Quando ainda eram
namoradas, Iza (Izabela Starling) e Lola (Heloisa Etelvina) visitavam sex shops e sentiam falta de produtos
feitos para mulheres. Consideravam tudo aquilo muito feio, desconfortável, sem
sutilileza ou naturalidade… e o pior: pensado para o homem como o único tipo de
consumidor possível. “Infelizmente o
fetiche masculino ainda domina no mercado erótico. As mulheres são tratadas
como objeto por essa indústria”, Lola.
Se o sexo e a maneira de encará-lo mudou com o passar dos anos, o mesmo não poderia ser dito dos produtos vendidos nas sex shops até pouco tempo atrás. No entanto, apesar de o mercado ainda ser muito machista, é possível enxergar um movimento de mulheres conquistando esse espaço e criando produtos e serviços feitos para o sexo feminino. Com isso, elas passaram a se sentir respeitadas e puderam se ver representadas na hora de fazer sexo.
Algumas empresas que já repararam nessa tendência e respeitam os anseios das mulheres são a Dame e Unbound Babes, marcas norte-americanas focadas 100% no prazer da mulher. No Brasil, o destaque é a Pantynova, marca que vem sendo cada vez mais conhecida entre as mulheres justamente por colocar o desejo feminino em primeiro lugar.
Insatisfeitas com o que encontravam à venda, elas começaram a pesquisar o mercado e o desenvolvimento de produtos sexuais. “A vontade de começar a criar esses produtos partiu realmente da nossa frustração com o mercado. Pensamos que teríamos que conquistar esse espaço com uma visão e linguagem que acreditamos e que vai na contramão do mercado erótico, ainda muito machista”, explica Iza.
Mas, se o Brasil ainda é conservador quando se trata de colocar em prática os desejos sexuais, hoje em dia quem são as pessoas que procuram por brinquedos eróticos? De acordo com Iza e Lola, são aquelas que estão em busca de mais conhecimento sobre o próprio corpo. Uma percepção que pode ser tanto biológica quanto da própria sexualidade, mas existem diferenças.
“O tesão da mulher é diferente do homem. Começa nos detalhes, é complexo. Produtos desconfortáveis, que machucam ou que possuem um design horrível não vão deixar uma mulher excitada. No mercado, os strapons são feitos de couro ou material plástico. Esses machucam, chegam até cortar ou assar na hora do sexo. São duros e difíceis de usar com todas aquelas tiras”, explica Iza.
Se o sexo e a maneira de encará-lo mudou com o passar dos anos, o mesmo não poderia ser dito dos produtos vendidos nas sex shops até pouco tempo atrás. No entanto, apesar de o mercado ainda ser muito machista, é possível enxergar um movimento de mulheres conquistando esse espaço e criando produtos e serviços feitos para o sexo feminino. Com isso, elas passaram a se sentir respeitadas e puderam se ver representadas na hora de fazer sexo.
Algumas empresas que já repararam nessa tendência e respeitam os anseios das mulheres são a Dame e Unbound Babes, marcas norte-americanas focadas 100% no prazer da mulher. No Brasil, o destaque é a Pantynova, marca que vem sendo cada vez mais conhecida entre as mulheres justamente por colocar o desejo feminino em primeiro lugar.
Insatisfeitas com o que encontravam à venda, elas começaram a pesquisar o mercado e o desenvolvimento de produtos sexuais. “A vontade de começar a criar esses produtos partiu realmente da nossa frustração com o mercado. Pensamos que teríamos que conquistar esse espaço com uma visão e linguagem que acreditamos e que vai na contramão do mercado erótico, ainda muito machista”, explica Iza.
Mas, se o Brasil ainda é conservador quando se trata de colocar em prática os desejos sexuais, hoje em dia quem são as pessoas que procuram por brinquedos eróticos? De acordo com Iza e Lola, são aquelas que estão em busca de mais conhecimento sobre o próprio corpo. Uma percepção que pode ser tanto biológica quanto da própria sexualidade, mas existem diferenças.
