sábado, 2 de fevereiro de 2019

.: "Memórias Póstumas de Brás Cubas" reestreia no Teatro Eva Herz

Foto: Divulgação


O solo cômico-musical "Memórias Póstumas de Brás Cubas", que desde sua estreia em 2017 é sucesso de público e crítica, retorna mais uma vez ao palco do Teatro Eva Herz, em São Paulo, para nova temporada de 31 de janeiro a 28 de março, sempre às quintas-feiras às 21 horas.

O texto, adaptado pela diretora Regina Galdino e interpretado pelo ator Marcos Damigo, destaca a trajetória do icônico anti-herói criado por Machado de Assis, símbolo do homem burguês, sem escrúpulos e sem ética, que nos revela a continuidade de um comportamento oportunista que persiste no Brasil desde o século XIX. Por sua interpretação, Damigo foi indicado aos Prêmios APCA e Aplauso Brasil
  
O MUSICAL: Brás Cubas, o "defunto autor", é um aristocrata medíocre, mas mesmo assim consegue, através do riso e da sedução, conquistar a empatia do público. Ele pertence a uma elite aventureira, dividida entre o desejo liberal e a prática escravocrata. A montagem traz uma visão moderna do romance baseada na carnavalização, salientando seu aspecto cômico-fantástico. A encenação realiza uma “conversa” entre quatro artes: o teatro, a literatura, a dança e a música, estas duas últimas especialmente ligadas à alma e à cultura brasileiras.

Em um solo vibrante, Marcos Damigo vive um Brás Cubas bem-humorado, irreverente, egoísta e amoral. Com uma narrativa não linear e fiel à obra original, o personagem dialoga com a plateia, canta, dança, discorre sobre seus envolvimentos amorosos e episódios de sua vida enquanto passeia pelas agruras da sociedade de seu tempo. “A recepção do público na temporada paulista foi ótima: uma plateia muito jovem misturou-se a espectadores maduros, admiradores de Machado de Assis, e foi unânime o impacto causado pelo trabalho de Damigo, ator que está na plenitude do uso de seus recursos vocais e corporais para interpretar o imprevisível Brás Cubas, em cenas ora sérias, ora cômicas, ora fantásticas, ora musicais. Tanto na adaptação quanto na direção, minha concepção brechtiana – com destaque para os aspectos filosóficos da obra – exige do ator experiência, inteligência, despojamento e versatilidade, e Marcos Damigo está impressionante no papel do irônico defunto”, afirma Regina Galdino.

O monólogo traz à tona toda a atualidade deste livro genial de Machado de Assis, oferecendo ao público um olhar agudo sobre a sociedade brasileira do século XIX. A equipe conta com profissionais já conhecidos da cena paulistana: Damigo, que protagonizou Dom Casmurro em outra peça adaptada de Machado de Assis e dirigiu recentemente o espetáculo Leopoldina, Independência e Morte; o diretor musical e arranjador Pedro Paulo Bogossian; Mário Manga, que assina a música original; e Fábio Namatame na criação do figurino. Regina Galdino assinou e dirigiu, em 1998, uma montagem desta mesma adaptação da obra do célebre escritor carioca que repete a parceria de sucesso com Manga, Bogossian e Namatame. Interpretado por Cassio Scapin, o espetáculo recebeu vários prêmios e elogios da crítica.


Foto: Divulgação

CRÍTICAS 
Dirceu Alves Jr., jornalista e crítico de teatro da Veja São Paulo, 21/07/2017
“O espetáculo respeita e valoriza ao extremo as palavras de Machado, e Marcos Damigo reafirma talento. Surpreende como um bom interlocutor para a mensagem da obra-prima, publicada em 1881, e a confirma como assustadoramente atual. (...) O desafio superado por Damigo só se tornou ainda maior e, em uma composição que apresenta Brás Cubas como misto de clown e fantasma, o intérprete valoriza o trabalho corporal em uma linha cínica que conversa plenamente com os tipos da sociedade dos nossos tempos.”

