segunda-feira, 27 de maio de 2019

.: Sesc sedia evento Pré-Flip durante o mês de junho

Em parceria com a Festa Literária Internacional de Paraty, o Centro de Pesquisa e Formação do Sesc promove uma série de encontros sobre Euclides da Cunha (1866-1909),  o homenageado pela Flip em 2019.

Seu livro mais importante, Os sertões, publicado em 1902, é um relato sobre a Revolta de Canudos que extrapola a cobertura jornalística para fazer uma profunda reflexão sobre o Brasil. Sua obra também inclui poemas, artigos diversos, bem como uma série de ensaios sobre a floresta amazônica. O ciclo abordará parte dessa produção e suas ressonâncias culturais, estéticas e históricas, muitas das quais reverberam até hoje.

Com curadoria da professora emérita da Universidade de São Paulo Walnice Nogueira Galvão, da editora Fernanda Diamant, responsável também pela curadoria da programação principal da Festa em Paraty, e do Centro de Pesquisa e Formação, o ciclo terá oito encontros, com participações de nomes como Heloisa Starling, Pedro Lima Vasconcellos, Nísia Trindade Lima, Leopoldo Bernucci, Milton Hatoum, Dorrit Harazim e outros, com um evento de fechamento no Teatro Oficina e participação de Karina Buhr e Zé Celso Martinez Corrêa.

Confira a programação:

Ciclo do Autor Homenageado: Euclides da Cunha

Dia 3/6 -  Religiosidades sertanejas
Com Pedro Lima Vasconcellos e Edwin Reesink

Dia 5/6 - Determinismos e individualidades
Com  Lilia Schwarcz e Fabiana Moraes

Dia 10/6 - Euclides amazônico
Com Francisco Foot Hardman e Milton Hatoum

Dia 12/ 6 - Os sertões
Com Walnice Nogueira Galvão  e Heloisa Starling

Dia 17/6 - O sertão de fora e de dentro
Com Jorge Henrique da Silva e Leopoldo Bernucci

Dia 24/6 - A ciência na época de Euclides
Com José Carlos Barreto Santana e Nísia Trindade

Dia 26/6  - Fotografia de guerra
Com Joaquim Marçal Ferreira e Dorrit Harazim

Pocket show de Karina Buhr com participação de Zé Celso  - Mesa de encerramento e a apresentação artística acontecerão no Teatro Oficina.

Sobre o CPF Sesc: Inaugurado em agosto de 2012, o Centro de Pesquisa e  Formação do Sesc é uma unidade do Sesc São Paulo voltada para a produção de conhecimento, formação e difusão e tem o objetivo de estimular ações  e desenvolver estudos nos campos cultural e socioeducativo.
Além do Curso Sesc de Gestão Cultural - que visa a qualificação para a gestão cultural de profissionais atuantes no campo das Artes, tanto de instituições públicas como privadas - a unidade proporciona o acesso à cultura de forma ampla, tematicamente, por meio de cursos, palestras, oficinas, bate-papos, debates e encontros nas diversas áreas que compreendem a ação da entidade, como artes plásticas e visuais, ciências sociais, comportamento contemporâneo e cotidiano, filosofia, história, literatura e artes cênicas, voltadas para o público em geral.

Ciclo do Autor Homenageado: Euclides da Cunha
De 3 a 26 de junho de 2019, Segundas e Quartas, das 19h30 às 21h30. Exceto dia 19/6. Dia 26 de junho a atividade ocorrerá no Teatro Oficina, das 19h30 às 21h30.
Recomendação etária: 16 anos. 70 vagas.  
Preço: R$ 50,00 (inteira); R$ 25,00 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública); R$ 15,00 (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e dependentes).
Abertura das inscrições no dia 28 de maio a partir das 14h.
Tradução em Libras disponível. Faça sua solicitação com no mínimo dois dias de antecedência da atividade através do e-mail centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br.
Informações e inscrições pelo site (sescsp.org.br/cpf) ou nas unidades do Sesc no Estado de São Paulo. Serviço de van até a estação de metrô Trianon-Masp, de segunda a sexta, às 21h30, 21h45 e 22h05, para participantes das atividades.

CENTRO DE PESQUISA E FORMAÇÃO DO SESC
Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – 4º andar.
Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 10h às 22h. Sábados, das 9h30 18h30. Tel: 3254-5600.

