A trama começa a ser descoberta e um dos presos de hoje no caso Marielle é um dos personagens do livro-reportagem "Rio Sem Lei", lançado pela Geração Editorial, em meados de 2018.
Em agosto de 2011, dois policiais militares dispararam 21 tiros contra a juíza Patrícia Acioli quando ela chegava em casa, após um longo dia de trabalho. A juíza investigava assassinatos de centenas inocentes por policiais de um grupo de extermínio, em favelas da região metropolitana do Rio de Janeiro.
Sete anos depois, na noite de 14 de março de 2018, a vereadora Marielle Franco, negra e ex-moradora do Complexo da Maré que denunciava feminicídios, levou quatro tiros na cabeça e morreu ao lado de seu motorista, Anderson Gomes. Eles tinham saído antes de uma reunião de mulheres negras. Os executores de Patrícia foram presos rapidamente, os de Marielle começam a ser descobertos agora. A polícia prendeu um sargento reformado da Polícia Militar e um ex-PM acusados do crime.
O sargento perdeu a perna esquerda num atentado a bomba em outubro 2009 quando, segundo a Polícia Federal, trabalhava para a máfia dos jogos ilegais. “A bomba instalada 30 centímetros à frente do banco do motorista explodiu em uma caminhonete Hilux blindada. O veículo percorreu 160 metros deixando um rastro de sangue até bater no poste que então o fez parar. A polícia não identificara o tipo de explosivo, mas concluiu que fora detonado por meio de um celular, conectado a um sistema elétrico composto por duas baterias. O conjunto estava num invólucro de PVC com ímãs de imenso poder de aderência, geralmente utilizados em discos rígidos de computadores”, diz trecho do livro.
O PM trabalhava na Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos e também serviu no batalhão cujo comandante foi condenado pelo assassinato da juíza Patrícia Acioli. O livro “Rio sem Lei” une as pontas do poder paralelo por trás dos homicídios de Marielle e Patrícia.
Escrito pelos jornalistas Hudson Corrêa e Diana Brito, o livro conta como o estado paralelo funciona e domina o Rio de Janeiro. São quatro organizações criminosas: a máfia dos jogos, o tráfico de drogas, as milícias e a banda podre da polícia. Os policiais corruptos aparecem em todas as pontas. Eles dão proteção aos chefes do jogo ilegal, recebem suborno de traficantes e estruturam grupos paramilitares chamados milícias. Os milicianos tomaram bairros e favelas com a promessa de expulsar o tráfico, mas começaram a extorquir moradores cobrando taxas de proteção (quem não paga morre) e por serviços de internet, gás de cozinha e TV a cabo. O livro revela que, outrora arqui-inimigos, os milicianos e os traficantes se associaram nas “narcomilícias”.
Rio em guerra: A eletrizante história de como a corrupção e o crime levaram o Rio de Janeiro para o caos. “Polícia é polícia. Bandido é bandido. Não devem se misturar, igual água e azeite”, alertou na década de 1970 o famoso assaltante de bancos Lúcio Flávio Vilar Lírio, assassinado após testemunhar contra policiais corruptos. O eletrizante livro de Hudson Corrêa e Diana Brito mostra que caminhamos acelerados na direção contrária à constatação óbvia, até para um bandido, de que a polícia não pode se misturar com criminosos. O livro descreve em detalhes como a corporação policial do estado do Rio de Janeiro foi minada pelo banditismo e como a bandidagem passou a impor suas leis. O assassinato da juíza Patrícia Acioli, com 21 tiros, em agosto de 2011, é um dos crimes esmiuçados e reconstituídos pela dupla de repórteres, que se debruçou também sobre o poder paralelo das milícias, do jogo do bicho e do narcotráfico. As cenas da agonia e morte de um jovem punido pelo traficante Fernandinho Beira-Mar que, por telefone, ordenou e acompanhou a tortura e a execução, são de tirar o fôlego. “Rio sem lei” é uma denúncia vigorosa da calamidade que se instaurou no Rio de Janeiro. – ELVIRA LOBATO, jornalista
Diana Brito: Jornalista desde 2005, enfrentou tiroteios intensos nas ruas que rodeavam favelas para não faltar a universidade no turno da noite. Fez estágio numa rádio comunitária na favela Vila Cruzeiro com apoio da ONG Viva Rio. Passou pela TV Brasil, assessoria de imprensa do estádio do Maracanã, UOL, Globo.com e Canal Futura. Trabalhou oito anos na Folha de S.Paulo, principalmente na cobertura de segurança pública. Em 2015, mudou para a Inglaterra. Faz trabalhos para a BBC Brasil, na sede da emissora na capital britânica, e colabora com a Folha de S. Paulo.
Hudson Corrêa: Trabalhou em grandes veículos de comunicação do Brasil: Gazeta Mercantil, Jornal do Brasil, Folha de S.Paulo, revista Época e O Globo. Ganhou o Premio Latinoamericano de Periodismo sobre Drogas (2012), o prêmio Direitos Humanos do Movimento de Justiça e Direitos Humanos da OAB-RS (2016 e 2018) e o Patrícia Acioli de Direitos Humanos, da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (2017). Autor de Sérgio Cabral o homem que queria ser Rei (Sextante), de Eleições na estrada (PubliFolha), além de Rio sem lei (Geração Editorial).
