“Movimento estudantil: quem não conhece acha que é assim. Uns jovens muito loucos, que querem invadir tudo, quebradeira, uns maconheiros, que têm preguiça de estudar. Os outros vão achar que os secundaristas são a esperança do mundo. O jovem que ocupa e sonha com educação pública de qualidade. Com um mundo mais igualitário. Que assim que eles crescerem e chegarem no poder vai estar tudo resolvido. Mas, mano, o bagulho é muito mais maluco do que isso”, avisa o narrador no trailer de “Espero Tua (Re)volta”, documentário de Eliza Capai.
O filme compete na Mostra Geração 14+ do Festival de Berlim, entre 7 a 17 de fevereiro, e tem sua estreia mundial no sábado, dia 9, às 16h, horário alemão (no Brasil 13h). O trailer mostra imagens de passeatas de estudantes, da ocupação de escolas, do congresso da UNE de 2017, entre outras. O documentário traz as lutas estudantis no ponto de vista de três jovens ex-secundaristas que participaram das ocupações das escolas paulistas em 2015: Lucas “Koka”, Marcela Jesus e Nayara Souza. E conta com material inédito, reportagens da época e imagens de arquivo das marchas e ocupações.
Nas imagens estão as ocupações das escolas paulistas em 2015, em resposta a reorganização escolar anunciada pelo governo paulista de Geraldo Alckmin. A proposta previa o fechamento de mais de 90 escolas e o remanejamento de cerca de 300 mil alunos para outras unidades. Sob o lema “Ocupar e Resistir”, os estudantes protagonizaram a ocupação de mais de 200 escolas, o que serviu de inspiração para jovens de todo o país.
Os três narradores do filme relembram os eventos de 2013, até chegarem ao processo de impeachment de Dilma Rousseff em 2016 e à vitória do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro em 2018. O trio propõe diferentes olhares e vivências, mas têm em comum o ativismo por um ensino público de qualidade e uma cidade mais inclusiva. As lutas por direitos coletivos acabaram por lhes render também importantes conquistas individuais: a partir dos debates de feminismo, temas LGBT e antirracismo realizados dentro das ocupações, os jovens transformaram suas relações e suas próprias formas de se verem e se apresentarem no mundo.
O filme é uma produção da TVa2, com coprodução da Globo Filmes/Globonews, através da Lei de Audiovisual, em conjunto com investimentos do Fundo Setorial (BRDE/Ancine), por meio de parceria com o Canal Curta! e distribuição da Taturana Mobilização.
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