quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

.: Espetáculo "11 Selvagens" em cartaz para curta temporada no Pequeno Ato

Crédito: Victor Otsuka

Espetáculo imersivo onde a plateia acompanha de perto várias situações cotidianas que desencadeiam cenas de violência e intolerância, "11 Selvagens" volta em cartaz no Pequeno Ato de 7 a 29 de março, com sessões aos sábados e domingos, às 19h. A peça integra também a programação do FarOFFa, uma mostra off da MITbr, com sessões dias 14 e 15 de março com valor de ingresso “pague quanto puder”.

O elenco reúne os atores Anna Galli, Beatriz Silveira, Bianca Lopresti, Bruno Lourenço, Felipe Aidar, Gabriel Gualtieri, Inês Bushatsky, Isabella Melo, Jonatan Justolin, Fhelipe Chrisostomo, Gustavo Bricks, Mariana Marinho, Mariana Beda, Mau Machado, Rafael Carvalho e Thiago Albanese.

Com texto e direção de Pedro Granato, a peça estreou em 2017 em meio ao clima das manifestações que ocupavam o Brasil e foi ganhando contornos mais densos com a polarização das eleições de 2018. O espetáculo foi vencedor do Edital Proac Circulação 2019, considerado Melhor Espetáculo do Ano de 2017 pelo crítico Bruno Cavalcanti, do Observatório do Teatro; recebeu 4 estrelas, figurando entre os 10 Melhores de 2017 por Dirceu Alves Jr., na Veja São Paulo e teve sua dramaturgia publicada em 2019 pela Giostri. Pedro Granato foi indicado ao Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem 2017 pelo texto original.

Assim como em outras montagens, Pedro Granato propõe uma experiência imersiva ao espectador, arrastando-o para dentro da cena, que se desenrolam a poucos metros do público, por vezes até na cadeira ao lado, e a identificação é imediata. Da violência à sensualidade, do absurdo ao trivial, são onze quadros interligados como uma camada de sociabilidade que pode rapidamente ser rompida em nossos dias. 

“O ponto de partida foi a tensão crescente no país em 2016, mas parece que o espetáculo foi criado hoje. As manifestações, a violência, a sensação de impotência que mexem com os extremos, deixam a peça muito atual”, fala Granato. O público acompanha tudo de perto, como se a plateia estivesse na mesma situação dos atores. Em algumas situações é cúmplice e voyer, já que as cenas passeiam pelos diferentes lados da arena colocando-os lado-a-lado. 

“A peça ficou praticamente um ano em cartaz em 2017 e então passamos pelo Teatro de Arena na época da prisão do Lula, fizemos uma temporada entre o primeiro e o segundo turno das eleições presidenciais no Centro Cultural São Paulo e em 2019 circulamos pelo interior do estado em pleno país polarizado. A cada momento faz mais sentido, a selvageria da polarização se amplifica e sentimos mais vontade de seguir com essa peça, que retrata a temperatura de nossos dias, para a geração jovem. O jogo com o espaço cênico tem esse aspecto imersivo de colocar o espectador na situação em que os atores estão trazendo. É a sensação de que tudo poderia acontecer com qualquer pessoa ali presente”, explica o diretor e dramaturgo.

Cada quadro é levado ao paroxismo e quando parece não haver mais para onde ir, a música toma o ambiente e os atores extravasam em coreografias. O figurino e a luz se baseiam em elementos minimalistas que são reconstruídos para cada cena. A intervenção musical dá agilidade à narrativa e permite uma explosão estética para além da verossimilhança. Histórias em que a plateia se identifica, músicas contemporâneas, tudo está equalizado para dialogar profundamente com a geração atual. “São fragmentos que formam um conjunto em que se observa essa polaridade e explosão que a gente percebe nas relações hoje em dia”.

Sinopse:
"11 Selvagens" reúne atores em situações onde as pessoas perdem o controle. Da violência à sensualidade, do absurdo ao trivial, são cenas do cotidiano que explodem em impulsos descontrolados. Como uma camada de sociabilidade pode rapidamente ser rompida em nossos dias? 

“Fiquei muito impressionado com o espetáculo '11 Selvagens' ontem, sábado. Parecia o cruzamento de Hobbes, do meu livro 'Todos Contra Todos', do filme 'Relatos Selvagens' e das próprias criações de Pedro Granato. Cenas distintas unidas pelo jogo da violência: sexualidade, controle, narciso, ambiguidade, preconceitos, falsos sentimentos piedosos, hybris... Jovens talentosos, atores vivendo teatro com o uso intenso de música, luz, corpo e diálogos rascantes. Basta isso para uma noite de muita reflexão. Agradeço muito o convite. O Brasil precisa destas cenas inteligentes para o ano de 2018 ser menos doloroso”, disse o filósofo Leandro Karnal.

Ficha técnica:
Direção e dramaturgia: Pedro Granato. Elenco: Anna Galli, Beatriz Silveira, Bianca Lopresti, Bruno Lourenço, Felipe Aidar, Gabriel Gualtieri, Inês Bushatsky, Isabella Melo, Jonatan Justolin, Fhelipe Chrisostomo, Gustavo Bricks, Mariana Marinho, Mariana Beda, Mau Machado, Rafael Carvalho e Thiago Albanese. Iluminação e assistência de direção: Gabriel Tavares. Coreografia: Inês Bushatsky. Assistente de produção: Leticia Gonzalez. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli. Assistente de projetos e comunicação: Bianca Bertolotto. Direção de produção: Jessica Rodrigues e Victória Martinez. Produção e Realização: Contorno Produções e Pequeno Ato.

Serviço:
"11 Selvagens"
De 7 a 29 de março, sábados e domingos às 19h. Ingressos: R$ 40 e R$ 20 (meia-entrada). FarOFFa: dias 14 e 15 de março com ingressos pague quanto puder. Lotação: 40 lugares. Duração: 70 minutos. Classificação indicativa: 16 anos.  Pequeno Ato – Rua Doutor Teodoro Baima, 78 – Vila Buarque. Telefone: 11 99642-8350. *A bilheteria abre uma hora antes do início do espetáculo.  Ingressos antecipados podem ser adquiridos pelo link: https://www.sympla.com.br/pequenoatoAceita cartões. Não tem acessibilidade. Estacionamento vizinho.

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