O espetáculo "Cordel do Amor sem Fim", com Helena Ranaldi, Patricia Gasppar, Débora Gomez, Luciano Gatti e Rogério Romera está em cartaz até dia 8, de quinta a domingo, no Sesc Santo Amaro.
O texto de Cláudia Barral retrata de forma simples e poética a esperança e o amor, duas coisas que se acabam juntas. De acordo com a mensagem que aponta o espetáculo, o amor é quando a gaiola está aberta, quando a coleira está frouxa. O amor é o de soltar, esse de prender é vaidade.
A premiada autora, que atua em diversos campos da produção literária como dramaturga, roteirista, contista e poetisa, apresenta o texto "Cordel do Amor Sem Fim", uma história simples e universal capaz de ganhar a empatia do público tornando-o cúmplice das fantasias do amor, de suas inquietações, de suas lembranças e da profunda saudade da quase utópica felicidade.
O cotidiano simples de três irmãs que vivem à margem do velho rio São Francisco suscita temas como solidão, esperança, tempo, paixão, dor, destino, acaso, a força do feminino, e a eterna busca pela felicidade e pelo amor – questões presentes e relevantes desse mundo dito pós-moderno.
Em "Cordel do Amor Sem Fim", o tempo não passa do mesmo jeito que o nosso. As personagens que vivem em Carinhanha, fronteira da Bahia com Minas Gerais, flertam com esse tempo, levando ao expectador a sensação de descolamento do tempo real e acelerado da vida contemporânea. A partir de personagens sutis e singelos que trazem à cena uma apaixonante simplicidade, a autora nos apresenta um universo lúdico e genuíno, característicos de sua escrita.
Partindo de uma narrativa poética e da execução de canções originais, um narrador nos apresenta uma história de amor onde, nós expectadores, percebemos a respiração, a leveza e a esperança que permeiam as relações entre três irmãs; Madalena (Helena Ranaldi), Carminha (Patricia Gasppar) e Tereza (Débora Gomez).
Três distintas personalidades que se complementam, podendo ser vistas como uma só, retratando assim o feminino de forma plena e absoluta. No dia em que Tereza, a irmã mais nova ficará noiva de José (Luciano Gatti), todos são surpreendidos com a chegada de Antônio (Rogério Romera), que promete ocupar o lugar de José.
A partir desse momento as personagens vivem a expectativa da espera de um possível encontro entre José e Antônio, transformando assim a simples rotina e a vida de todos que vivem na pequena cidade de Carinhanha.
Aparentemente distante de nossa realidade e mais distante ainda de nossas referências urbanas, as personagens nos conduzem rio adentro. Vezes ingênuas e paradoxalmente grifadas em cores marcantes são completamente identificáveis por cada expectador na alegria de viver, na força da atitude, na paixão, no desejo e na saudade. De tão humanas, essas personagens parecem romper com a distância entre o urbano e o sertão, entre as águas dos rios e o solo das fronteiras do nosso Brasil.
Uma conexão da poesia e da mítica popular brasileira. Uma história familiar para muitos que passam a vida à procura de um sentido maior, para quem vive ou quer viver um grande amor e para quem se alimenta da mais fácil e não menos difícil procura, que é justamente encontrar-se no outro.
"Cordel do Amor sem Fim" é um suspiro de amor, um alívio para a alma do espectador, acredita o diretor Daniel Alvim. “Em tempos difíceis de polarização, o espetáculo dá ao público a oportunidade de tentarmos resgatar o tempo e os verdadeiros sentidos das relações humanas. Cordel resgata o cheiro, as cores, e a escuta do vento. Estar diante desse texto é como estar à beira de um pequeno cais à espera de uma embarcação sem motor. Uma embarcação soprada pelo vento para terra firme. 'Cordel do Amor sem Fim' é tentar encontrar o Amor, é tentar encontrar-se consigo mesmo”, esclarece.
"Cordel do Amor sem Fim" é o Velho Chico, uma força poética. Rio onde o curso e o tempo de suas águas jamais serão alterados. O destino da vida que segue como leito. A margem esquerda, onde o horizonte se estende rio acima e rio abaixo. O rio largo, ouro derretido nas tardes de abril e espelho nas noites claras de agosto.
