quarta-feira, 7 de agosto de 2019

.: "Na Anatomia Oca dos Pássaros" estreia no Teatro Arthur de Azevedo

Dias 13 e 20 de agosto no Teatro Arthur de Azevedo. Foto: Dino Bernardi

Mais do que sua biografia e obra, este espetáculo é um convite ao espectador, na forma de um ensaio poético, a adentrar a alma de Santos Dumont, e vislumbrar ali arquétipos que dizem respeito ao ser humano contemporâneo.

"Na Anatomia Oca dos Pássaros" - ensaio lírico a Santos Dumont é o novo projeto da Cia Terranova, radicada em São Paulo. Trata-se de um espetáculo multidisciplinar que se potencializa na interface entre o teatro, a música e a arte coreográfica da euritmia. Dino Bernardi assina texto, concepção e direção cênica desta encenação. A composição musical é de Marcelo S. Petraglia, e tem Saulo Camargo na percussão e Luis Antonio Ramoska no fagote.  O ator Vitor Placca integra a coreografia e contracena com a euritmia de Marília Barreto e Renate Nisch, euritmistas reconhecidas nacional e internacionalmente.

O espetáculo traz à cena o grande personagem da História do Brasil e mundial – Alberto Santos Dumont. Na fusão de texto e dramaturgia com composições musicais temáticas, executadas ao vivo, envolvidos pela coreografia insólita da euritmia, esta produção foca o drama existencial de Santos Dumont, entre o sonho e a obstinação, entre conquistas e perdas, e toca as questões centrais da resiliência e da confiança numa dimensão maior da biografia humana.

Interpretado pelo ator Vitor Placca, Na anatomia oca dos pássaros... expande seu voo às paragens mais internas da alma humana através da coreografia inédita realizada pelas euritmistas Marília Barreto e Renate Nisch. Texto e dramaturgia de Dino Bernardi e Fernando Aveiro ganham expressão plena através da inusitada composição musical de Marcelo S. Petraglia para gongos, tambores, fagote e metalofone, expressa ao vivo na percussão performática de Saulo Camargo, entrelaçada pelo lamento expressivo do fagote de Luis Antonio Ramoska. Tudo isto ampliado pelos figurinos diáfanos de Dino Bernardi, pelo cenário de Cesar Rezende, e pelos espaços pintados no light design de Tomate Saraiva. Quem orquestra a obra é o multiartista Dino Bernardi, que assina a concepção e direção deste poema cênico.

Por que Santos Dumont hoje? 
Personagens célebres da história deixam seu legado à humanidade tanto através de seus inventos e criações externas, quanto por suas conquistas internas e atitudes. Consolidam assim um status ao qual nós, cidadãos de tempos posteriores, sempre retornamos, em busca de mais ou maiores aprendizados.

O voo da Cia. Terranova 
Ao se debruçar sobre a personalidade de Santos Dumont, em 2018, através da criação do espetáculo Na anatomia oca dos pássaros – ensaio lírico a Santos Dumont, a Cia Terranova pretende oferecer ao público o resultado de uma investigação muito particular. Para além dos fatos biográficos, de sua inestimável contribuição no campo da aeronáutica, que mudou radical e vertiginosamente a vida da sociedade moderna, este espetáculo pretende enveredar pela paisagem existencial de Santos Dumont, buscando auscultar a alma do herói que almeja o impossível – fazer voar, sem limites, um objeto mais pesado que o ar!

Do 14 BIS ao século XXI
Uma grande agitação atravessou o século XX - desde os dias em que Santos Dumont estacionava sua Demoiselle diante das multidões nas ruas elegantes de Paris - e nos acomete ainda, de modo crescente, através da quantidade avassaladora de informações e de inovações que chegam a nós a cada dia, em velocidade vertiginosa e de modo espetacular, especialmente no campo da tecnologia. 

Ao lado de extraordinárias conquistas e descobertas, este período também produziu tenebrosas catástrofes. No campo das grandes invenções, atravessamos um século de expansão acelerada, de dimensões inimagináveis, acompanhada, entretanto, de dramático isolamento existencial, de solidão, de medos e incertezas.

Num mundo afetivamente árido e frenético, contaminados pelo ceticismo do materialismo e escravizados pelo pragmatismo do intelecto fomos abandonando nossos sonhos e ideais mais sublimes, fomos perdendo a poesia, dando lugar à dúvida, ao medo, ao ódio... que passaram a colorir nosso cotidiano. Paradoxalmente, vivenciamos o crescente clamor por uma sociedade mais justa, pelo respeito ao planeta, pela sobrevivência da dignidade humana. Como suportar tantos assombros? Reconhecemos a necessidade do novo, mas... haverá um tempo de encaminhamentos, de soluções, de mudanças de paradigmas? Haverá, afinal, algum aprendizado?

