Peça do dramaturgo, diretor e filósofo amazonense Francisco Carlos conecta temáticas recorrentes em torno de velhas e novas formas de colonialismo. Convidada da Mostra Oficial do Festival de Teatro de Curitiba 2019. Curta temporada de 15 apresentações. Fotos de cena de Annelize Tozetto feitas durante o Festival de Curitiba
Até o próximo dia 25, o Espaço Cênico do Sesc Pompeia estreia a peça do diretor amazonense, Francisco Carlos. “Relatos Efêmeros da França Antártica” retrata a tentativa de criação da França Antártica, uma colônia francesa, na baía de Guanabara.
O texto se serve da intervenção do colonizador Nicolas Durand de Villegagnon no Rio de Janeiro, entre 1555 e 1560, para abordar temáticas em torno das diferentes formas de colonialismo. Um fato histórico-mítico que é a cena inaugural do Rio de Janeiro com todas as suas suspenções e quedas.
Autor e diretor amazonense, Francisco Carlos é um dos mais singulares criadores do Teatro brasileiro. Estudou filosofia pela Universidade do Amazonas, aplica seus estudos em processos criativos que o levam a invenção de um teatro poético-filosófico-etnográfico, alimentado por um crescente no olhar e modos de viver dos povos originários das Américas, os índios.
Temas indígenas como a relação entre animais, homens e deuses o aproximam do conceito de perspectivismo ameríndio, desenvolvido pelo antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, que se torna um dos eixos do seu projeto artístico e autoral. Seu vasto repertório contabiliza cerca de 40 peças escritas e a direção de cerca de 30 montagens, entre elas está o seu mais ambicioso e reconhecido projeto, a tetralogia "Jaguar cibernético" formada pelas peças "Banquete Tupinambá ", “Aborígene em metrópolis”, “Xamanismo the connection” e “Floresta de Carbono” - De volta ao Paraiso Perdido”.
Sinopse:
Decomposição histórica da tentativa de criação da França-Antártica por Nicolas Durand de Villegagnon de 1555 a 1560, na baia de Guanabara, empreendimento colonizador francês, colônia francesa efêmera. Acontecimento histórico-mítico que é a cena inaugural da cidade do Rio de Janeiro com todas as suas suspensões e quedas. O texto está estruturado em quatro espelhos/atos.
Espelho 1- “Era-Glacial na França-Europa (1555 – 1560) - Os Nomes da Beleza de Diana de Poitiers”;
Espelho 2 – “Villegagnon e as Onças - O Forte Coligny”;
Espelho 3 – “Intérpretes-Franceses de Segredos Indígenas”
Espelho 4 – “Henriville - A Cidade-Suspensa-no-ar”.
Ficha técnica
Elenco: Begê Muniz, Conrado Costa, Cristiano Karnas, Daniel Faleiros, Elisa Telles, Hércules Morais, Lucas Fiorello, Majeca Angelucci, Ondina Clais, Roberto Borestein, Vinícius Franzolini
Dramaturgia, encenação e direção geral: Francisco Carlos
Direção de arte: Clíssia Morais
Cenografia: Miguel Aflalo, Julia Armentano e Maíra Benedetto
Figurino: Sandra Machado
Desenho de som: Ismael Sendenski
Desenho de luz: Júnior Docini
Treinamento de língua tupi: Eduardo Navarro
Coordenação de pesquisa de movimento: Elisa Telles
Treinamento de esgrima: Alkhas Lakerbai
Treinamento de técnicas de dança-teatro: Cristiano Karnas
Videomaker: Joaquim Castro
Direção de produção: Gabrielle Araújo
Assistente de produção: Antônio Franco
Assessoria de imprensa: Adriana Monteiro [Ofício das Letras]
Assessoria jurídica: Renata Araújo
Produção: Caboclas Produções
* Perfil retirado do catálogo do “Cena Brasil Internacional”, no qual o dramaturgo-encenador apresentou em Junho de 2016 (CCBB-RJ) a peça “Sonata fantasma bandeirante”, no elenco: Alessandra Negrini, Begê Muniz, Daniel Faleiros e Daniel Morozetti. (Luiz Felipe Reis)
Serviço:
"Relatos Efêmeros da França Antártica"
Até 25 de agosto de 2019, quarta a sábado, às 20h30 e domingos às 18h30
Espaço Cênico
Ingressos: R$ 6 (credencial plena/trabalhador no comércio e serviços matriculado no Sesc e dependentes), R$15 (pessoas com +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) e R$30 (inteira).
Classificação indicativa: livre.
Sesc Pompeia – Rua Clélia, 93.
Não tem estacionamento.
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