“O tesão da mulher é diferente do homem. Começa nos detalhes, é complexo. Produtos desconfortáveis, que machucam ou que possuem um design horrível não vão deixar uma mulher excitada. No mercado, os strapons são feitos de couro ou material plástico. Esses machucam, chegam até cortar ou assar na hora do sexo. São duros e difíceis de usar com todas aquelas tiras”, explica Iza.
O strapon é um brinquedo erótico,
geralmente um pênis artificial, que pode ser amarrado ao quadril de uma mulher
para que esta faça a penetração em outra, ou mesmo no ânus de um homem. O
produto possui uma saliência que penetra na vagina ou massageia o clitóris da
mulher que o usa, para que esta também tenha prazer enquanto realiza a
penetração. “O nosso strapon traz o conforto da calcinha alinhado à
funcionalidade. Nós nos preocupamos com a qualidade do tecido, caimento do
produto no corpo e até mesmo com a embalagem. Nós queremos que a cliente tenha
uma experiência maravilhosa, do momento da escolha do produto até o seu uso”, explica.
Para as empresárias, o sexo não é tabu, mas elas entendem que a sexualidade, mesmo entre quatro paredes, no Brasil ainda é. Então pensaram que a melhor maneira para quebrar esses preconceitos e desconfortos seria falar sobre o assunto de forma leve e divertida.
Iza e Lola terminaram o namoro no início de 2018, mas a relação se transformou em algo maior: a união de ambas para ajudar muitas outras mulheres a se descobrirem sexualmente. “É normal escutar piadas de meninos sobre pênis ou masturbação, mas para as mulheres isso é assunto proibido. Acaba que somos criadas sabendo pouco sobre o nosso corpo, como funciona e o que nos dá mais prazer. A procura de produtos eróticos vem para devolver essa autonomia sexual para as mulheres e ajudá-las a desconstruir tabus”, Iza.
Hoje elas se dividem na criação de produtos que agradem não apenas as mulheres, considerando também os fetiches masculinos. Também atualizam com frequência o podcast da Pantynova, que tem a sessão “Hersecret”, um canal aberto para falarem sobre a sexualidade feminina sem tabus ou julgamentos, e ainda divulgarem “segredinhos” íntimos dos ouvintes. Nesse podcast, ainda há espaço para a leitura de contos eróticos.
No site da sex shop, podem ser acessados textos escritos com a linguagem do dia a dia para descrever produtos. Também falam sobre sexo com muita naturalidade em artigos assinados por elas mesmas. Um deles, “A Anatomia da Pepeka”, que discute brevemente a biologia da vulva e da área interior da vagina, foi um sucesso que recebeu dezenas de mensagens de agradecimento até de mulheres surpresas, porque nem conheciam a própria anatomia.
Outro artigo que se destaca é “‘Guia do Vibrador”, com a afirmação de que todos os produtos podem ser usados por casais, mas quase ninguém realmente conhece os tipos de vibradores e para que eles funcionam. “Tivemos medo de que isso fosse nos limitar à nossa bolha social, mas era o que sabíamos fazer e tem dado certo. Vem atingindo mulheres de todo o Brasil”, Lola.
A mulher consciente de seus anseios e desejos vêm na direção contrária a um país que está encaretando de maneira gradativa. “Vemos o sexo solitário como um ato de autocuidado, é saber que você pode atingir o orgasmo hoje, agora, do seu jeito. É não depender do outro para conseguir se satisfazer. Não vemos o sexo solitário como uma tendência, até porque muitas mulheres se sentem culpadas por buscar prazer, mas queremos desconstruir tabus e promover a masturbação feminina como algo natural - seja usando as mãozinhas ou um acessório erótico. O importante mesmo é que as mulheres se sintam confortáveis em tocar os seus corpos e entenderem mais sobre o próprio prazer”, conclui Iza.
O dildo preferido entre as brasileiras e brinquedinhos para namorados
Para as empresárias, o sexo não é tabu, mas elas entendem que a sexualidade, mesmo entre quatro paredes, no Brasil ainda é. Então pensaram que a melhor maneira para quebrar esses preconceitos e desconfortos seria falar sobre o assunto de forma leve e divertida.
