A atriz Regina Casé é destaque em uma entrevista exclusiva da edição carioca da Revista 29HORAS de fevereiro, que está disponível a partir deste sábado para retirada gratuita nos aeroportos de Congonhas (São Paulo) e Santos Dumont (Rio de Janeiro).
Após 18 anos de hiato na teledramaturgia, Regina Casé finalmente está de volta às telinhas. No ar como a batalhadora Lurdes na novela “Amor de Mãe”, da TV Globo, este é um papel para o qual ela diz que se entrega de corpo e alma. E por conta de tanta dedicação, para Regina é comum confundir-se com as personagens que interpreta. “Eu me confundo mesmo. Minha grande qualidade como atriz é, de fato, ser a Regina o tempo todo. Disponibilizo meu corpo, todos os meus defeitos, todos os meus sofrimentos, todas as minhas alegrias para meu personagem. É tudo junto e misturado”, conta.
O semblante cansado durante o início da entrevista era outro reflexo de sua dedicação, pois a atriz vinha emendando vários dias e noites de gravação, com poucas pausas. No entanto, assim que começou a falar sobre Lurdes a sua energia se reestabeleceu. “Estou colocando todo o amor do coração nessa personagem, buscando tudo o que eu já passei como mãe, como mulher. E todas as mulheres que fui conhecendo pelo Brasil. Os gestos, as expressões. É como se eu tivesse um tesouro guardado dentro de mim que posso levar a público”, afirma.
Regina revela que, antes de assumir a Lurdes, conversou bastante com os dois filhos e o marido, pois o tempo para a família seria bem curto – e de fato está sendo. Apesar da fase, ela diz que é um período “muito bonito e compensador” e novamente se compara a Lurdes. “Sou uma ótima mãe. Encho a boca para dizer isso”. No entanto, ela confessa que, antes dos filhos, duvidava de seu instinto materno. “Eu achava que não seria boa mãe. Sempre me interessei mais pelo trabalho, por viajar, do que pela maternidade”, revela.
Para essa mãe e avó coruja que vive uma de suas melhores fases da carreira, a conexão com o público pela via da emoção é algo essencial nos tempos atuais de polarização de opiniões e intolerância. “A dramaturgia é o melhor lugar para se estar neste momento. Você pode ter raiva de alguém, mas se a pessoa faz você rir, a raiva se quebra. Você pode estar irredutível, com os olhos fechados, mas se ela lhe provoca uma lágrima ou risada, tudo muda. É emoção, você não contém. Estou encantada com essa arma poderosíssima de chegar ao outro, de conseguir produzir amor num momento de tanto ódio”, afirma.
Regina ainda ressalta que é uma grande vitória tornar protagonistas mulheres do povo, nordestinas e de meia idade, como as que ela vem brilhantemente encarnando. “Acho que ainda há muito a ser conquistado não só pelas mulheres, mas pelas minorias que são obscurecidas e invisibilizadas”. Seu sonho, inclusive, é continuar sendo ponte entre classes sociais e diferentes religiões. “Quero ser essa ponte, mas sem precisar falar pelas pessoas. Que elas tenham voz própria”, finaliza.
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