Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.
Nesse disco ele resolveu se arriscar cantando além de tocar a guitarra. E por incrível que pareça não deixou a desejar. É claro que sua extensão vocal não é das melhores, mas até que se encaixou bem no repertório escolhido. São canções de rock clássico que tiveram algum tipo de inspiração no blues.
Ele faz duas releituras de Jimi Hendrix ("Purple Haze" e "Foxy Lady") que estão longe de serem comparadas com as versões originais. Estão mais aceleradas e com aquele toque inconfundível de heavy metal que Malmsteen costuma imprimir em suas produções.
O mesmo problema se observa nas releituras de "While My Guitar Gently Weeps" (dos Beatles), "Jumping Jack Flash" e "Paint It Black" (dos Rolling Stones). Os arranjos ficaram muito próximos do heavy metal e perderam um pouco a sua essência.
Para mim, a versão de "Smoke on The Water" foi o melhor momento. Porque ele deixa o arranjo da canção mais próximo da original, com o riff eternizado por um de seus heróis da guitarra – Richie Blackmore. Posso acrescentar nessa lista a versão de "Blue Jeans Blues", do ZZ Top. Ficou na medida exata.
Louve-se o fato de Malmsteen estar em plena forma com seu instrumento. Seus solos continuam com a mesma desenvoltura e em alta velocidade. Mas nesse trabalho eles parecem meio deslocados. Diria até um pouco exagerados em alguns momentos.
Para os fãs do temperamental sueco, o disco pode até ser um souvenir interessante. Mas quem imaginava ouvir ele tocando algo mais próximo do tradicional, pode se decepcionar. É apenas Yngwie Malmsteen sendo ele mesmo. E por isso é que os fãs dele ainda vão gostar de ouvir esse disco.
"Smoke On The Water"
"Blue Jeans Blues"
"Purple Haze"
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