terça-feira, 12 de março de 2019

.: Dia Nacional do Bibliotecário: Uma importância social e cultural


Para celebrar o Dia do Bibliotecário, comemorado em 12 de Março, o poeta Mauro Felippe escreveu um artigo sobre a importância da data e das bibliotecas para a disseminação e democratização da informação e do conhecimento, a fim promover o desenvolvimento cultural e social do país.

Por Mauro Felippe*, em março de 2019.

Cada acervo guardado nas bibliotecas contém coleções infinitas de temas e personagens, cada qual com direito à datação e à evocação própria. Em meio ao conjunto incontável de tempos, temas e memórias abrigadas, há uma data singular, a que é pertencente ao corpo profissional que dá o sentido mais fundamental de tudo que se faz em meio às estantes repletas de obras únicas.

O Dia do Bibliotecário é comemorado no dia 12 de Março, e foi instituído no dia 12 de Abril de 1980, pelo Decreto nº 84.631, para ser comemorado em todo o território nacional. Essa data foi escolhida por um motivo especial: porque era o dia do nascimento do bibliotecário Manuel Bastos Tigre, que foi considerado o primeiro bibliotecário concursado do Brasil.

Manuel Tigre nasceu em 1882, formou-se em Engenharia e, em 1906, resolveu fazer aperfeiçoamento em eletricidade, nos Estados Unidos. Uma vez lá, conheceu o bibliotecário Melvil Dewey, que instituiu o Sistema de Classificação Decimal. Esse encontro foi decisivo na vida de Manuel, porque, em 1915, aos 33 anos de idade, largou a engenharia para trabalhar com a biblioteconomia. Tigre atuou durante muitos anos na Biblioteca Central da Universidade do Brasil, e mesmo depois de aposentado, retornou como diretor.

Mesmo com o advento tecnológico e a interligação dos sistemas de bibliotecas, ao contrário do que muitos pensam, isso não significa o fim da profissão de bibliotecário. Os avanços apenas revelaram que a função desse profissional é mais do que apenas organizar estantes de livros. São eles que guiam estudantes e visitantes em geral na busca pela informação desejada, seja no ambiente físico ou digital. A tecnologia apenas possibilitou um acesso melhor a informação, mas ainda assim é preciso de recursos humanos.

Essa data também chama atenção para o principal objetivo da biblioteca: a democratização do conhecimento. Historicamente, nem sempre os livros foram tão acessíveis. Clubes de livros e bibliotecas particulares eram privilégios das classes mais abastadas. Esse cenário começa a ser alterado em meados do século XVII, com o surgimento das primeiras bibliotecas públicas. Mais tarde, com a invenção do sistema de Classificação Decimal de Dewey, utilizado para padronizar índices e catálogos, as bibliotecas começaram a se tornar cada vez mais populares.

Em razão da imensa contribuição que Manuel Tigre trouxe à sociedade brasileira, a data de seu nascimento celebra o dia daqueles que comungam o mesmo objetivo: disseminar informação e conhecimento a fim promover o desenvolvimento cultural e social do país.


Sobre o autor*: 
Natural de Urussanga/SC, o advogado Mauro Felippe já chegou a cursar Engenharia de Alimentos antes de se decidir pela carreira em Direito. Autor das coletâneas poéticas Nove, Humanos, Espectros e Ócio, já preencheu diversos cadernos em sua infância e adolescência com textos e versos, dos simples aos elaborados (a predileção pelo segundo evidente em sua escrita). 

As temáticas de suas obras são extraídas de questões existenciais, filosóficas e psicológicas que compreende no dia a dia, sendo que algumas advém dos longos anos da advocacia, atendendo a muitas espécies de conflitos e traumas. 

Por fim, pretende com a literatura viver dignamente e deixar uma marca positiva no mundo, uma prova inequívoca de sua existência como autor. Participante assíduo de feiras literárias, já esteve como expositor na Bienal Internacional do Livro de São Paulo 2016 e Bienal Internacional do Livro do Rio 2017.

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