Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.
O veterano Roberto Menescal, um dos ícones da Bossa Nova nos anos 60, uniu forças com Leila Pinheiro e Rodrigo Santos para homenagear ninguém menos do que Cazuza, que completaria 62 anos em abril. E essa mescla de gerações acabou funcionando de forma efetiva no palco, trazendo para o público a rica obra do poeta que marcou os anos 80 com sua rebeldia e irreverência.
Creio que o próprio Cazuza aprovaria essa roupagem nova nos arranjos, trazendo as suas canções para o ambiente da bossa nova. Ainda mais com um Menescal no comando da guitarra. Rodrigo Santos (que foi baixista do Barão Vermelho e de outras bandas nacionais de rock) toca baixo e Leila Pinheiro assumiu os teclados.
O repertório apresenta oito composições, cantadas em dueto por Rodrigo e Leila. E para quem se surpreender com o bom desempenho de Rodrigo no vocal, é preciso lembrar que ele vem desenvolvendo uma carreira solo há alguns anos. Amadureceu muito como intérprete e como compositor. Quanto a Leila, é desnecessária qualquer tipo de apresentação. Ela é uma intérprete de primeira linha e ainda toca piano como poucos.
O álbum disponível nas plataformas apresenta somente oito das 20 músicas do roteiro original do show. As canções escolhidas foram "Faz Parte do Meu Show", "Por Que a Gente ÉAssim! (da época do Barão Vermelho), "O Tempo Não Para", "Codinome Beija-Flor", "Preciso Dizer que te Amo", "Exagerado", "Ideologia" e "Pro Dia Nascer de Feliz". Em todas elas o resultado ficou acima da média. E deixa o ouvinte com vontade de ouvir as outras canções do show que ficaram de fora.
Cazuza merecia mesmo todo tipo de homenagem. Pela dimensão da riqueza de suas canções, reverenciar sua obra acaba sendo algo positivo e necessário. Sobretudo para as novas gerações de músicos.
"Faz Parte do Meu Show"
"Codinome Beija-Flor"
"Exagerado"
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