Começa a ocorrer um movimento de escrita não do Brasil, mas de Portugal, entre 1500 e 1601. O Quinhentismo não é uma escola literária, mas um período de descoberta, em que os portugueses que chegaram no Brasil tinham o objetivo de encontrar riquezas e expandir a fé católica. Eles escrevem para Portugal para contar como é o Brasil.
O índio tinha uma literatura, mas oral. A literatura escrita só começa quando chegam os portugueses no Brasil. Não é uma literatura produzida por brasileiros, nem é uma literatura artística. As pessoas não estavam interessadas em produzir arte ou falar sobre sentimentos, mas, sim, em informar e atrair mais fieis para a fé católica.
É uma literatura informativa sobre o Brasil que contava para o Rei de Portugal, Dom Manuel (do velho continente), o que é que eles encontraram aqui, em uma terra recém-descoberta. Também é uma literatura descritiva:
vai descrever como é a natureza, como são os índios, como é o clima, ou seja, as coisas que eles encontraram no Brasil do século XVI.
Os textos eram escritos por viajantes, cronistas e padres jesuítas. Estes vieram para catequizar os índios porque, de acordo com o que eles pensavam na época, os indígenas não tinham um Deus. Os índios, de fato, não pertenciam à religião católica. Eles eram politeístas, ou seja, tinham vários deuses: a mãe natureza, a água, o mar, a terra. Os colonizadores, por sua vez, queriam forçar os índios a virarem católicos. Nesse processo, há alguns representantes importantes, como Pero Vaz de Caminha (autor da carta que conta a Portugal sobre o descobrimento do Brasil. Eles acreditam que não é a Índia, já que estavam indo para a Índia e pararam aqui).
Literatura catequética
Produzida pelos jesuítas, com temas teocêntricos. Na poesia, versos redondilhos. Preocupação com a conquista do espiritual, com a estética. O tom dos textos era didático-pedagógico, com caráter catequético. Redondilha é o nome dado, a partir do século XVI, aos versos de cinco ou sete sílabas - a chamada medida velha. Aos de cinco sílabas dá-se o nome de redondilha menor e aos de sete sílabas, de redondilha maior. A redondilha foi muito utilizada pelos poetas do Cancioneiro Geral, de Garcia de Resende e por Camões (1524-1580).
Padre José de Anchieta, considerado o “apóstolo do Brasil” e recentemente canonizado, que fez todo o movimento literário dos jesuítas no Brasil, é o maior expoente entre os padres jesuítas do período no que se refere à literatura catequética. Foi o primeiro padre que não quis enfiar goela abaixo toda a realidade portuguesa. Ele se preocupou em conhecer a realidade do índio para depois apresentar a realidade portuguesa, a realidade da Europa.
Foi o primeiro a não ser violento no sentido de “querer impor” um pensamento. É autor do primeiro dicionário tupi-guarani-português. Padre Anchieta escreveu “Autos” (teatro de anjos e demônios, para que os índios soubessem o que deveriam, ou não, fazer), poemas (a maioria em homenagem à
Virgem Maria), cartas e uma gramática tupi. No dia 3 de abril de 2014, o Papa Francisco assinou o decreto que proclama a santidade do Padre Anchieta. Anchieta foi o primeiro espanhol a ser canonizado pelo Papa Francisco.
Outros representantes da época:
- Pero Magalhães Gândavo, com “Tratado da Terra do Brasil”
- Gabriel Soares de Souza, com “Tratado Descritivo do Brasi”
- Fernão Cardim, com “Tratados da Terra e da Gente do Brasil”
- Hans Staden, com “História Verdadeira e Descrição”
- Padre Manuel da Nóbrega, com “Diálogo Sobre a Conversão do Gentio”
Resumindo o Quinhentismo
É um movimento de escrita que retrata o momento em que se encontra o Brasil. Apresenta uma literatura de informação e uma literatura catequética. A de informação é feita pelos viajantes que mandam as informações do Brasil
de 1500 para Portugal.
A catequética, feita por jesuítas que tentam escrever para fazer com que os índios entendam o que é a religião católica e, se possível, aceitá-la. No Quinhentismo, há esses dois processos que duram em torno de cem anos. Somente depois desse período é possível ver algum tipo de produção literária propriamente brasileira.
Características:
- Literatura produzida por viajantes
- Caráter descritivo e informativo
- Descritivismo da fauna, flora e do nativo brasileiro
- Exaltação da terra ( porque o Brasil tem muita riqueza natural, e eles ficam espantados com isso)
- Preocupação com a conquista material
- Sem preocupação estética
- Grande valor histórico e documental
- Refere-se ao momento da
- chegada dos portugueses ao Brasil
- Textos escritos sobre o Brasil para Portugal
- Preocupação com a conquista desse material (o que será levado para Portugal - a exploração do território brasileiro também é contada nessas cartas)
- Não tem uma preocupação estética, porque é uma literatura para informar.
- Tem grande valor histórico e documental: os textos dizem como era o Brasil de 1500.
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