Neste domingo, dia 9, o Brasil poderá ganhar um inédito Oscar com o polêmico documentário "Democracia em Vertigem", da cineasta Petra Costa.
O filme, que narra o processo que culminou com impeachment da presidente Dilma Rousseff, terá como principal concorrente a história de uma criadora de abelhas em conflito com seus vizinhos em um vilarejo da Macedônia. Para Pedro Butcher, professor de cinema da ESPM Rio, "Honeyland", dirigido por Tamara Kotevska, é o concorrente mais forte a levar o Oscar da categoria em 2020.
Além de concorrer pela estatueta na categoria de documentário, "Honeyland" disputa o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro com o sul-coreano "Parasita", aclamado pela crítica e pelo público e único concorrente estrangeiro à principal categoria da noite: Melhor Filme. E aí está o principal trunfo de "Honeyland". "'Honeyland' tem altas probabilidades de perder a premiação de Melhor Filme Estrangeiro para 'Parasita, o que aumenta as suas chances na outra categoria em que concorre", diz Butcher. "Mas é importante dizer que o Melhor Documentário é uma das categorias mais imprevisíveis do Oscar ao longo da história. Tudo pode acontecer".
Além de "Democracia em Vertigem" e "Honeyland", disputam o prêmio "Indústria Americana", produzido pelo ex-casal presidencial Barack e Michelle Obama, "For Sama" e "The Cave", filmes sírios que narram o cotidiano de um país arrasado pela guerra - fato que confere a esses filmes um apelo político-sentimental.
Tanto "Democracia em Vertigem" como "Indústria Americana" têm um forte componente político. Apesar de a Academia ser majoritariamente democrata, costuma não gostar de se posicionar sobre temas políticos polêmicos. E polêmica é o que não tem faltado no debate sobre a obra de Petra Costa. Os outros três concorrentes seguem a linha do documentário jornalístico.
sábado, 8 de fevereiro de 2020
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