PALESTRANTES: Pedro Lima Vasconcellos, Mestre e Livre-Docente em Ciências da Religião, Doutor em Ciências Sociais e Pós-Doutor em História. É professor do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). No tocante à temática publicou, entre outros trabalhos, O Belo Monte de Antonio Conselheiro: uma invenção "biblada" (Maceió: Edufal, 2015); e organizou a publicação de um dos cadernos manuscritos assinados por Antonio Conselheiro,  acompanhado de notas explicativas e de um estudo a respeito da relevância do material (Antonio Conselheiro por ele mesmo. São Paulo: É Realizações, 2017, 2v.

Edwin Reesink, antropólogo e membro do Departamento de Antropologia e Museologia e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia na Universidade Federal de Pernambuco. Faz pesquisas sobre a etnologia dos povos indígenas da Terra Baixas da América nas regiões do Nordeste e da  Amazônia brasileira tendo publicado varios livros e artigos sobre diversos povos indígenas.

Lilia Schwarcz, antropóloga, ensaísta e editora, têm trabalhos publicados sobre questões raciais, pensamento brasileiro e história do Brasil. Integra o advisory group da Universidade Harvard, membro do Conselho Científico do Instituto de Estudos Avançados da UFMG, membro do conselho da Revista da USP, da Revista Etnográfica (Lisboa) e da revista Penélope (Lisboa). É pesquisadora do CNPq

Fabiana Moraes, professora da UFPE, jornalista com doutorado em sociologia, é ganhadora de três prêmios Esso e autora de cinco livros, entre eles O Nascimento de Joicy (Arquipélago Editorial), Nabuco em Pretos e Brancos (Massangana Editora) e Os Sertões (Cepe Editora).  Conselheira da Agência Pública.

Francisco Foot Hardman é doutor em filosofia (USP, 1986), livre-docente em literatura e ciências humanas (Unicamp, 1994) e fez pós-doutorados no Collège International de Philosophie (Paris, 1989) e no Istituto di Studi Avanzati da Universidade de Bolonha (2013). É professor titular na área de Literatura e Outras Produções Culturais do Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp, onde ensina desde 1987. Foi professor visitante ou hóspede acadêmico nas seguintes instituições: Maison des Sciences de l’Homme (Paris), Universidade de Roma “La Sapienza”, Lateinamerika Institut da Universidade Livre de Berlim, Universidade da Califórnia-Berkeley, Universidade do Texas-Austin, Universidade de Bolonha e Universidade de Pequim. Entre trabalhos publicados, é autor de Trem-fantasma: a ferrovia Madeira—Mamoré e a modernidade na selva (Companhia das Letras, 2005), Nem pátria, nem patrão! Memória operária, cultura e literatura no Brasil (Unesp, 2002) e organizador de Morte e progresso: cultura brasileira como apagamento de rastros (Unesp, 2005), A vingança da Hileia: Euclides da Cunha, a Amazônia e a literatura moderna (Ed. Unesp, 2009).

Milton Hatoum é escritor, tradutor e professor. Lecionou literatura na Universidade Federal do Amazonas e na Universidade da Califórnia (Berkeley). Sua obra de ficção recebeu vários prêmios, foi traduzida em 12 línguas e publicada em 14 países. Em 2018, recebeu em Paris o Prêmio Roger Caillois pelo conjunto da obra

Walnice Nogueira Galvão Professora Emérita da FFLCH-USP. Cerca de 50 livros publicados, sobre Guimarães Rosa, Euclides da Cunha, crítica literária e cultural. Ampla experiência como docente em universidades estrangeiras. Colaboradora assídua de jornais e revistas.

Heloisa Starling, Professora titular-livre do Departamento de História/UFMG e coordenadora do Projeto República: núcleo de pesquisa, documentação e memória/UFMG. É co-autora com Lilia Schwarcz do livro Brasil: uma biografia (2015). Autora de Ser republicano no Brasil Colônia: a história de uma tradição esquecida (2018) e Campus UFMG (2019), entre outros livros e artigos.

Jorge Henrique da Silva Romero é escritor, ensaísta e professor de estudos literários da Unifesspa. Autor de "As Formas da Inspiração: linguagem e criação poética em Patativa do Assaré". Em 2019, será publicado "Sertão, sertões e outras ficções".