Iza e Lola terminaram o namoro no início de 2018, mas a relação se transformou em algo maior: a união de ambas para ajudar muitas outras mulheres a se descobrirem sexualmente. “É normal escutar piadas de meninos sobre pênis ou masturbação, mas para as mulheres isso é assunto proibido. Acaba que somos criadas sabendo pouco sobre o nosso corpo, como funciona e o que nos dá mais prazer. A procura de produtos eróticos vem para devolver essa autonomia sexual para as mulheres e ajudá-las a desconstruir tabus”, Iza.
Hoje elas se dividem na criação de produtos que agradem não apenas as mulheres, considerando também os fetiches masculinos. Também atualizam com frequência o podcast da Pantynova, que tem a sessão “Hersecret”, um canal aberto para falarem sobre a sexualidade feminina sem tabus ou julgamentos, e ainda divulgarem “segredinhos” íntimos dos ouvintes. Nesse podcast, ainda há espaço para a leitura de contos eróticos.
No site da sex shop, podem ser acessados textos escritos com a linguagem do dia a dia para descrever produtos. Também falam sobre sexo com muita naturalidade em artigos assinados por elas mesmas. Um deles, “A Anatomia da Pepeka”, que discute brevemente a biologia da vulva e da área interior da vagina, foi um sucesso que recebeu dezenas de mensagens de agradecimento até de mulheres surpresas, porque nem conheciam a própria anatomia.
Outro artigo que se destaca é “‘Guia do Vibrador”, com a afirmação de que todos os produtos podem ser usados por casais, mas quase ninguém realmente conhece os tipos de vibradores e para que eles funcionam. “Tivemos medo de que isso fosse nos limitar à nossa bolha social, mas era o que sabíamos fazer e tem dado certo. Vem atingindo mulheres de todo o Brasil”, Lola.
A mulher consciente de seus anseios e desejos vêm na direção contrária a um país que está encaretando de maneira gradativa. “Vemos o sexo solitário como um ato de autocuidado, é saber que você pode atingir o orgasmo hoje, agora, do seu jeito. É não depender do outro para conseguir se satisfazer. Não vemos o sexo solitário como uma tendência, até porque muitas mulheres se sentem culpadas por buscar prazer, mas queremos desconstruir tabus e promover a masturbação feminina como algo natural - seja usando as mãozinhas ou um acessório erótico. O importante mesmo é que as mulheres se sintam confortáveis em tocar os seus corpos e entenderem mais sobre o próprio prazer”, conclui Iza.
O dildo preferido entre as brasileiras e brinquedinhos para namorados
Há um ano e meio
no mercado, elas já entenderam o perfil de mulheres que procuram pelo dildo –
popularmente conhecido como vibrador. “Sentimos
que o tamanho faz diferença na escolha do dildo, e nem sempre o
maior é o mais pedido. Acredito que um tamanho considerado ‘normal’ é o
preferido. Já com relação às formas e texturas, isso pode variar muito”, explica Lola.
Os produtos
favoritos dos casais são os strapons e dildos, bem como os vibradores do tipo bullet, que são aqueles pequenininhos, super portáteis e com a
principal função de estimular o clitóris. “Nós
somos a sex shop da mulher do futuro, né? Quando algum
homem acessa o site da loja, geralmente eles buscam produtos para agradar a
parceira. Estão em busca de um presentinho e acabam comprando um vibrador de casal ou até
mesmo outros tipos de vibradores”.
Elas afirmam que todo vibrador pode ser usado por casais, então o que vale é abrir a cabeça, mas ainda existem alguns específicos para a mulher usar enquanto é penetrada pelo parceiro ou parceira. Esses são conhecidos como vibradores para casais. “Esses geralmente tem formato em U e possuem vibrações nas duas extremidades, uma encaixa na vagina enquanto a outra estimula o clitóris. É bem intenso, super recomendamos”, afirma Iza.
