sábado, 27 de abril de 2019

.: Entrevista exclusiva com Jonathan Coulton, um músico à moda antiga

Jonathan Coulton é um músico à moda antiga no mundo dos computadores

Por Luiz Gomes Otero*, em abril de 2019.

Depois de investir em uma carreira ligada a programação de informática, Jonathan Coulton passou a fazer aquilo que sempre teve vontade de fazer: música. Desde 2005 compôs várias trilhas para jogos de computador e mais recentemente lançou um disco com canções pop dos anos 60 e 70, todas determinantes para sua formação musical. 

O CD "Some Guys", que tem capa inspirada em uma de um álbum dos Rolling  Stones ("Some Girls"), conta com um repertório que inclui releitura de clássicos dos Bee Gees, Gerry Rafferty, Gilbert O´Sullivan e David Gates, entre outros. Em entrevista para o Resenhando,  ele conta como foi seu início na música e revela os detalhes que marcaram a gravação de seu mais recente trabalho. “Sem computadores e internet, eu não teria uma carreira”.

RESENHANDO - Como foi seu começo na música?
JONATHAN COULTON - A música sempre esteve na minha vida, mas eu não comecei a fazer isso profissionalmente até 2005, quando tinha 34 anos. Antes disso, trabalhei para uma empresa de software e a música era apenas um hobby, embora eu sempre esperasse descobrir como para fazer o meu trabalho. Em 2005, a internet estava crescendo, havia mp3s e blogs e podcasts, e parecia que era possível começar a ser um compositor autopublicado. Então eu fiz um projeto chamado Thing a Week, onde eu liberava uma nova música de graça toda semana por um ano, e acabei chamando muito a atenção do público.

RESENHANDO - Qual foi a faixa mais difícil de gravar deste álbum Some Guys?
J.C. - As partes mais difíceis da guitarra foram em “Alone Again (Naturally)”. Pedi ao meu amigo Jim Boggia para aprender a tocar essas partes. A mais difícil de cantar foi provavelmente "On and On", porque é num tom muito alto para mim!



RESENHANDO - Você pensa em gravar um segundo volume de "Some Guys"?
J.C. - Sim, adoraria. Eu gostaria de poder fazer um álbum de compositoras daquela época, porque elas eram importantes para mim também, mas eu não seria capaz de cantá-las. E é claro que há muitas outras músicas que eu amei naquela época e que eu não pude incluir neste álbum. Então, sim, teremos o volume dois algum dia!

RESENHANDO - Como a informática influenciou seu treinamento como músico?
J.C. - Sem computadores e internet, eu não teria uma carreira. A tecnologia possibilitou que eu gravasse minha própria música em casa sem acesso a um estúdio caro. E a internet possibilitou que eu distribuísse minha música pessoalmente e me comunicasse com um pequeno grupo de fãs dedicados, para que eu não tivesse que me tornar um grande sucesso para ganhar a vida.



RESENHANDO - Você ainda está compondo música para jogos de computador?
J.C. - Eu não tenho tempo! Eu fiz uma música para o jogo LEGO Dimensions. Se alguém perguntasse sobre isso e fosse o projeto certo, ficaria feliz em poder fazer!

RESENHANDO - Qual a sua opinião sobre as atuais cenas de rock e pop?
J.C. - Eu me sinto muito velho e fora disso. Meus filhos ouvem música que eu nunca ouvi falar antes. Eu escuto muito Steely Dan. Eu vou dizer que o meu tipo favorito de composição é um antiquado, que não se encaixa mais no mundo pop. Três versos e um refrão e uma ponte, o que é complicado demais para ter sucesso no pop. Mas eu tenho um grande respeito pelo trabalho necessário para escrever um gancho pop e produzir uma faixa que todos no mundo amam. Eu faria se pudesse!



RESENHANDO - Quais foram suas principais influências na música?
J.C. - Beatles, Pink Floyd, Steely Dan, Simon e Garfunkel, Billy Joel e, claro, o rock suave dos anos 70!

RESENHANDO - Você planeja tocar no Brasil em breve?
J.C. - Eu acho que talvez eu não seja famoso o suficiente. Mas eu adoraria, eu nunca fui!

"Alone Again"


"Sister Golden Hair"

"Everybody´s Talkin"




*Luiz Gomes Otero é jornalista formado em 1987 pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Trabalhou no jornal A Tribuna de 1996 a 2011 e atualmente é assessor de imprensa e colaborador dos sites Juicy Santos, Lérias e Lixos e Resenhando.com. Criou a página no Facebook Musicalidades, que agrega os textos escritos por ele.

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