Inspirado na célebre obra de Frank Baum, "O Mágico di Ó" narra a divertida saga de retirantes nordestinos a caminho da cidade de São Paulo. Fotos: Victor Miranda |
"O Mágico di Ó" traz um olhar abrasileirado dos personagens do clássico e narra a história de Dorotéia, uma menina que não queria deixar sua casa no Nordeste, mas sem poder de escolha, embarca em um pau-de-arara junto com seus tios e outros retirantes em direção à capital paulista.
Logo no início da viagem, o cordelista e versador Osvaldo passa a integrar o grupo de migrantes. Como recompensa pelo lugar no caminhão, ele se propõe a contar uma história, distraindo os companheiros de viagem e estimulando a imaginação de Dorotéia, que pede que seja narrada uma história real. A partir daí, realidade e fantasia se misturam na versão do cordelista, cujo enredo é a trajetória até São Paulo.
No texto, escrito pelo dramaturgo Vitor Rocha, os personagens são humanizados e ganham novos propósitos. Dorotéia deseja levar chuva para sua terra e ver um arco-íris cruzar o Cariri. O Mamulengo não tem um cérebro, por isso é ignorante e se acha o melhor espantalho do mundo. O Cabra-de-Lata não tem coração e, por ter visto muita tristeza em suas terras, não quer ter um. O Leão é folgado, encostado e lhe falta coragem para fazer as coisas e tomar uma atitude. A partir do momento que os três se tornam companheiros de viagem de Dorotéia, os objetivos de vida deles se transformam: o Mamulengo quer um cérebro, o Cabra, um coração e o Leão, coragem.
O espetáculo usa a tradição nordestina para falar do lar, fugindo da premissa da seca, que permeia as histórias que envolvem a região, e tem a despedida como mote. A evolução dos personagens ao longo da narrativa mostra que é possível ter novos pontos de vista dentro de uma trajetória, dando um novo significado para as situações.
ReferênciasPara construir "O Mágico di Ó", os idealizadores se inspiraram em grandes mestres nordestinos como Graciliano Ramos, Ariano Suassuna, João Cabral de Melo Neto e na obra literária Terra de Cabinha, de Gabriela Romeu, além de se dedicarem aos estudos sobre a literatura de cordel. Em suma, o musical é uma forma de agradecer a todos os artistas nordestinos e a todas as pessoas que ajudaram a construir o Brasil.
Versão para o cinema
O cineasta Pedro Vasconcelos ("Dona Flor e Seus Dois Maridos" e "Hoje é Dia de Maria") se encantou tanto com o espetáculo que decidiu transformá-lo em um longa-metragem. “Depois de assistir apenas 15 minutos da peça, percebi que ali estava um grande material para um filme” conta o diretor, que no mesmo dia fez o convite a Vitor Rocha. As gravações já aconteceram e a estreia está prevista para o primeiro semestre de 2020.
Ficha técnica:
Elenco: Diego Rodda, Elton Towersey, Lui Vizotto, Luiza Porto, Renata Versolato, Thiago Sak e Vitor Rocha
Idealização: Luiza Porto e Vitor Rocha
Texto e letras: Vitor Rocha
Direção cênica: Ivan Parente e Daniela Stirbulov
Direção musical: Marco França
Direção de arte e figurinos: Juliana Porto e Silvia Ferraz
Produção: Claudia Miranda
Fotografia: Victor Miranda
Visagismo: Edgar Cardoso
Iluminação: Fran Barros e Marina Gatti
Assistentes de produção: Bruno Orpinelli e Carol Arrais
Serviço
"O Mágico di Ó"
Até 14 de dezembro, sábados, às 11h
Local: Teatro Anchieta (280 lugares)
Duração: 80 minutos
Livre
Grátis para crianças até 12 anos
R$ 6 (Credencial Plena) l R$ 10 (meia-entrada) l R$ 20 (inteira)
Sesc Consolação
Rua Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque, São Paulo
Informações: (11) 3234-3000
Transporte Público: Estação Mackenzie do Metrô – Linha 4 – Amarela
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