Edgar Olimpio de Souza, crítico da Revista Stravaganza e membro do Prêmio APCA, 08/08/2017 
“A potência e o viço dessa releitura teatral residem justamente na sua capacidade de traduzir com perspicácia o universo abordado pelo romancista. No caso, as entranhas da sociedade carioca daqueles tempos, povoada por uma elite liberal na aparência e predadora em suas atitudes, afeita ao acúmulo de riquezas e tenaz defensora de seus privilégios de classe. O público acompanha uma representação bem humorada, um afiado retrato do comportamento amoral da alta-roda, entrecortada por canções sofisticadamente desabusadas, compostas pelo músico Mário Manga, ex-Premeditando o Breque. Um repertório que passeia por gêneros musicais diversos – a música Virgília, por exemplo, é deliciosamente interpretada no estilo canto-falado da bossa nova. (...) Envergando um figurino desenhado à base de retalhos, que simboliza um corpo marcado por tripas expostas, Marcos Damigo desempenha com desembaraço, descontração e meticulosa composição corporal. Na pele dessa criatura farsesca, meio clownesca, que nunca se deixa retrair, ele conquista a audiência desde o início da apresentação. É um ator mergulhado na criação, que canta, dança, equilibra-se de cabeça para baixo. Capaz de, num olhar, mudar a expressão e gerar nuances variadas, transitando da paixão descontrolada ao egoísmo, da razão à sandice.”  

Michel Fernandes, do blog Aplauso Brasil e membro do Prêmio APCA, 20/09/2017
“(...) o ator, ao dar vida ao narrador-defunto, utiliza-se de poucos objetos de cena e muito de seu domínio corporal e vocal para narrar a obra. (...) Regina Galdino assina a direção da montagem que celebra 20 anos da encenação anterior, a qual também dirigiu, e não faz concessões para o riso fácil e “truques” facilitadores que dariam efeito certeiro, antes trilha o caminho de “montadora” dos recursos que o ator oferece. A bossa nova escolhida como tema em um determinado momento, além de um inteligente recurso cômico ao momento, também o é uma ironia ao próprio gênero musical. Por essas e outras, recomendo que os amantes do bom teatro não percam o espetáculo.”

DEPOIMENTO 
Amir Labaki, diretor de cinema, jornalista e escritor, fundador e diretor do É Tudo Verdade, Festival Internacional de Documentários, 21/07/2017
“Machado + Tim Burton + Assis Valente. Dá vontade de voltar a cada performance com amigos diferentes.”

PERFIS 
Marcos Damigo (ator) – Estudou na Escola de Arte Dramática (ECA/USP), protagonizou clássicos como Hamlet (Francisco Medeiros) e O Retrato de Dorian Gray (Débora Dubois), onde também assinou a adaptação do romance de Oscar Wilde, ambos no Teatro Popular do SESI SP. Escreveu e dirigiu o espetáculo Leopoldina, Independência e Morte, e idealizou e protagonizou Deus é um DJ (Marcelo Rubens Paiva), do alemão Falk Richter. Atuou em outras obras, como Dueto Para Um (Mika Lins) e Lampião e Lancelote (Débora Dubois), prêmio Bibi Ferreira de Melhor Musical Brasileiro. Na televisão, estreou no SBT como protagonista da novela Fascinação (Walcyr Carrasco). Na Rede Globo, atuou em Joia Rara (Thelma Guedes e Duca Rachid), ganhadora do prêmio Emmy Internacional de melhor novela, e Insensato Coração (Gilberto Braga e Ricardo Linhares). Recentemente, atuou no espetáculo Dostoiévski Trip (Cibele Forjaz), Caros Ouvintes (Otávio Martins) e estrelou o elogiado monólogo As Sombras de Dom Casmurro, baseado no romance de Machado de Assis (Débora Dubois), onde iniciou sua pesquisa com o universo deste autor.

Regina Galdino (direção e adaptação do texto) – Formada pela EAD, dirigiu: Casa de Bonecas – Parte 2, com Marília Gabriela, Luciano Chirolli, Eliana Guttman e Clarissa Kiste; Intimidade Indecente, com Irene Ravache e Marcos Caruso; As Pontes de Madison, com Denise Del Vecchio e Marcos Caruso; As Turca, com Cláudia Melo e Andréa Bassitt. Em 1998, dirigiu e adaptou o premiado musical Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis), com Cassio Scapin. Dirigiu e é co-autora de As Favoritas do Rádio, premiado na Jornada SESC/1994 – O Teatro Musical. É diretora dos musicais infantis: Operilda na Orquestra Amazônica, de Andréa Bassitt, ganhador dos prêmios APCA de Melhor Musical para Crianças e FEMSA na Categoria Especial pela divulgação da música erudita e folclórica; e O Jovem Príncipe e a Verdade, de Jean-Claude Carrière. É uma das criadoras, junto com o Maestro João Maurício Galindo, da série Aprendiz de Maestro, onde dirigiu espetáculos de autoria de Andréa Bassitt para a série erudita infantil TUCCA, na Sala São Paulo. 

