Crédito: Valéria Lima |
A trama aborda as tensões e expectativas de uma mãe pastora evangélica e seu único filho, que é homossexual e está em processo de rompimento com a igreja. Eles vivem em cidades distintas e planejam se reencontrar depois de muito tempo sem se ver. Elenco traz Adriane Henderson e Pablo Azevedo.
As distâncias geográfica, cultural, intelectual e espiritual existentes entre uma mãe fundamentalista religiosa e um filho que pertence à comunidade LGBTQUIA+ são temas de “Bolhas”, com texto e direção de Haroldo França. As apresentações seguem até 14 de outubro e acontecem às sextas, aos sábados e às segundas-feiras, às 21h, e aos domingos, às 19h.
“A peça fala sobre polarização. Vivemos em um tempo em que os ânimos estão muito inflamados para discutir qualquer coisa. As pessoas criam muitos pré julgamentos em relação a quem não concorda com elas e automaticamente interrompem o diálogo e partem para a intolerância. Estamos dispostos a entender quem pensa diferente, a entrar nesse outro campo, a furar essa bolha?”, indaga o autor e diretor Haroldo França.
A trama aborda as tensões e expectativas de uma mãe e seu único filho, que vivem em cidades distintas e planejam se reencontrar depois de muito tempo sem se ver. Ela é uma pastora evangélica de pensamento fundamentalista e ele é homossexual e está em processo de rompimento com a igreja. Mãe e filho se amam na mesma medida em que se machucam.
A dramaturgia é fundamentada na contradição entre amor e violência, relacionamento e incomunicabilidade, presença e ausência. Cada cena comporta dois tempos e dois espaços, de modo que os personagens parecem dialogar, mas, na verdade, estão em situações opostas, distantes. Para acentuar essas dualidades, a plateia é dividida em lados opostos do espaço cênico.
A ideia é partir para o viés emocional para mostrar como as pessoas são intolerantes e como nenhum dos personagens tem uma visão simplista do mundo de acordo com o preconceito do outro. “A mãe pode ser até mais carismática que o filho em muitos momentos e ela é superprotetora como muitas mães. É uma tentativa de quebrar esse estereótipo sobre o evangélico. Ela faz um esforço real para tentar entender o lado desse filho. A mensagem principal da peça é: não vamos nunca entrar em acordo, mas podemos ter bons momentos juntos. E família é isso. É pelo viés do afeto que vamos construir as coisas.”, revela o autor.
A peça foi escrita em 2017, no Núcleo de Dramaturgia SESI – British Council, ocasião em que ganhou a primeira direção de Vinícius Calderoni. Desde então, o texto tem passado por um longo processo de reescrita.
Sobre Haroldo França
Natural de Belém do Pará, Haroldo possui experiência com teatro amador e profissional desde 2004. É formado pelo curso técnico de formação de atores da Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (2008-2010), possui especialização em Artes Cênicas pela Faculdade Paulista de Artes (2013-2014) e mestrado em Meios e Processos Audiovisuais pela ECA – USP (2015-2018). Como diretor, possui experiência com teatro amador em Belém, onde dirigiu os espetáculos "Jogo de Sete" (2008), "Massacre" (2009) e "Ópera Profano" (2010). Como dramaturgista, foi autor de "Dons de Quixote" (2009) e "Encantados S/A" (2011), ambos encenados pelo Grupo de Teatro Universitário da UFPa. Em São Paulo, fundou a Cia. do Sereno e encenou os textos de sua autoria "Classe Econômica" (2013), "A Aventura de Ícaro" (2015) e “Trabalhar Não Faz o Menor Sentido” (2018). Atualmente, também é produtor musical, compositor e vocalista no duo Ctrl+N, projeto musical voltado para o empoderamento da comunidade LGBTQIA+.
Sobre a Cia. do Sereno
A Cia. do Sereno é um grupo jovem, fundado em 2012 por atores paraenses residentes em São Paulo. Com o passar do tempo, o grupo se tornou heterogêneo, tendo participação de pessoas de diferentes regiões do Brasil. Em 2013, como resultado de um processo colaborativo, estreou o pocket
espetáculo “Erótica”, apresentado em saraus e pequenos festivais. Em 2014, estreou a comédia “Classe Econômica”, que abordou a ascensão da classe média brasileira e ficou em cartaz nos teatros Commune e do Ator. Em 2015, na programação do festival “Satyrianas”, houve a estreia de “O Prazer É Todo Seu”, que, logo em seguida, entrou em cartaz no Teatro do Ator e foi a primeira experiência da Cia. com uma linguagem menos tradicional, fazendo uso de elementos épicos e pós-dramáticos na dramaturgia e na montagem. Em 2016, nos teatros Amadododito e Lélia Abramo, houve estreia e temporada do primeiro infantil, intitulado “A Aventura de Ícaro”. Em 2018, o grupo voltou a trabalhar com público adulto, em sua primeira tragicomédia, intitulada “Trabalhar Não Faz o Menor Sentido”.
Sinopse
Mãe e filho se amam na mesma medida em que se machucam. Ela, pastora evangélica, de pensamento fundamentalista e ele, filho único, homossexual, em processo de rompimento com a igreja. Não existe acordo. Vivem em cidades distintas há alguns anos e estão planejando um reencontro. As tensões e expectativas por esse momento se misturam às lembranças de sua conturbada relação. Em cena, ambos presentes, dialogam sem se comunicar.
Ficha Técnica
Direção e dramaturgia: Haroldo França
Assistência de direção e preparação corporal: Valéria Lima
Elenco: Adriane Henderson e Pablo Azevedo
Produção: Haroldo França
Sonoplastia e operação de som: Valéria Lima
Figurino e maquiagem: Pablo Azevedo e Valéria lima
Light designer: Giu Valentim
Operação de luz: Nicholas Duran
Assessoria de imprensa: Bruno Motta e Verônica Domingues - Agência Fática
Serviço
"Bolhas", da Cia. do Sereno
SP Escola de Teatro – Sede
Roosevelt – Sala Hilda Hilst – Praça
Roosevelt, 210, Centro
Temporada:
13 de setembro a 14 de outubro
Às sextas, aos sábados e às segundas-feiras,
às 21h, e aos domingos, às 19h
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$15 (meia-entrada e classe artística)*
*Pagamento em dinheiro ou cartão de débito
Venda online: https://www.sympla.com.br/espetaculo-bolhas__620049
Classificação: 12 anos
Duração: 80 minutos
Informações: (11) 3775-8600
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