segunda-feira, 16 de setembro de 2019

.: "Criatura, Uma Autópsia", de Bruna Longo, tem sessões extras em SP

O espetáculo é uma fricção entre o romance "Frankenstein, ou O Prometeu Moderno" e a vida de sua autora Mary Wollstonecraft Godwin (Shelley)


"Como eu, então uma menina, pude pensar e me debruçar sobre ideia tão terrível?" 
Mary Shelley na introdução da edição de 1831 de "Frankenstein, ou O Prometeu Moderno"

"Criatura, Uma Autópsia" é um espetáculo solo de Bruna Longo, fruto de dois anos de pesquisas dentro e fora da sala de ensaio.  Após uma linda temporada de estreia na Oficina Cultural Oswald de Andrade, de 9 a 31 de agosto, volta com quarto sessões extras nos dias 20 e 21 de setembro. 

Em 2013, a atriz lê "Frankenstein, ou O Prometeu Moderno", pela primeira vez. Assombrada pela absoluta solidão da criatura, o romance vira uma fonte de interesse que visita de tempos em tempos. Até a decisão, em 2016, de embarcar em uma adaptação da obra para o palco, a princípio um solo sob o ponto de vista da criatura. Mas os caminhos da pesquisa são frequentemente misteriosos. Por vezes busca-se algo e outra coisa nos encontra. Ao tentar falar da criatura cada ação, cada palavra, cada dor encontrava Mary Wollstonecraft Godwin (mais tarde Shelley), a jovem que escrevera o livro. Sua história se impunha através da narrativa que ela mesma escreveu. 

O trabalho em sala de ensaio inicia-se em fevereiro de 2018, com a colaboração da diretora Larissa Matheus. A dramaturgia física é criada tendo como base duas narrativas: a do romance e a da vida de Mary Shelley, buscando os pontos de fricção. Em junho de 2018, já em meio aos ensaios, um convite surpreendente acontece. Em contato com a Universidade de Oxford sobre documentos originais de Mary Shelley e sua família, Bruna Longo foi convidada pela Bodleian Libraries e o curador do acervo especial Stephen Hebron a acesso total aos diários, cartas e manuscritos originais, reservado geralmente apenas a acadêmicos ligados a grandes centros de pesquisa. 

Com a decisão tomada de aceitar o convite, foi à Inglaterra e visitou todos os lugares relevantes à vida de Mary Shelley em Londres e Bournemouth (onde está o túmulo da família). Além disso teve acesso a outros documentos na British Library. Voltando à sala de ensaio, chega-se à versão final da dramaturgia que agora vem à publico em aberturas de processo. Dois anos depois do início da pesquisa, o espetáculo que nunca se propôs uma biografia da criatura ou tampouco da autora, tornou-se uma autopsia de um romance, de uma personagem revelando as entranhas, artérias, musculatura de dores pessoais e universais. 

Este espetáculo foi produzido sem nenhum patrocínio ou edital. Para a plena realização da temporada, também financiada de forma independente, foi aberto um financiamento coletivo através do site:  https://www.kickante.com.br/campanhas/temporada-estreia-criatura-uma-autopsia

Temporada
Dias 20 e 21 de setembro de 2019. Sextas, às 20h. Sábados, às 18h.
Oficina Cultural Oswald de Andrade. Rua Três Rios,  363 - Bom Retiro, São Paulo.
Gratuito.

Ficha Técnica
Concepção: Bruna Longo
Assistentes: Giovanna Borges e Letícia Esposito
Dramaturgia: Bruna Longo com colaboração de Larissa Matheus
Cenário: Bruna Longo, Larissa Matheus e Kleber Montanheiro
Cinotécnica: Evas Carreteiro e Nani Brisque
Figurinos: Bruna Longo e Kleber Montanheiro
Objetos: Bruna Longo com colaboração de Larissa Matheus
Desenho de luz: Rodrigo Silbat
Trilha: Bruna Longo
Colaboração de edição de trilha: Lino Colantoni
Colaborador de interpretação textual: Mateus Monteiro
Colaborador de direção de arte: Victor Grizzo
Colaboradora de música: Anna Toledo 
Operação de som: Giovanna Borges / Leticia Esposito
Operação de luz: Rodrigo Silbat / Giovanna Borges. 
Fotos: Guilherme Correa (arte oficial) / Danilo Apoena (espetáculo)

Bruna Longo
Atriz, pesquisadora corporal, dramaturga. Mestre em Movement Studies pela Royal Central School of Speech and Drama – University of London, Reino Unido, 2010. Entre seus trabalhos mais recentes como atriz estão: Os 3 Mundos, com direção de Nelson Baskerville, no Teatro Popular do SESI (2018); Um Dez Cem Mil Inimigos do Povo, de Cassio Pires sobre texto de Henrik Ibsen. Direção: Kleber Montanheiro (2016); Ópera do Malandro, de Chico Buarque de Hollanda. Direção: Kleber Montanheiro (2014/15); Crônicas de Cavaleiros e Dragões, de Paulo Rogério Lopes. Direção: Kleber Montanheiro. Teatro Popular do SESI (2013); Kabarett, direção: Kleber Montanheiro (2012/14); Cabeça de Papelão, de Ana Roxo sobre conto de João do Rio. Direção: Kleber Montanheiro. Prêmio de Melhor Atriz no Festival de Teatro de Taubaté em 2013 (2012/16); Cada Qual no Seu Barril, dramaturgia corporal de Bruna Longo e Daniela Flor. Direção: de Kleber Montanheiro. Indicada como melhor atriz ao prêmio FEMSA de Teatro Infantil e Jovem em 2012 (2011/2018); Carnavalha, de Bruna Longo. Direção: Kleber Montanheiro (2011); The Marriage of Medea. Direção: Eugenio Barba. Holstebro, Dinamarca (2008); Landrus & Cassia, escrito e dirigido por Brian O’Connor. Virginia, EUA (2007); Shentai – The Circus Must Go On. Direção: Martha Mendenhall. Virginia, EUA (2007); Ur-Hamlet. Direção: Eugenio Barba. Ravenna, Itália – Helsingør, Dinamarca - Holstebro, Dinamarca - Wroclaw, Polônia (2006/09). É também preparadora corporal e diretora de movimento, tendo trabalhado em projetos na Europa, Brasil e Estados Unidos.

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