Pedro Paulo Bogossian (arranjos e direção musical) – Formado em piano erudito pelo Instituto Musical Isaías Sávio (São Paulo), é compositor, arranjador e pianista. Reconhecido diretor musical do teatro paulista, é um dos fundadores do Grupo Circo Grafitti: Alô, Alô, Terezinha; Você Vai Ver o Que Você Vai Ver; Almanaque Brasil; e Ifigônia. Recebeu os prêmios: APCA 2013 - Melhor Espetáculo de Rua para Crianças, por Mário e as Marias; Prêmio Contigo 2010 – Melhor Musical, por Nara; Shell/SP 2000 - Melhor Música, por Filhos do Brasil; APCA 1993 –  Direção Musical, por Almanaque Brasil; APETESP 1993 – Composição, por Ifigônia e Almanaque Brasil; e APETESP 1989 – Composição, por Você Vai Ver o Que Você Vai Ver. 

Fábio Namatame (figurino) – Formado em Comunicação e Artes pela FAAP (São Paulo), é figurinista, cenógrafo, visagista e diretor teatral. Criou, entre outros, figurinos para espetáculos como My Fair Lady e Evita, dirigidos por Jorge Takla; Cabaret, Evangelho Segundo Jesus Cristo e Romeu e Julieta, dirigidos por José Possi Neto; Trilogia O Paraíso Perdido e Apocalipse 1.11, dirigidos por Antonio Araújo; Além da Linha d’Água e Mãe Gentil, dirigidos por Ivaldo Bertazzo, entre outros. Recebeu diversos prêmios Shell, APETESP, APCA, SESC de Teatro SP, Cultura Inglesa de Teatro, Carlos Gomes de Ópera, Festival de Cinema de Paulínia e SESC de Dança de Belo Horizonte. 

Mário Manga (música original) – Guitarrista de grupos como Música Ligeira e Premeditando o Breque. Este último, mais conhecido como Premê, destacou-se tanto pelas letras irreverentes e divertidas quanto pela qualidade musical, baseada em arranjos sofisticados, fundindo MPB, choro, rock e até mesmo música erudita. Mário Manga é produtor musical paulistano com mais de 25 anos de carreira, além de estudioso da célebre banda de rock britânica The Beatles.

FICHA TÉCNICA 
Texto: Machado de Assis. Elenco: Marcos Damigo. Direção e Adaptação de Texto: Regina Galdino. Música Original: Mário Manga. Direção Musical, Arranjos e Trilha Sonora: Pedro Paulo Bogossian. Figurino: Fábio Namatame. Coreografia: Marcos Damigo. Consultoria de Movimento: Roberto Alencar. Iluminação e Cenografia: Regina Galdino. Execução Cenográfica: Luis Rossi. Fotos: Alex Silva Jr. Realização: Oasis Empreendimentos Artísticos.

SERVIÇO 
TEATRO EVA HERZ: Livraria Cultura/Conjunto Nacional - Av. Paulista, 2073 – Bela Vista, São Paulo.
De 31 de janeiro a 28 de março, quintas, às 21h.
Duração: 1h25min. Classificação etária: 14 anos. Gênero: Comédia musical. Lotação da sala: 168 lugares.
Ingressos: R$ 50 (inteira) / R$ 25 (meia)
O teatro tem estacionamento, acessibilidade para pessoas com deficiência e ar-condicionado. 
Telefone: (11) 3170-4059. 
Vendas pela Internet: www.ingressorapido.com.br / www.teatroevaherz.com.br
Bilheteria: Terça a Sábado, das 14h às 21h. Domingos e feriados, das 13h às 19h (feriados sujeito a alterações)
Formas de pagamento: Dinheiro, todos os cartões de débito e crédito e Vale Cultura. Não aceitamos pagamentos em cheque.

Teaser:



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