Elas afirmam que todo vibrador pode ser usado por casais, então o que vale é abrir a cabeça, mas ainda existem alguns específicos para a mulher usar enquanto é penetrada pelo parceiro ou parceira. Esses são conhecidos como vibradores para casais. “Esses geralmente tem formato em U e possuem vibrações nas duas extremidades, uma encaixa na vagina enquanto a outra estimula o clitóris. É bem intenso, super recomendamos”, afirma Iza.
“Outra dica muito legal para casais é
deixar um vibrador clitoriano
ou um sugador de clitóris
com a parceira enquanto ela é penetrada. Assim ela pode dar uma estimulada bem
intensa no clitóris enquanto rola o vai e vem (o que é super importante visto
que a maioria das mulheres atingem o orgasmo pela estimulação clitoriana e não
por meio da penetração”, explica Iza.
Para namorados veteranos em usar produtos voltados para transar, elas indicam algemas, coleiras e harness (item que mistura cinto e coleira), que podem dar boa uma esquentada. “Brincar com dominação pode ser muito legal. Inversão de papéis pode ser uma boa também, aliás, uma ótima! Também acredito que todo mundo deveria transar com strapon pelo menos uma vez na vida! Os homens ainda precisam se desconstruir com relação a isso. Existe uma ideia que ter prazer anal está relacionado com a orientação sexual, o que é uma grande mentira… O bumbum é uma região erógena, então independentemente da sua orientação sexual, você vai, sim, ter prazer lá atrás”.
Para as lésbicas que já tentaram strapon, elas recomendam um dildo duplo. “Esse produto permite que vocês duas se penetrem ao mesmo tempo. Leva um tempinho para aprender o ritmo, mas também é maravilhoso. E, se você já tiver tudo isso que tal dar uma inovada trazendo um sugador clitoriano para a cama? Esses produtos possuem uma nova tecnologia e prometem levar a mulher ao orgasmo em poucos minutos… Fica a dica de presente, ou até mesmo para usar durante o sexo enquanto rola a penetração”. Realmente a sexualidade está de cara nova. Ainda bem.
*Helder Moraes Miranda é bacharel em jornalismo e licenciado em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos, pós-graduado em Mídia, Informação e Cultura, pela USP - Universidade de São Paulo, e graduando em Pedagogia, pela Univesp - Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Participou de várias antologias nacionais e internacionais, escreve contos, poemas e romances ainda não publicados. É editor do portal de cultura e entretenimento Resenhando.
Para namorados veteranos em usar produtos voltados para transar, elas indicam algemas, coleiras e harness (item que mistura cinto e coleira), que podem dar boa uma esquentada. “Brincar com dominação pode ser muito legal. Inversão de papéis pode ser uma boa também, aliás, uma ótima! Também acredito que todo mundo deveria transar com strapon pelo menos uma vez na vida! Os homens ainda precisam se desconstruir com relação a isso. Existe uma ideia que ter prazer anal está relacionado com a orientação sexual, o que é uma grande mentira… O bumbum é uma região erógena, então independentemente da sua orientação sexual, você vai, sim, ter prazer lá atrás”.
Para as lésbicas que já tentaram strapon, elas recomendam um dildo duplo. “Esse produto permite que vocês duas se penetrem ao mesmo tempo. Leva um tempinho para aprender o ritmo, mas também é maravilhoso. E, se você já tiver tudo isso que tal dar uma inovada trazendo um sugador clitoriano para a cama? Esses produtos possuem uma nova tecnologia e prometem levar a mulher ao orgasmo em poucos minutos… Fica a dica de presente, ou até mesmo para usar durante o sexo enquanto rola a penetração”. Realmente a sexualidade está de cara nova. Ainda bem.
*Helder Moraes Miranda é bacharel em jornalismo e licenciado em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos, pós-graduado em Mídia, Informação e Cultura, pela USP - Universidade de São Paulo, e graduando em Pedagogia, pela Univesp - Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Participou de várias antologias nacionais e internacionais, escreve contos, poemas e romances ainda não publicados. É editor do portal de cultura e entretenimento Resenhando.
Simpatizei com o que parece um monstrinho.
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