsável pelo planejamento do projeto. Já Machado, fez a pesquisa, o roteiro e a apresentação do evento.
Perfis
Beatriz Segall
Nascida na cidade do Rio de Janeiro, em 25 de julho de 1926, Beatriz Segall iniciou sua carreira artística na escola de formação de atores do Serviço Nacional de Teatro (SNT), em 1950. Na ocasião, gravou uma cena com o ator francês Jean-Louis Barrout e, ao final do curso, interpretou "Le Bel Indifférent" de Jean Cocteau, o que abriu as portas para sua carreira no teatro. No mesmo ano, ela integrou o elenco do filme "Beleza do Diabo", de Romain Lesage.
No teatro, o projeto mais exitoso de Beatriz foi realizado junto com seu marido, Maurício Segall, na década de 1970. Em épocas de ditatura militar e vigência do AI-5, o casal produziu peças de cunho social e político, como "A Grande Imprecação Diante dos Muros da Cidade", "O Prodígio do Mundo Ocidental", "Frank V" e "O Interrogatório". Na TV, ela se destacou em novelas, como "Dancin’ Days" (1978), "Pai Herói" (1979), "Água Viva" (1980), "Champagne" (1983), "Carmem" (1987), "Barriga de Aluguel" (1990), "De Corpo e Alma" (1992), "Sonho Meu" (1993) e "Anjo Mau" (1997). Entretanto, sua personagem de maior destaque foi Odete Roitman, em "Vale Tudo" (1988). Além dessas produções, Beatriz participou de vários filmes e recebeu vários prêmios. A atriz faleceu na cidade de São Paulo no dia 5 de setembro de 2018.
Laura Cardoso
Uma das pioneiras da TV brasileira, atuando em telenovelas, séries e teleteatros na extinta TV Tupi, da década de 1950, Laura Cardoso nasceu em 13 de setembro de 1927 na cidade de São Paulo. Considerada uma das principais atrizes do país, ela já participou de mais de 100 novelas, além de peças de teatro, seriados e filmes. É também uma das artistas mais premiadas do cenário artístico nacional, recebendo prêmios como Troféu Imprensa, Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, Troféu Mário Lago, Ordem de Mérito Cultural, entre outros.
Laura teve papéis de destaque em novelas em "Rainha da Sucata" (1990), "Mulheres de Areia" (1993), "A Viagem" (1994), "Irmãos Coragem" (1995), "A Padroeira" (2001), "Esperança" (2002), "A Dona do Pedaço" (2019), entre outras. No teatro, ela participou de peças como "Plantão 21" (1959), "As Criadas" (1968), "Os Órfãos de Jânio" (1981), "Divinas Palavras" (1986), "A Cerimônia do Adeus" (1989), "A Última Sessão" (2014) etc. Aos 92 anos de idade e 77 de carreira, Laura Cardoso é uma lenda da TV brasileira e uma das maiores referências do campo artístico nacional.
Walderez de Barros
Nascida na cidade de Ribeirão Preto em 1940, Walderez Mathias Martins de Barros teve seu primeiro contato com a atuação teatral na década de 1960, quando iniciou o curso de Filosofia na Universidade de São Paulo (USP) e se envolveu com o Teatro Estudantil. Sua carreira nos palcos foi marcada por peças como "Onde Canta o Sabiá" (1966) e "Reportagem de um Tempo Mau" (1968). Walderez também participou da montagem e compôs o elenco de "Abajur Lilás" (1969) que, por duas vezes, ao longo da década de 1970, foi censurada pelo Regime Militar, indo finalmente à cena somente em 1980.
Na televisão, Walderez de Barros fez sua estreia em 1968, dando vida à personagem Mercedes, na novela "Beto Rockfeller", exibida pela Rede Tupi, onde permaneceu até 1978. Dez anos depois, estreou na Rede Globo, com a minissérie "Sampa" (1988). No ano seguinte, compôs o elenco da novela "Brasileiras e Brasileiros" (1990), no SBT. Em 1995, a atriz estrelou na novela "Cara & Coroa", a primeira da Rede Globo, emissora em que atua até hoje. Seu trabalho mais recente foi interpretando Dona Marlene de Lemos no folhetim das 18h, "Éramos Seis" (2019). Walderez também tem passagens pelo cinema, em filmes como "Cora Coralina" (2015) e "Todas as Vidas de Hebe: a Estrela do Brasil" (2019).
Eva Wilma
Filha de um metalúrgico alemão e de uma argentina judia, a atriz Eva Wilma nasceu na cidade de São Paulo no ano de 1933. Sempre teve muito gosto pelas artes e teve como mestra de piano e violão Inezita Barroso. Aos 14 anos, começou a atuar como bailarina clássica e, aos 19, estrelou no filme "Uma Pulga na Balança" (1953), a convite do diretor italiano Luciano Salce, quando começou sua trajetória na dramaturgia.
