Por Oscar D’Ambrosio, jornalista e crítico de arte.
Há filmes que passam quase totalmente despercebidos e é difícil entender o porquê. Esse é o caso de “The Passing Parade”, dirigido por John Hindman. Filmado em preto e branco, numa atmosfera visual e musical que remete a Woody Allen, mas com menos humor e menor conteúdo filosófico, consegue encantar por enfocar o sentido da vida numa perspectiva que une o realista ao romântico.
A protagonista, a expressiva atriz Tessa Ferrer, é uma dramaturga de um único sucesso em busca de um novo texto que tenha ampla aceitação de público e crítica. Nessa jornada, as suas principais escolhas afetivas oscilam entre um fotógrafo e um colega de profissão, a quem inicialmente despreza.
O fotógrafo, por sua vez, se apaixona por sua melhor amiga, uma espécie de manual de autoajuda ambulante. As seguranças e inseguranças desses personagens percorrem uma jornada plena de altos e baixos. Os momentos de crise não são apenas emocionais, mas também sobre a própria atividade de escrever.
Discute-se muito, ao longo do filme, se a arte deve ser feita para si mesmo ou para os outros. Quem deve ser agradado? Parece que as obras-primas conseguem atingir a todos e todas com igual encantamento. Essa tese perpassa um filme a ser descoberto pelos que gostam de pensar, de amar e de ser amado.
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