Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em março de 2019
Não posso reclamar. 2019 está sendo um bom ano.
Reencontrei um pendrive mínimo, que de tão pequerrucho ficou perdido, mas não esquecido no bolso de um shorts. A vestimenta foi lavada e guardada, enquanto que o próprio, no bolso permaneceu até que eu optasse por usar o shorts verdinho com um lenço de cinto. Até meu pendrive pink, perdido numa escola, apareceu e fui avisada por WhatsApp para buscá-lo. Quantas coisas revirei em busca deles.
Além da viagem nas férias para Curitiba e esticadinha até Penha, para eu me esbaldar no Beto Carrero World, também tive diversões maravilhosas surgindo, principalmente em São Paulo. E como eu amo teatro. Melhor diversão que essa, não há! É totalmente sensacional subir a serra com uma listinha de afazeres culturais.
E como nem tudo na vida chega com flores perfumadas, nesse ano também tomei alguns sustos. No domingo de Carnaval, quando eu e maridão subimos a serra para assistir "Dogville", na volta, uma empresa terceirizada pela Cometa foi quem fez o trajeto até São Vicente. Pois é! Saímos do espetáculo e queríamos vir direto para São Vicente, ônibus em que descemos praticamente na esquina de casa. Novato e sem informação, o motorista nos deixou perto do Fórum. De lá até o 2º Batalhão de Infantaria Leve é chão, viu!
Eis que a sorte de perambular de madrugada pelo Centro de São Vicente, não se repetiu na quarta-feira de cinzas. Dia em que é a feira aqui no Jardim Guassú. Subindo a nossa rua, bem na esquina, antes da Avenida Antônio Emmerick, um marginal de bicicleta veio nos abordar.
De onde veio? Divisa, mas tal qual um fantasma, apareceu. Provavelmente o alvo era eu, uma vez que maridão vinha atrás de mim, não andando, mas se arrastando.
A verdade é que ele falou algo, que no dialeto único, nada entendi. Contudo, maridão, mergulhado no próprio universo mágico, deu trela. Acreditou que ele pedia informação. Santa inocência! Notando do que se tratava, embora tudo tenha acontecido em pouquíssimos minutos, apertei o passo para chegar logo na Avenida. Não voltaria para casa! E pertinho, duas mulheres conversavam na porta de casa e nem faziam ideia do que poderia acontecer, quase ao lado delas.
Desistiu! Embora tenha simulado a todo momento estar armado.
Queria a minha aliança? A bolsinha rosa? Ali, não carregava documentos, carteira ou celular. Só levava o porta-níquel com exatos R$ 16,00 e as chaves de casa. É... eu só precisava de bananas e algumas verduras. No entanto, voltamos para casa com o coração acelerado e sem parar de tagarelar confabulando o que, de fato, o vagabundo queria.
O que ele tanto disse para o maridão, fazendo cara de quem comeu e não gostou?
- Tu é polícia? Mostra a tua carteira!
*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Twitter: @maryellenfsm
Em março de 2019
Não posso reclamar. 2019 está sendo um bom ano.
Reencontrei um pendrive mínimo, que de tão pequerrucho ficou perdido, mas não esquecido no bolso de um shorts. A vestimenta foi lavada e guardada, enquanto que o próprio, no bolso permaneceu até que eu optasse por usar o shorts verdinho com um lenço de cinto. Até meu pendrive pink, perdido numa escola, apareceu e fui avisada por WhatsApp para buscá-lo. Quantas coisas revirei em busca deles.
Além da viagem nas férias para Curitiba e esticadinha até Penha, para eu me esbaldar no Beto Carrero World, também tive diversões maravilhosas surgindo, principalmente em São Paulo. E como eu amo teatro. Melhor diversão que essa, não há! É totalmente sensacional subir a serra com uma listinha de afazeres culturais.
E como nem tudo na vida chega com flores perfumadas, nesse ano também tomei alguns sustos. No domingo de Carnaval, quando eu e maridão subimos a serra para assistir "Dogville", na volta, uma empresa terceirizada pela Cometa foi quem fez o trajeto até São Vicente. Pois é! Saímos do espetáculo e queríamos vir direto para São Vicente, ônibus em que descemos praticamente na esquina de casa. Novato e sem informação, o motorista nos deixou perto do Fórum. De lá até o 2º Batalhão de Infantaria Leve é chão, viu!
Eis que a sorte de perambular de madrugada pelo Centro de São Vicente, não se repetiu na quarta-feira de cinzas. Dia em que é a feira aqui no Jardim Guassú. Subindo a nossa rua, bem na esquina, antes da Avenida Antônio Emmerick, um marginal de bicicleta veio nos abordar.
De onde veio? Divisa, mas tal qual um fantasma, apareceu. Provavelmente o alvo era eu, uma vez que maridão vinha atrás de mim, não andando, mas se arrastando.
A verdade é que ele falou algo, que no dialeto único, nada entendi. Contudo, maridão, mergulhado no próprio universo mágico, deu trela. Acreditou que ele pedia informação. Santa inocência! Notando do que se tratava, embora tudo tenha acontecido em pouquíssimos minutos, apertei o passo para chegar logo na Avenida. Não voltaria para casa! E pertinho, duas mulheres conversavam na porta de casa e nem faziam ideia do que poderia acontecer, quase ao lado delas.
Desistiu! Embora tenha simulado a todo momento estar armado.
Queria a minha aliança? A bolsinha rosa? Ali, não carregava documentos, carteira ou celular. Só levava o porta-níquel com exatos R$ 16,00 e as chaves de casa. É... eu só precisava de bananas e algumas verduras. No entanto, voltamos para casa com o coração acelerado e sem parar de tagarelar confabulando o que, de fato, o vagabundo queria.
O que ele tanto disse para o maridão, fazendo cara de quem comeu e não gostou?
- Tu é polícia? Mostra a tua carteira!
*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Twitter: @maryellenfsm
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