Em "As Mulheres Contam", um painel sobre o feminicídio na Baixada Santista e no Brasil, um grupo de Contadores de História, na sua maior parte mulheres, se apropriam dos dados e relatos sobre o tema e levam ao público uma séria reflexão sobre este assunto. Os dados do próprio noticiário dão conta do quanto o número de assassinatos aumentou, mas muitos ainda são tipificados com homicídio doloso, praticados contra a mulher em razão da condição do sexo feminino.
Estes números crescentes motivaram no coletivo Contar é Preciso a decisão de mostrar através das histórias dessas mulheres a vida ceifada precoscemente em razão da violência doméstica e outras violências que muitas sofrem caladas. “Achamos oportuno que no mês de março, quando lembramos o verdadeiro motivo do dia 08, fazermos memória à tantas vitimas: mães, companheiras, filhas” , relatam as integrantes do Coletivo Contar é Preciso.
A partir desse olhar, elas fazem uma seleção de histórias do noticiário policial, que gerou as adaptações a serem contadas por suas integrantes. E também conduzem uma releitura dos tradicionais contos de fadas, higienizados pela cultura machista e que escondem assim a condição madura e de alerta das mulheres em questão, como a Cinderela, a Branca de Neve e a própria Rapunzel.
Programação:
Dia 13: "A voz do medo": No estilo "Gil Gomes", um personagem do jornalismo policial, as histórias de Maria da Penha e a que gerou o próprio 8 de março.
Dia 20: "A história delas - Repaginando o noticiário policial sobre o feminicídio". Como a cultura machista ameniza e conta este tipo de notícia. Apresentação da Cartilha da ONU para a Imprensa e participação do grupo Comunicando contra a Violência.
Dia 27: "De Rapunzel até nossos tempos" - A análise de alguns contos clássicos que colocam a mulher dependente da boa vontade alheia. No entanto, nem sempre foi assim, muitas dessas obras foram transformadas no que conhecemos hoje, mas tinham um outro ponto de vista e de partida.
O Coletivo Contar é Preciso, é formado por diversas mulheres contadoras e se originou na Baixada Santista, a partir de uma oficina de técnicas de contação de histórias ministrada no Sesc Santos, pelo ator e contador de histórias Ailton Guedes e de outra, ministrada no Senac Santos, por Jaci Aragão. A partir dessas formativas, elas sentiram a necessidade de pesquisar mais sobre a tradição oral e diferentes repertórios e utilizam a Contação como instrumento de reflexão e alerta sobre variados temas, como mulheres, relações de gênero, refúgio, proteção à infância, meio ambiente e idosos.
Serviço
"As Mulheres Contam"
Com o Coletivo Contar é Preciso
De 13 a 27 de março, quartas, das 19h30 às 21h
Sala 2| Sesc Santos ( Rua Cons. Ribas, 136 – Aparecida – Santos)
Não recomendado para menores de 14 anos
Grátis
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