As Vidas de Serra Pelada – Foto: ©Sebastiao Salgado
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Os mineradores Etevaldo da Cruz Arantes e Ivan Barros de Almeida Lima compartilham com o público sobre como era o dia-a-dia no garimpo, as vidas que se perderam, os homens que enriqueceram e os que saíram de mãos vazias. A atividade é gratuita e para participar é necessário retirar ingressos com uma hora de antecedência.
O garimpo
Um morro que se transformou em cratera e a cratera que se findou lago, assim foi o processo de exploração da mina de ouro conhecida como Serra Pelada. Desde sua descoberta em 1979, o local, na atual cidade de Curionópolis, chegou a receber 50 mil garimpeiros, de diversas partes do país, em busca do mesmo sonho: enriquecer.
O "formigueiro humano", que recebeu o título de maior mina a céu aberto do mundo, tinha um fluxo intenso de trabalho, com 200 metros de diâmetro e mesma profundidade. O garimpo era repartido em lotes de 2x3 metros, e os trabalhadores divididos segundo suas funções: meia-praça, cavador, apontador, apurador e o formiga. Não eram permitidas mulheres, armas e álcool, sendo os policiais federais responsáveis por conter a violência. A mina foi fechada em 1992, por questões de segurança.
Os convidados
Ivan Barros de Almeida Lima, 72 anos, nasceu em Grajaú, no Maranhão, chegou em Serra Pelada em fevereiro de 1980. Trabalhou duro carregando saco nas costas. Pegou mais de 40 quilos de ouro e hoje vive como artesão no Distrito de Serra Pelada, município de Curionópolis, Pará. Sua casa é simples e a rua não é pavimentada.
Etevaldo da Cruz Arantes, 55 anos, ingressou no garimpo com 16 anos, na condição de "furão" (sem autorização). Nasceu no Espírito Santos, no município de Pinheiros, migrou com a família em busca de Terra e se estabeleceu em Marabá. É uma das lideranças dos garimpeiros e por isso mesmo já enfrentou repressão e foi preso. Estava na ponte rodoferroviária, em 1987, quando a Polícia Militar desobstruiu a via de forma violenta. Ainda hoje mora em Serra Pelada.
Paulo Roberto Ferreira, 67 anos, jornalista e escritor, autor do livro "Encurralados na Ponte - o massacre dos garimpeiros de Serra Pelada". Já escreveu várias reportagens sobre a dinâmica de funcionamento e a vida nos garimpos no Pará.
A exposição
A exposição "Gold – Mina de Ouro Serra Pelada", em cartaz no Sesc Avenida Paulista de 17 de julho a 3 de novembro, traz o registro da década de 1980 feito pelo premiado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado. As mais de cinquenta fotografias revelam o que foi o maior garimpo a céu aberto do mundo, na região da Amazônia Paraense. Até novembro uma série de atividades acontecem na programação integrada à exposição, com cursos, oficinas, bate-papos e saída fotográficas.
Serviço
"As Vidas de Serra Pelada"
Bate-papo com Paulo Roberto Ferreira, Etevaldo da Cruz Arantes e Ivan Barros de Almeida Lima
Dia 4 de setembro de 2019, às 19h30 (quarta), na Praça (térreo)
Grátis – retirada de ingressos com uma hora de antecedência no local
Classificação: 14 anos
Exposição "Gold – Mina de Ouro Serra Pelada"
De Sebastião Salgado
Até 3 de novembro de 2019, das 10h às 21h30 (terça a sábado) e das 10h às 18h30 (domingos e feriados).
Arte I (5º andar) – Educativo no 6º andar
Grátis – não é necessário retirar ingressos
Classificação: livre
Agendamento de grupos: agendamento@avenidapaulista.sescsp.org.br
Sesc Avenida Paulista
Avenida Paulista, 119, São Paulo
Telefone: (11) 3170-0800
Transporte público: Estação Brigadeiro do Metrô – 350m
Horário de funcionamento da unidade: terça a sábado, das 10h às 22h.
Domingos e feriados, das 10h às 19h.
Horário de funcionamento da bilheteria: terça a sábado, das 10h às 21h30.
Domingos e feriados, das 10h às 18h30.
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