Em agosto de 2011, dois policiais militares dispararam 21 tiros contra a juíza Patrícia Acioli quando ela chegava em casa, após um longo dia de trabalho. A juíza investigava assassinatos de centenas inocentes por policiais de um grupo de extermínio, em favelas da região metropolitana do Rio de Janeiro.
Sete anos depois, na noite de 14 de março de 2018, a vereadora Marielle Franco, negra e ex-moradora do Complexo da Maré que denunciava feminicídios, levou quatro tiros na cabeça e morreu ao lado de seu motorista, Anderson Gomes. Eles tinham saído antes de uma reunião de mulheres negras. Os executores de Patrícia foram presos rapidamente, os de Marielle começam a ser descobertos agora. A polícia prendeu um sargento reformado da Polícia Militar e um ex-PM acusados do crime.
O sargento perdeu a perna esquerda num atentado a bomba em outubro 2009 quando, segundo a Polícia Federal, trabalhava para a máfia dos jogos ilegais. “A bomba instalada 30 centímetros à frente do banco do motorista explodiu em uma caminhonete Hilux blindada. O veículo percorreu 160 metros deixando um rastro de sangue até bater no poste que então o fez parar. A polícia não identificara o tipo de explosivo, mas concluiu que fora detonado por meio de um celular, conectado a um sistema elétrico composto por duas baterias. O conjunto estava num invólucro de PVC com ímãs de imenso poder de aderência, geralmente utilizados em discos rígidos de computadores”, diz trecho do livro.
O PM trabalhava na Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos e também serviu no batalhão cujo comandante foi condenado pelo assassinato da juíza Patrícia Acioli. O livro “Rio sem Lei” une as pontas do poder paralelo por trás dos homicídios de Marielle e Patrícia.
Escrito pelos jornalistas Hudson Corrêa e Diana Brito, o livro conta como o estado paralelo funciona e domina o Rio de Janeiro. São quatro organizações criminosas: a máfia dos jogos, o tráfico de drogas, as milícias e a banda podre da polícia. Os policiais corruptos aparecem em todas as pontas. Eles dão proteção aos chefes do jogo ilegal, recebem suborno de traficantes e estruturam grupos paramilitares chamados milícias. Os milicianos tomaram bairros e favelas com a promessa de expulsar o tráfico, mas começaram a extorquir moradores cobrando taxas de proteção (quem não paga morre) e por serviços de internet, gás de cozinha e TV a cabo. O livro revela que, outrora arqui-inimigos, os milicianos e os traficantes se associaram nas “narcomilícias”.
Rio em guerra: A eletrizante história de como a corrupção e o crime levaram o Rio de Janeiro para o caos. “Polícia é polícia. Bandido é bandido. Não devem se misturar, igual água e azeite”, alertou na década de 1970 o famoso assaltante de bancos Lúcio Flávio Vilar Lírio, assassinado após testemunhar contra policiais corruptos. O eletrizante livro de Hudson Corrêa e Diana Brito mostra que caminhamos acelerados na direção contrária à constatação óbvia, até para um bandido, de que a polícia não pode se misturar com criminosos. O livro descreve em detalhes como a corporação policial do estado do Rio de Janeiro foi minada pelo banditismo e como a bandidagem passou a impor suas leis. O assassinato da juíza Patrícia Acioli, com 21 tiros, em agosto de 2011, é um dos crimes esmiuçados e reconstituídos pela dupla de repórteres, que se debruçou também sobre o poder paralelo das milícias, do jogo do bicho e do narcotráfico. As cenas da agonia e morte de um jovem punido pelo traficante Fernandinho Beira-Mar que, por telefone, ordenou e acompanhou a tortura e a execução, são de tirar o fôlego. “Rio sem lei” é uma denúncia vigorosa da calamidade que se instaurou no Rio de Janeiro. – ELVIRA LOBATO, jornalista
Diana Brito: Jornalista desde 2005, enfrentou tiroteios intensos nas ruas que rodeavam favelas para não faltar a universidade no turno da noite. Fez estágio numa rádio comunitária na favela Vila Cruzeiro com apoio da ONG Viva Rio. Passou pela TV Brasil, assessoria de imprensa do estádio do Maracanã, UOL, Globo.com e Canal Futura. Trabalhou oito anos na Folha de S.Paulo, principalmente na cobertura de segurança pública. Em 2015, mudou para a Inglaterra. Faz trabalhos para a BBC Brasil, na sede da emissora na capital britânica, e colabora com a Folha de S. Paulo.
Hudson Corrêa: Trabalhou em grandes veículos de comunicação do Brasil: Gazeta Mercantil, Jornal do Brasil, Folha de S.Paulo, revista Época e O Globo. Ganhou o Premio Latinoamericano de Periodismo sobre Drogas (2012), o prêmio Direitos Humanos do Movimento de Justiça e Direitos Humanos da OAB-RS (2016 e 2018) e o Patrícia Acioli de Direitos Humanos, da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (2017). Autor de Sérgio Cabral o homem que queria ser Rei (Sextante), de Eleições na estrada (PubliFolha), além de Rio sem lei (Geração Editorial).
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