Com mais de 500 mil seguidores na internet, o autor roda o país com suas palestras
Dos seis aos 14 anos, Guilherme Pintto viu sua mãe sofrer todo tipo de violência física por parte do marido. O agressor – padrasto do garoto – não o poupou dos abusos psicológicos. Para escapar de uma realidade tão dura, recorreu às palavras para aliviar a dor e encontrou na escrita um refúgio. Escolheu o amor como tema preferido - mesmo sabendo que o sentimento estava muito distante do que presenciava em casa – e hoje é um dos grandes defensores do amor-próprio na internet e em palestras pelo Brasil.
O jovem, que acumula mais de 500 mil seguidores nas redes sociais, compartilha o que aprendeu com a experiência no livro Seja o amor da sua vida, que chega às livrarias em junho pela Editora Planeta. Em crônicas sensíveis e bem-humoradas, Guilherme traça o caminho que o levou a encontrar seu verdadeiro amor: ele mesmo.
Com altas doses de terapia e autoconhecimento, ele aprendeu a importância de estar em paz consigo mesmo, antes de querer dividir a vida com outro alguém. “Eu tinha a esperança de que alguém iria me salvar. Me salvar do tédio, suprir tudo o que faltava em mim e me salvar da torre da rejeição. Demorou para eu perceber que o amor do outro não nos salva. Nós somos responsáveis pela nossa salvação diária”, afirma.
Segundo o autor, alguns passos podem ajudar nessa trajetória rumo à paz interior. Em primeiro lugar, devemos fazer imersão interior e nos questionar sobre quem somos de verdade, quais são nossos reais interesses e nossas vontades mais verdadeiras, buscando um afastamento das expectativas alheias. Em seguida, identificamos nossas feridas para buscar o tratamento adequado para cada uma delas. Por fim, convide-se para um encontro e aprenda a desfrutar da própria companhia e se sentir confortável dentro do próprio corpo.
Trechos
Anote na geladeira que o amor nunca será garantia de nada. A promessa é o Rivotril do desespero, serve apenas para estabilizar o medo do inverso. Acredite mais nas ações e não dê muita bola para os discursos estruturados. Não procure um namorado, procure alguém disposto a viver histórias contigo. Construa a história antes de querer vivê-la, Namoro não é construção antes da decisão.
Somos agora meros desconhecidos que, lá atrás, dividiram a mesma escova. Espero que com o vazio do seu banco de carona você tenha aprendido que o essencial não é a velocidade do deslocamento, mas sim a intensidade da companhia, que torna as viagens mais duradouras. Amor, eu já fui. Tô lá. Tô sendo.
O problema não é o amor, são as dores, as decepções que a gente vai vivendo ao longo do caminho. E o pior é que não tem outra opção a não ser ajeitá-las em algum canto sem deixar que desorganizem ainda mais mais o que supostamente deveria estar organizado. O amor nunca foi o problema. O que mata a gente por dentro é esse vai e vem, que mais vai do que vem.
Mate quem já te matou há tempos: antes de começar, será preciso terminar. Você terá que assassinar suas piores lembranças para voltar a ser ré primária, sem feridas abertas e resquícios de amores sujos. Será preciso esfaquear o ponto e a vírgula, tacar fogo nas malditas reticências e fazer as pazes com o ponto final.
Sobre o autor
Guilherme Pintto é gaúcho do interior do Rio Grande do Sul (Jaguarão-RS), radialista, publicitário apaixonado por histórias e por todos os começos que os cafés promovem. Já viajou do Sul ao Nordeste do país com apenas R$ 975 na carteira, foi eleito segundo melhor cronista no concurso literário nacional Felippe D’Oliveira na cidade de Santa Maria, e há dois anos criou um canal no YouTube para superar seus traumas e propagar amor na internet.
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