Na anatomia oca dos pássaros... pretende oferecer uma inspiração ao nosso tempo, quer acolher a dor humana, contemplar as perdas, fortalecer o sonho, redimir o fracasso ante as dimensões mais amplas da alma humana.

Sobre a Cia Terranova 2019 
Idealizada pela euritmista, coreógrafa e produtora Marília Barreto a partir de sua larga experiência com a Euritmia no Brasil, como artista e educadora, desde seu retorno da Holanda, em 1988, a Cia Terranova se apoia na experiência do Grupo de Euritmia de São Paulo (1988-2003), da qual foi membro fundador, e nos inúmeros espetáculos dos projetos Terra Brasilis Eurythmy e  Terranova Euritmia, ambos de criação da coreógrafa, que tem em seu portfólio 11 turnês internacionais, para os Estados Unidos e diversos países da Europa e Escandinávia, entre 2004 e 2016.

Produziu o espetáculo "Oblivion" (2010), que teve sua estreia em Järna/Suécia, e sua última apresentação em 2012 em São Paulo, sob direção cênica de Marcio Aurelio e direção de coreografia do sueco Göran Krantz. É de sua criação e repertório, em parceria com o diretor e dramaturgo Dino Bernardi, texto e coreografia da obra "Os Servos de Pan" (2014), que se apresentou em Porto Alegre, Juiz de Fora, São Paulo, Rio de Janeiro, e realizou em 2016 turnê à Alemanha, França e Suíça.

"Na Anatomia Oca dos Pássaros – Ensaio Lírico a Santos Dumont" nasce em 2017 com a composição musical de Marcelo S. Petraglia, permeada da dramaturgia, concepção e direção cênica de Dino Bernardi. O espetáculo teve sua estreia na 26ª Mostra de Teatro Monte Azul em julho de 2018 em São Paulo, seguida de apresentações na Cia Paideia de Teatro e no espaço Cultural Rudolf Steiner, também em São Paulo. 

De 6 a 27 de novembro de 2018 realizou sua 1ª temporada, no Teatro Itália. Aprovado pelo Edital Cleyde Iáconis da Secretaria Municipal de Cultura, o espetáculo  estará em circulação em São Paulo, entre maio e agosto deste ano, entre o CEU Butantã, o espaço da Cia Paideia de Teatro e o Teatro Itália. Em setembro e outubro fará turnê à Europa, em diversos contextos na Holanda, Alemanha e Suíça.

Ainda em 2019 a Companhia estreará no SESC Ribeirão Preto seu novo espetáculo, o infantil A rixa das bruxas, com texto e direção de Dino Bernardi e música de Marcelo S. Petraglia, que acompanhará “Na Anatomia Oca...” em sua turnê à Europa. Na volta, ainda este ano, fará temporada em São Paulo.

Parceiros
A Cia Terranova reúne no rol de seus parceiros inúmeros artistas, técnicos e artesãos da mais alta qualidade e experiência, entre euritmistas, músicos, atores, dramaturgos, encenadores, figurinistas, cenógrafos, aderecistas e iluminadores.

Missão e índole
 A Cia Terranova se dedica a produzir criações artísticas multidisciplinares, integrando a Euritmia, pilar central da Companhia, a outras artes afins – a Poesia, a Música, o Teatro, as Artes Plásticas. A atividade da Companhia se baseia na pesquisa e no diálogo, na livre reflexão filosófica, na construção de uma identidade coesa entre pensamento e ação - na arte e na vida - tendo como foco e fim o ser humano.



 “Criar Cultura através da Euritmia
é mover paradigmas, é inovar,
é promover o essencialmente humano,
no artista e no espectador.”
Marília Barreto


Teatro Arthur de Azevedo
Av. Paes de Barros, 955 Mooca São Paulo
Dias 13 e 20 de agosto às 21 hrs 
Censura 14 anos
Entrada Franca

Ficha Técnica e serviço
Duração: 60 minutos.
Recomendação: 14 anos
Gênero: drama
Texto e dramaturgia: Dino Bernardi e Fernando Aveiro
Direção cênica, figurino e cenário: Dino Bernardi
Direção artística: Marília Barreto
Coreografia e euritmia: Marília Barreto e Renate Nisch
Atuação: Vitor Placca
Fagote: Luis Antonio Ramoska
Percussão: Saulo Camargo
Composição e direção musical: Marcelo S. Petraglia
Cenotecnia: Cesar Rezende
Adereços: Denise Seignemartin
Light Design: Tomate Saraiva
Operação de luz: Claudio Brandão
Assistente de iluminação: Laura Porto
Confecção figurinos: Cleusa Silva
Fotografia: Rogerio Abbamonte
Filmagem: Novas Imagens – Gabriel Lehto
Design gráfico: Green Comunicações
Programação visual: Lucia Barretti
Assessoria de imprensa: Flavia Fusco Comunicação
Produção: João Carlos Villela
Direção de produção: Marília Barreto
Realização: TERRANOVA Cultura & Transformação

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