Campanha inclui texto sobre a visão do ator, cineasta e escritor sobre o tema "Pai Presente". Fotos: Derek Mangabeira |
“Quando eu penso sobre ser pai, pra mim tem a ver com que tipo de memória eu quero que meu filho tenha.
Meu pai foi um pai presente. Era um homem muito responsável e exemplar. Mas eu não entendia o que era a paternidade ideal. Tem uma coisa que sempre me intrigou: a ideia de que a mãe é a responsável pela criação dos filhos, e o pai ajuda. Como se a responsável fosse a mãe, e o pai um auxiliar.
Eu me sinto responsável. Ser pai ativo, pra mim, é uma bênção. Sei que eu não sou uma pessoa perfeita, eu não tenho todas as respostas, mas eu fico muito feliz quando os meus filhos me procuram com dúvidas. Eu vou aprendendo que às vezes eu não vou ter resposta pra eles, mas eu posso acolher, eu posso tentar descobrir junto.
O mundo, pro pai ativo, oferece alguns desafios. É um lugar cercado de medos. Depois que eu virei pai eu tenho medo de viajar de avião, de ser mau exemplo, de errar por excesso, de não enxergar alguma coisa. Às vezes cansa também porque a gente tem que estar atento o tempo todo. Tem um cansaço físico e mental, que é preciso falar também pra gente não entrar num formato de paternidade ideal.
O importante é criar boas memórias, elas vão ficar pra sempre. Como no dia que eu apertei a mão dele forte sem dizer nada, olhando fundo no olho dele, porque estava apreensivo pra entrar na escola. Ou quando ela conquistou alguma coisa num brinquedo do parquinho e eu celebrei. Pra ela ver que isso era uma vitória.
Ser pai é isso: Não dá pra ser perfeito. O que dá é pra ser presente”.
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