O Barroco em Portugal (ou Seiscentismo) surge em 1580, ano da morte de Luís de Camões. Vai até 1756, com a fundação da Arcádia Lusitana e o surgimento de um novo estilo. O maior representante do Barroco em Portugal é Padre Antônio Vieira. O Barroco é uma escolça literária que vem depois do Classicismo e antecede o Arcadismo (Setecetismo ou Neoclassicismo).
Contexto histórico
O Barroco em Portugal começa durante o período de colonização do Brasil, entre diversos conflitos com holandeses (que estavam querendo conquistar uma parte do território de Portugal) e espanhóis (em uma guerra na Península Ibérica). Diante dessas brigas, Portugal estava tentando ser independente em relação aos outros para se estabelecer como país.
Portugal também passou pela "Guerra da Restauração". Nesse período de caos, Portugal ficou enfraquecido e se colocou diante de uma grande crise social, econômica e política. Todo esse processo auxilia no pensamento do Barroco. Portugal estava ainda sob o domínio da Espanha e lutava pela independência (conquistada somente em 1640). A Europa, por sua vez, enfrentava uma crise entre o humanismo renascentista e o medievalismo religioso.
Fazendo a transição entre o teocentrismo e o antropocentrismo, em um panorama de brigas e guerras, surge o Barroco. Nesse período de transição, muitas dúvidas surgiram a partir de descobertas científicas, principalmente no que diz respeito à religião. Nesse período acontece a Reforma Protestante, de Martinho Lutero, que resultou no enfraquecimento da Igreja Católica.
Características:
- Exagero e minúcia nos detalhes
- Temática religiosa e profana (briga entre o teocentrismo e antropocentrismo. Essas temáticas acontecem juntas, separadas ou, muitas vezes, uma criticando a outra)
- Dualidade (porque o homem é meio dúbio entre o céu e a terra) e complexidade
- Figuras de linguagem (antítese)
- Teocentrismo X Antropocentrismo durante toda a escrita do Barroco
- Cultismo e conceptismo (duas maneiras de pensar dentro do Barroco)
Cultismo (ou Gongorismo): Jogo de Palavras - Influenciado pelo poeta espanhol Gôngora
- Marcado pela linguagem rebuscada, ornamental (usada como adorno ou enfeite, por suas características estéticas, e de acordo com o gosto pessoal) e culta, que valoriza a forma textual.
Conceptismo (ou Quevedismo): Jogo de Ideias e Conceitos - Baseado na poesia do poeta espanhol Quevedo.
- Racionalismo e pensamento lógico
- Principal objetivo: convencer o leitor de algo ou alguma coisa.
Principais autores do Barroco em Portugal:
Padre Antônio Vieira (1608 - 1697) - "Sermão de Santo Antônio aos Peixes" (1654)
- "Sermão da Sexagésima" (1655)
- "Sermão do Bom Ladrão" (1655)
Padre Manuel Barnardes (1644 - 1710) - Escreveu numerosas obras de espiritualidade cristã, como "Luz e Calor" (1696), "Nova Floresta" (em cinco volumes publicados em 1710, 1708, 1711, 1726, e 1728), "Pão Partido em Pequeninos" (1694), "Exercícios Espirituais" (1707), "Os Últimos Fins do Homem" (1726), "Armas da Castidade" (1737), "Sermões e Práticas" (em dois volumes publicados em 1711), e "Estímulo Prático para Bem Seguir o Bem e Fugir o Mal" (1730)
Francisco Manuel de Melo (1608 - 1666) - Em 1628, publicou um conjunto de sonetos. É, contudo, nas “Obras Métricas” (Lyon, 1665) que o autor se mostra digno representante do estilo barroco, espelhando igualmente a influência do renascimento e maneirismo português. Entre a obra poética publicada neste volume encontra-se também o “Auto do Fidalgo Aprendiz”, já que está escrito em verso.
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