Sinopse
Na pacata cidade de Carinhanha, sertão baiano, às margens do rio São Francisco, vivem três irmãs – Madalena, Carminha e a jovem e sonhadora Tereza, por quem o namorado José nutre um sentimento arrebatador e possessivo. No dia em que José vai pedi-la em casamento, um encontro no porto da cidade sela o destino de Tereza: ela se apaixona por Antônio, um viajante que está de passagem pela cidade. A partir deste ponto, a trama se desenrola em função da espera de Tereza pelo retorno de Antônio. A espera contagia a todos e as personagens passam a viver na expectativa de que algo mude suas vidas.
Ficha Técnica
Texto: Cláudia Barral
Direção: Daniel Alvim
Elenco: Helena Ranaldi, Patrícia Gasppar, Débora Gomez, Luciano Gatti e Rogério Romera
Trilha Sonora: Marcello Amalfi
Iluminação: Wagner Freire
Cenografia: André Cortez
Figurinos: Anne Cerutti
Caracterização: Westerley Dornellas (Camarim Brasil)
Fotos: Priscila Prade
Assessoria de Imprensa: Morente Forte
Produtores Associados: Helena Ranaldi, Daniel Alvim e Emerson Mostacco
Realização: Alvim Produções Artísticas, Arte Ranaldi Produções Artísticas e Mostacco Produções artísticas
Sobre a autora e o diretor
Cláudia Barral é formada em Interpretação Teatral pela Universidade Federal da Bahia, com estágio de aperfeiçoamento na Academia Russa de Arte de Moscou e formação em Roteiro pela Academia Internacional de Cinema. Cláudia atua em diversos campos da produção literária, como dramaturga, roteirista, contista e poetisa no Brasil no Brasil, em Portugal, na Alemanha e na Itália. Na sua produção em dramaturgia destacam-se “O Cego e o Louco” (Prêmio Copene 2000, com versão roteirizada para a TV Cultura em 2007), “Cordel do Amor sem Fim” (Prêmio Funarte 2004; Indicação ao Prêmio de Melhor Texto no Festival Internacional de Angra dos Reis, 2013) e “Hotel Jasmim” (Prêmio Heleny Guariba de Dramaturgia Feminina, 2013), peça de teatro que inspirou o curta de mesmo nome.
Daniel Alvim é ator, diretor e produtor Daniel Alvim é um dos fundadores das companhias Pessoal do Faroeste e Bendita Trupe. Recentemente, foi indicado ao Prêmio Shell de melhor ator pelo trabalho em “Dias de Vinho e Rosas” (2015), com texto de JP Miller e direção de Fábio Assunção. Também atuou nas peças “Vidas Privadas” (2014), de Noel Coward, com direção de José Possi Neto; “Maria Miss” (2012), de Guimarães Rosa, dirigida por Yara Novaes; “O Casamento” (2013), de Nelson Rodrigues, com encenação de Johana Albuquerque; entre outras. Como diretor, Alvim montou os espetáculos “Quase Lá” (2011), de Maurício Barros; “Vida & Obra de um Tipo à Toa” (2012), de Mário Viana e “Se existe eu ainda não encontrei” (2017/2018) de Nick Payne. No cinema, atuou no longa-metragem “Reis e Ratos”, de Mauro Lima, “O Doutrinador” de direção Gustavo Bonafé.
Serviço
"Cordel do Amor sem Fim"
Sesc Santo Amaro
Espaço das Artes (100 lugares)
Rua Amador Bueno, 505
Outras informações: (11) 5541-4000
Bilheteria: terça a sexta, das 10h às 21h30. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30. Acessibilidade. Estacionamento da unidade: R$ 5,50 a primeira hora e R$ 2 por hora adicional (Credencial Plena); R$ 12,00 a primeira hora e R$ 3 por hora adicional (outros). Preço único mediante apresentação de ingresso (a partir das 18h): R$ 7,50 (Credencial Plena) e R$ 15 (outros). Disponibilidade: 158 vagas para carros e 36 para motos. A unidade possui bicicletário gratuito.
Vendas online. Vendas na bilheteria, às 17h30. Ingressos à venda nas bilheterias em toda rede Sesc SP.
Quinta e sexta às 21h | Sábado às 20h | Domingo às 18h30
Ingressos: R$ 30
R$ 15 (meia-entrada: estudante, servidor de escola pública, +60 anos, aposentado e pessoa com deficiência)
R$ 9 (credencial plena: trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes)
Duração: 60 minutos
Recomendação: 14 anos
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