No final dos anos 1940, Darcy Ribeiro levou adiante uma minuciosa pesquisa de campo sobre a etnia dos Kadiwéu. O resultado está no livro "Kadiwéu: Ensaios Etnológicos Sobre o Saber, o Azar e a Beleza", publicado pela Global Editora, composto por textos que mostram a maturidade de um intelectual diferenciado e trazem descrições densas das relações familiares desse grupo indígena, das estratégias que empregam para a proteção de suas terras, dos mitos que integram seu universo de crenças, dos seus cantos xamanísticos, das pinturas feitas em seus corpos e também nas cerâmicas.
O trabalho de campo foi realizado entre os anos de 1947 e 1948, no estado do Mato Grosso, logo após Darcy Ribeiro ingressar no extinto Serviço de Proteção aos Índios (SPI). Em "Confissões", seu livro de memórias, Darcy Ribeiro afirma ter desenvolvido junto aos Kadiwéu muito de sua argúcia de fino estudioso dos indígenas.
Em suas palavras, pôde aprender com eles que “só uma identificação emocional profunda pode romper as barreiras da comunicação, permitindo a um estranho penetrar a intimidade que atingia praticamente o máximo a que pode aspirar um antropólogo no seu esforço por ver o mundo com os olhos do povo que estuda”.
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