Sua estreia na televisão ocorreu também em 1953, no seriado "Namorados de São Paulo", que, posteriormente teve seu nome alterado para "Alô, Doçura", sob a direção de Cassiano Gabus Mendes. A carreira de Eva Wilma na teledramaturgia foi marcada pela atuação em novelas de renome, como "Mulheres de Areia" (1973) e o remake de "Direito de Nascer" (2001). Também atuou em diversos seriados na Rede Globo, como "Os Maias" (2001) e "O Quinto dos Infernos" (2002). Seu último trabalho foi interpretando a Dra. Petra Vaisánen, na novela "O Tempo Não Para" (2018).
Ana Lúcia Torre
Nascida na cidade de São Paulo em 1945, a atriz Ana Lúcia Torre se interessou pelo teatro na universidade, na época em que cursava Ciências Sociais na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC). A convite do dramaturgo Celso Nunes, estrelou na peça "Equus" (1973), dando início à carreira teatral de maneira amadora, tendo estreado profissionalmente aos 30 anos.
Na televisão, Ana Lúcia Torre estreou no ano de 1977, com a personagem Glorita, na novela "Dona Xêpa". A carreira da atriz é marcada por personagens de impacto em mais de trinta novelas, distribuídas entre a Rede Globo, Bandeirantes e SBT, dentre as quais estão "Tieta" (1989), "Selva de Pedra" (1986), "Verdades Secretas" (2015) e, recentemente, "A Dona do Pedaço" (2019). Também se destaca em sua trajetória a parceria com o diretor Walcyr Carrasco.
Sobre Teatro J. Safra
O Teatro J. Safra é um espaço, localizado na Rua Josef Kryss, 318 - Barra Funda, que tem por objetivo oferecer uma programação cultural de qualidade e marcada pela diversidade ao público paulista e brasileiro. A curadoria artística do Teatro J. Safra é de responsabilidade da dupla Maurício Machado, ator, e Eduardo Figueiredo, diretor teatral, e se destaca pela programação de excelência. O resultado deste trabalho pode ser visto em espetáculos que evidenciam elegância, sofisticação e ousadia.
Inaugurado em julho de 2014, o Teatro J. Safra, referência como casa de espetáculo no país, traz em sua programação uma grande variedade de estilos artísticos, como shows, peças, dança, circo, ópera, teatro infantil, humor, música erudita e recitais. Com curadoria do ator Mauricio Machado e do diretor Eduardo Figueiredo, o teatro prioriza o ineditismo dos espetáculos em São Paulo e traz para a cidade apresentações exclusivas com alta qualidade artística. Para acompanhar a programação, acesse http://www.teatrojsafra.com.br/.
Serviço
Entrevista com Beatriz Segall
Data: 16 de junho de 2020.
Horário: 17h.
Local: redes sociais do Teatro J.Safra.
Entrevista com Laura Cardoso
Data: 16 de junho de 2020.
Horário: 17h.
Local: redes sociais do Teatro J.Safra.
Entrevista com Walderez de Barros
Data: 18 de junho de 2020.
Local: redes sociais do Teatro J.Safra.
Entrevista com Eva Wilma
Data: 18 de junho de 2020.
Horário: 17h.
Local: redes sociais do Teatro J.Safra.
Entrevista com Ana Lúcia Torre
Data: 23 de junho de 2020.
Horário: 17h.
Local: redes sociais do Teatro J.Safra.
Perdoe-me a organização deste evento, mas as últimas grandes damas do teatro brasileiro são: Eva Wilma, Fernanda Montenegro, Maria Fernanda (inativa), Nathalia Timberg e Nicette Bruno. Laura Cardoso é uma grande atriz, uma das grandes damas da tv brasileira, não do teatro. Fez pouquíssimas peças.
ResponderExcluirPerdoe-me a organização deste evento, mas as últimas grandes damas do teatro brasileiro são: Eva Wilma, Fernanda Montenegro, Maria Fernanda (inativa), Nathalia Timberg e Nicette Bruno. Laura Cardoso é uma grande atriz, uma das grandes damas da tv brasileira, não do teatro. Fez pouquíssimas peças.
ResponderExcluirConcordo plenamente com o comentário acima. Laura Cardoso, grande atriz, é uma das grandes damas da TV brasileira, não do teatro. Fez poucas peças, e na maioria delas foi coadjuvante; além de não terem feito muito sucesso de crítica e público.
ResponderExcluirConcordo plenamente com os comentários a imagem. Laura Cardoso é uma grande atriz de televisão. Fez poucas peças de teatro e na maioria delas foi coadjuvante, além de não terem feito sucesso junto à crítica e ao público.
ResponderExcluirConcordo com os comentários acima, porém incluo Beatriz Segall como uma das grandes damas do teatro brasileiro. Portanto, são seis, não cinco.
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