O carnaval é a época mais esperada do ano por muita gente. E tem aqueles quem não saem das ruas, da manhã à noite, em todos os dias de Momo. Mas, em meio à tanta alegria, a maior festa popular do país esconde perigos que podem surgir por várias razões, entre elas pelo alto volume dos instrumentos eletrônicos e de percussão, das músicas e do som das baterias dos blocos e trios elétricos. Toda essa barulheira pode prejudicar a audição não só dos foliões, mas também dos músicos e percussionistas.
Os efeitos de tamanha exposição ao barulho podem ser devastadores a longo prazo, de acordo com médicos e fonoaudiólogos. Tudo começa com uma sensação de abafamento nas orelhas ou zumbido, que pode durar horas, mesmo estando o folião já em casa. O pior é quando esses sintomas se prolongam por dias ou não desaparecerem. Aí pode ser sinal de algo mais grave.
"A permanência próxima ao barulho por grandes períodos pode lesar as células ciliadas que ficam dentro da orelha. A sensação de 'ouvido tampado' ou zumbido normalmente desaparece até as 12 horas seguintes à exposição ao barulho. Mas se o ruído for por vários dias seguidos, essas células ciliadas podem se degradar por completo e, como não se regeneram, acontece a perda de audição", explica Marcella Vidal, fonoaudióloga da Telex Soluções Auditivas.
Qualquer pessoa que permanecer próxima a sons muito altos está sujeita a sofrer danos auditivos. No caso das crianças, os cuidados devem ser redobrados. O barulho gera irritação, choro e elas podem sentir um forte zumbido na orelha sem que os pais nem ao menos percebam.
De acordo com a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial, no carnaval a intensidade de som pode atingir 120 decibéis, seja na folia das ruas, junto aos trios elétricos ou nos bailes dos clubes. Para se ter uma ideia, essa potência é próxima ao som da turbina de um avião. Os integrantes da bateria de uma escola de samba, por exemplo, estão expostos a ruídos de até 110 decibéis.
"Uma das principais causas de perda auditiva é a exposição prolongada a sons muito altos. A orelha humana suporta bem os sons até 80 decibéis, por mais ou menos oito horas por dia. Com 120 decibéis, a tolerância segura cai para apenas 15 minutos; depois desse período podem começar os danos à audição", alerta Vidal, que é especialista em audiologia.
Quem brinca a 50 metros de um trio elétrico está exposto a ruídos de até 96 decibéis e quem fica logo atrás do trio enfrenta um barulho ainda maior, que pode chegar a 120 decibéis. "Como a cada ano festa de Momo dura mais tempo, os riscos aumentam tanto para os que curtem a folia nas ruas quanto para todos os que trabalham nos palcos e trios elétricos, sem falar dos músicos nos bailes e ritmistas das escolas de samba", pontua a fonoaudióloga da Telex.
A Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados (PAINPSE) é resultado da exposição prolongada a ruídos no decorrer da vida. Os danos à audição podem demorar a aparecer, mas vão se acumulando no decorrer dos anos. Por isso, para quem quer se esbaldar com segurança atrás dos trios ou blocos, Marcella Vidal recomenda uma distância mínima de 20 metros do equipamento de som, além do uso de protetores auriculares, que diminuem o impacto do barulho nas orelhas. Os ritmistas também devem usar a proteção. "O atenuador diminui o som que entra pelos ouvidos, permitindo que se escute a música ou o batuque em um volume aceitável", explica a especialista.
E para quem acha que é 'careta' usar protetores auriculares, saiba que ele é um acessório fundamental para a saúde auditiva. Além disso, hoje os acessórios estão mais moderninhos. Feitos em silicone, são moldados de acordo com a anatomia da orelha de cada usuário e ainda podem ser coloridos, para combinar com a fantasia de carnaval. Práticos e essenciais, podem ser encontrados nas unidades da Telex Soluções Auditivas (telex.com.br).
Cuide de sua audição para poder brincar com alegria por muitos e muitos carnavais.
Dicas para se proteger nos dias de folia:
* Em bailes ou junto de blocos e trios elétricos, mantenha distância mínima de dez metros dos equipamentos de som;
* Faça pausas de pelo menos meia hora, saindo do barulho para ambientes mais silenciosos;
* Use protetores auriculares para diminuir o impacto do barulho nas orelhas;
* Para bebês e crianças menores, mantenha distância de qualquer fonte sonora com alto volume por pelo menos 100 metros;
* Para crianças maiores e adolescentes, é recomendável intervalos na exposição sonora sempre que possível (além do uso de protetores nos ouvidos);
* Questione se a criança ou adolescente percebeu mudanças na audição – zumbido ou algum tipo de abafamento ou dor. Caso a resposta seja positiva, leve-o a um otorrinolaringologista.
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