Em 448 páginas, "Não Tropece na Redação" (Bonijuris), de Maria Tereza Queiroz Piacentini, reúne tópicos preciosos que se apegam à clareza da língua e vão muito além das dúvidas ortográficas ou gramaticais; obra será lançada no dia 31 de outubro, no Solar do Rosário, em Curitiba. Já na apresentação de algumas das obras da professora Maria Tereza de Queiroz Piacentini o leitor é brindado com uma pequena amostra do quanto a língua portuguesa é fascinante.
"O que fazer quando um verbo se junta a um substantivo formando uma palavra composta como no caso de vira-lata?", indaga o escritor Sérgio da Costa Ramos. Parece complicado, mas não é: "o verbo fica como está, só as latas vão para o plural", responde ele mesmo, recorrendo às páginas do livro "Só Palavras Compostas", publicado por Maria Tereza em 2010.
Em "Manual da Boa Escrita", lançado em 2014 pela autora é a vez de Deonísio da Silva, reafirmar a importância do trabalho da professora: "Cuidemos da língua de nosso convívio, aquela na qual amamos e trabalhamos, aquela à qual recorremos em todas as ocasiões". Ou deveríamos.
Com "Não Tropece na Redação" (2019), que está sendo lançado pela Editora Bonijuris em edição primorosa, não é diferente. O também escritor Aristides Coelho Neto recorda "sova amiga" que recebeu de Maria Tereza ao afirmar vis-à-vis que a locução face a não existia. Ela devolveu, de pronto: "Se você encontra a expressão é porque existe!" Tal fato levou Coelho Neto a enxergar com clareza – talvez como nunca dantes – que o raciocínio cartesiano não se aplica bem no que se refere à "flor do lácio, inculta e bela".
Maria Tereza não é marinheira de primeira viagem. Em 2000, ela reuniu em livro as mais de 300 colunas publicadas no site linguabrasil.com.br e as publicou sob o título "Não Tropece na Língua", desde então renovado, adaptado, transmutado, atualizado e, com o advento do Acordo Ortográfico de 2009, adequado minuciosamente às novas regras.
Ideia de Jamil Snege
Que se conte uma curiosidade aqui: foi o escritor e publicitário Jamil Snege (1939-2003) quem sugeriu o nome "Não Tropece..." e a ele Maria Tereza aderiu entusiasticamente. Afinal, como diz a autora, o propósito do livro não era ensinar, criticar nem ficar apontando erros. "A ideia do tropeçar adequou-se ao sentido do que é escorregadela, embaraço, inconveniência, deselegância, lapso, engano, deslize, coisas que todos procuramos evitar, por certo".
Com 448 páginas, "Não Tropece na Redação" tem o mesmo propósito. Se bem que, como diz o nome, ele não se obrigue apenas a resolver dúvidas gramaticais ou ortográficas, mas a dar o embasamento necessário àquele que redige em língua portuguesa. As seções do livro são pródigas naquilo que despertam de curiosidade e apego à clareza. Gravidez tem plural? Índios tupi ou índios tupis? "Antes de mais nada" é correto? Quando se deve iniciar um novo parágrafo?
Catarinense de Joaçaba, Maria Tereza de Queiroz Piacentini é formada em Letras e mestre em Educação pela UFSC. Em 1989 foi responsável pela revisão gramatical da Constituição do Estado de Santa Catarina. É autora de Português para "Redação Empresarial" (1987), "Só Vírgula: Método Fácil em 20 Lições" (1996), "Só Palavras Compostas" (2000), "Não Tropece na Língua" (2012) e "Manual da Boa Escrita" (2014), entre outros.
Uma última questão: capitã ou capitoa? Ambas são corretas, mas a primeira soa bem melhor. Maria Tereza sabe disso.
Lançamento do livro "Não Tropece na Redação", de Maria Tereza de Queiroz Piacentini
Dia 31 de outubro de 2019, das 16h às 18h30
Solar do Rosário (Rua Duque de Caxias, 04 - São Francisco, Curitiba)
Outras informações: (41) 3323-4020
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