Rapper mineiro apresenta releitura da capa do disco "Do Oiapoque a Nova York" e lança o trabalho em vinil e nas plataformas digitais
Para celebrar este marco, o artista fez o relançamento do disco em vinil e nas demais plataformas digitais, que até então não disponibilizaram o trabalho. Disco seminal da música brasileira contemporânea, "Do Oiapoque a Nova York", obra que se mantém atual e provocativa, será relançada com direito a releitura da capa realizada pela dupla Denis Leroy e Leonardo Cesario, os mesmos que realizaram a primeira edição em 2008. As fotos da capa e divulgação são assinadas por Marcio Rodrigues. E de surpresa, Flávio com sua inquietude, nos apresenta a cantora e sambista Manu Dias, interpretando "Meu Canto", como fez há 10 anos, revelando a cantora Aline Calixto.
Produzido por Daniel Ganjaman, e pré-produzido por Flávio e o Mestre Gil Amândio, Do Oiapoque a Nova York e Flávio são considerados, no rap, como um dos primeiros artistas e trabalhos, a misturar ritmos brasileiros e formação clássica de banda de rock. Pode-se dizer que Flávio saí da zona de conforto e arrisca e com sua inquietude o CD de estreia levou Flávio aos quatro cantos do mundo.
Beats calibrados, nas 13 faixas do álbum, percebemos a construção subjetiva de um artista — ou, antes disso, de um morador do Alto do Vera Cruz — em busca de sua identidade (múltipla que seja) e da própria sobrevivência, à revelia das dificuldades impostas pelo mundo e pelas circunstâncias. É um canto torto, feito faca, que envolve um lirismo urbano próprio do rap e do hip hop, mas flerta com a ancestralidade africana e com a estética afrofuturista, extraindo das questões sociais e raciais uma poesia de afronta e empoderamento.
A obra reflete uma característica intrínseca à obra de Flávio Renegado: o hip hop atravessado por diversas influências musicais. As parcerias do disco apontam para o seu labirinto de sonoridades e ecos musicais: do hip hop paulista vieram Funk Buia (Z'Africa Brasil) e Max B.O; da MPB mineira, Aline Calixto e Júlia Ribas; e da música latino-americana os cubanos Alayo, que vieram ao Brasil especialmente para gravar o disco, e Cubanito, que reside em BH. A obra conta ainda com a participação da delicadeza das Meninas de Sinhá, vindas da comunidade do Alto Vera Cruz.
O cantor iniciará uma turnê comemorativa que passará por São Paulo, com a participação especial do seu amigo Simoninha, duas datas no Rio de Janeiro, com dividindo palco com João Cavalcante e Pretinho da Serrinha, Brasília e, claro, sua terra natal, Belo Horizonte, no festival Somos Todos Black.
O mundo é esse lugar lindo, porém difícil. Mas o que se faz com isso? Como ultrapassar as condições desiguais que submete a tantos? Como desalojar-se do medo, da miséria e das opressões que ordenam muitas das vidas. Se a pergunta for dirigida ao cantor e compositor Flávio Renegado, a provável resposta será: — É com amor e com arte!
Este mineiro, nascido no Alto Vera Cruz, periferia de Belo Horizonte (MG), é um artista iluminado pelas luzes da favela. Foi aos 15 anos que começou a exercer suas rimas, ao mesmo tempo em que deu início à sua atuação em movimentos sociais. Esses dois gestos — a estética e a política — definem até o hoje a vida e o trabalho de Flávio Renegado. Em 1997, foi um dos fundadores do seu grupo de rap e em 2007 fez seu primeiro show solo, e o sucesso de público o incentivou a cair na estrada com seu trabalho solo.
Veio, então, o seu disco de estreia, inigualável em sua carpintaria artística, um marco da música mineira, "Do Oiapoque a Nova York". E o primeiro grande reconhecimento de seu trabalho, com o prêmio Hutúz, o maior do gênero hip hop na América Latina, nas categorias "Artista Revelação" e "Melhor Site".
"Do Oiapoque a Nova York" é um trabalho inquieto, vivo, dançante — e convoca os corpos para o prazer e para a luta. É hora de comemorar uma década do primeiro grande passo de uma carreira cheia de grandes conquistas por parte um artista engenhoso e perspicaz, cuja voz é a de um guerreiro em tempos de guerra.
Flávio já prepara seu próximo projeto especial que faz parte desta comemoração pra abril do próximo ano, logo após o carnaval, a sua Suíte Masai, em parceria com a Orquestra Ouro Preto, trazendo ineditismo para o hip hop, misturando rap e o erudito, o mano e os maestro.
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