Leopoldo Bernucci ocupa atualmente, como professor titular, a cadeira de Literaturas Brasileira e Hispano-americana no Departamento de Línguas Espanhola e Portuguesa e de Literaturas Hispânica e Brasileira da Universidade da Califórnia em Davis, Estados Unidos. É autor de várias obras em forma de livros e ensaios sobre Euclides da Cunha. Entre elas se destacam os livros: A imitação dos sentidos: prógonos, contemporâneos e epígonos de Euclides da Cunha ( Edusp, 1995), Os sertões (edição com mais de 2.600 notas, Sesi-Ateliê Editorial, 5a. ed.), Discurso, ciência e controvérsia em Euclides da Cunha (Edusp, 2008), Euclides da Cunha – Poesia reunida (Unesp, 2009), Euclides da Cunha – Ensaios e Inéditos (Ed. comentada, Unesp, 2018) e À margem da história (Ed. comentada. Unesp, 2019).

José Carlos Barreto Santana É graduado em Geologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (USP). Apesar da formação em Geologia, é reconhecido pesquisador sobre Euclides da Cunha e sua obra. É autor da obra Ciência e Arte: Euclides da Cunha e as Ciências Naturais, lançada pela Editora Hucitec em 2001, onde apresenta a reconstituição da trajetória literária e científica de Euclides da Cunha.

Nísia Trindade Lima Mestre em Ciência Política (1989) e doutora em Sociologia (1997) pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ)/IESP-UERJ, é atualmente a Presidente da Fundação Oswaldo Cruz.

Joaquim Marçal Ferreira de Andrade é coordenador da Biblioteca Nacional Digital e curador, pela BN, do portal Brasiliana Fotográfica. Leciona fotografia na PUC-Rio e na Universidade Cândido Mendes. Doutor em história social (IFCS/UFRJ), é autor de “História da fotorreportagem no Brasil - a fotografa na imprensa do Rio de Janeiro de 1839 a 1900” (Rio de Janeiro, Editora Campus/Elsevier, 2004).  Na Biblioteca Nacional, idealizou e coordenou o projeto de resgate da coleção de fotografias de d. Pedro II, hoje inscrita no Registro da Memória do Mundo, da Unesco.

Dorrit Harazim é uma jornalista e documentarista brasileira nascida na Croácia. Trabalhou nas revistas L’Express (Paris) e  Veja. Integrou a editoria internacional do Jornal do Brasil e colaborou com O Globo. Fundou a revista Piauí. No audiovisual, entre seus projetos, idealizou e dirigiu a série de seis documentários, Travessia. É autora do livro O instante certo (2016, Companhia das Letras), vencedor do prêmio APCA. Ao longo de sua carreira jornalística recebeu diversos prêmios, entre eles, o Premio Esso de Reportagem, ABRAJI, Gabriel Garcia Marques e o Prêmio Konex Mercosul.

Zé Celso José Celso Martinez Corrêa (Araraquara-SP, 1937) é diretor, dramaturgo, atuador e um dos fundadores do Teatro Oficina. Encenou espetáculos considerados antológicos, tais como O Rei da Vela;  Na Selva das Cidades; As Bacantes e Os Sertões.Ícone da tropicália, Zé Celso foi um dos líderes do movimento contracultural do Brasil, que foi prejudicado pelo golpe de 1964, que inclusive provocou a prisão e a tortura do diretor, que depois de solto, vai para o exílio em Portugal e Moçambique. Na volta e para além dos anos que se seguiram, Zé Celso continua participando ativamente das insurreições e dos acontecimentos contemporâneos, inclusive através de uma luta de quase 40 anos, entre Teatro Oficina e o Grupo Silvio Santos, em defesa de um projeto de urbanismo e atletismo afetivo pelas ruas do bairro do Bixiga, onde se localiza a sede da companhia dirigida pelo artista.
2018 celebra 81 anos de Zé Celso e Renato Borgui, 51 anos da Tropicália e d’O Rei da Vela, e 50 anos de Roda Viva. Depois de uma segunda montagem d’O Rei da Vela, a companhia Teatro Oficina Uzyna Uzona remonta a peça Roda Viva, reescrevendo o texto de Chico Buarque. A temporada de Roda Viva segue em cartaz até junho de 2019 em paralelo a luta por uma definição da situação dos terrenos contíguos ao Teatro Oficina.

Karina Buhr, cantora, compositora, percussionista, poeta, ilustradora  e atriz brasileira. Participou da montagem completa de Os Sertões no Teatro Oficina.

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