A Fulla é uma boneca, com o mesmo tamanho da famosa Barbie, porém, com costumes e roupas diferentes. Ela foi lançada em 2003 na Síria, pela NewBoy Design Studio. A boneca vem com véu e hijab (um vestido usado por muçulmanas por cima das roupas que cobre o corpo e deixa o rosto e as mãos de fora), além de um tapete para orações, cor-de-rosa.
Fulla é comercializada em países islâmicos e do Oriente Médio, sendo um total de 22 países e mais de 200 produtos comercializados da boneca. Em 2004, ela vendeu mais de 1 milhão de bonecas, sendo considerada a mais popular do Oriente Médio.
Apesar de ter caído em desgraça entre as meninas egípcias, esta boneca mantém seu prestígio em países do golfo como a Arábia Saudita, onde a Barbie é proibida e a Fulla oferece, além disso, uma extensa unidade familiar formada por seus pais, dois irmãos gêmeos chamados Bader e Nur, e duas amigas íntimas, Yasmin e Nada.
Fulla já exerce duas funções, professora e médica, e é a versão islâmica da Barbie criada para suprir as necessidades das crianças criadas dentro da cultura muçulmana e que não aceitam o padrão e costumes ocidentais da boneca americana.
Antes considerada a "queridinha" das crianças do Oriente Médio, pois a boneca tem o mesmo tipo físico e modo de vestir das mulheres árabes, ela vem passando por uma crise. Diferente da Barbie onde os seios são ”empinados”, a Fulla tem uma forma física mais modesta e busto menor. Além disso, o véu islâmico e o recatado guarda-roupa da Fulla, ainda uma das bonecas mais vendidas no Oriente Médio, já não seduzem tanto as meninas egípcias, que agora preferem as saias curtas e os vestidos justos da Barbie.
"A Fulla desapareceu de nossas prateleiras. Ninguém mais procura por ela porque está fora de moda", disse à Agência Efe a jovem Nevine Ibrahim, funcionária de uma loja de brinquedos do bairro de Dokhi, no Cairo. A boneca foi batizada com o nome de um típico jasmim da região. De acordo com Hani Orfali, diretor da divisão de brinquedos da NewBoy, a Fulla representa o mundo muçulmano com sua cultura, valores e esperanças.
"A Fulla simboliza o sonho de toda menina árabe: uma personalidade popular e divertida que contribui positivamente para a sociedade e ressalta a importância da vida familiar", assinalou Orfali,, que garantiu que as vendas da boneca nos últimos anos foram "mais altas que as de qualquer outra boneca no Oriente Médio", mas preferiu não mencionar números nem dar detalhes sobre a atual situação.
No entanto, o comerciante egípcio Talat Mustafa, dono de uma loja de brinquedos em um centro comercial, destacou que ela já quase não é vendida no Egito. "Durante alguns anos, as vendas do produto subiram sem parar, mas era uma moda passageira. Agora, nenhum cliente a solicita", comenta.
De fato, nas prateleiras de seu estabelecimento, as únicas concorrentes da Barbie são as pomposas princesas ocidentais, de vestidos rosa brilhante. Já não há lugar para a Fulla porque, segundo Mustafa, a boneca islâmica "perdeu a batalha do marketing".
"Mas quem sabe? Se voltar a aparecer na televisão, talvez nossos clientes nos obriguem a trazê-la de volta à loja", acrescentou. "Muitos pais pensaram que, se sua filha brincasse com uma boneca islâmica, seria uma boa religiosa quando crescesse. Mas esse conceito mudou", ressaltou.
"Mas quem sabe? Se voltar a aparecer na televisão, talvez nossos clientes nos obriguem a trazê-la de volta à loja", acrescentou. "Muitos pais pensaram que, se sua filha brincasse com uma boneca islâmica, seria uma boa religiosa quando crescesse. Mas esse conceito mudou", ressaltou.
Na loja de brinquedos de Ibrahim também não há rastro dos olhos castanhos e do cabelo preto da Fulla, mas sim restam algumas concorrentes de traços árabes e véu islâmico que, por serem mais baratas, esperam que algum comprador se compadeça delas.
As "primas" islâmicas da Fulla são Karima ("generosa", em árabe), que veste um longo vestido azul e tem um véu branco, e Yamila ("bela"), produzida com uma "abaya", túnica negra usada nos países do Golfo Pérsico que cobre da cabeça aos pés.
Ao contrário da Fulla, fiel à ortodoxia muçulmana que só aceita as relações entre homem e mulher dentro do casamento, Yamila tem um companheiro com túnica e turbante brancos, Yamil, alternativa ao namorado da Barbie, Ken. Sobre esse assunto, Orfali acredita que é cedo para que a boneca muçulmana tenha um marido porque representa uma jovem de 16 anos, e não revela se seu casamento chegará com a maioridade.
No entanto, a Fulla não é apenas uma boneca, já que produtos como eletrodomésticos, faqueiros, perfumes e inclusive um kit de oração composto por um véu e um tapete são comercializados em seu nome. Para Orfali, a criação deste universo próprio se deve a que a Fulla continua no foco de algumas jovens árabes "sem renunciar ao véu nem aos trajes típicos de alguns países" e, além do guarda-roupa, compartilha com elas aspirações profissionais.
"A Fulla, como outras meninas de sua idade, sonha em desenvolver uma carreira no futuro", disse o diretor da NewBoy para justificar que a boneca já dispõe de versões como professora, dentista e estilista. "Terá outras muitas profissões, que serão escolhidas com base em nossas pesquisas sobre os sonhos das adolescentes árabes".
A "Barbie islâmica"
Fulla é uma boneca "muçulmana" com "feições" árabes, mais popular das Arabias e apelidada de Barbie muçulmana ou Barbie árabe. A boneca é muito similar à "prima" ocidental que adora "vestir" modelitos mais ousados que a versão das Arábias.
Muito querida pelas meninas do Oriente Médio, ela apresenta o mesmo tipo físico e modo de vestir das meninas das Arabias. Fulla é morena (mas também existe a versão loira), tem olhos castanhos e grandes, usa hejab e vestes modestas como toda boa muçulmana deve usar. Diferente da Barbie onde os seios são " empinados" a Fulla tem uma vestimenta, tipo uma segunda pele feita sobre o próprio corpo da boneca, que cobre suas partes mais intimas e metade da perna também.
As roupas de Fulla são lindas e têm para todos gostos: abaya escura com hejab, vestes de oração com tapetinho e tudo, trench-coat com hejab branco (estilo sírio), noiva, saia e blusa, vestidos. Acessórios curiosos para o mundo ocidental, cada um mais bonito do que o outro.
A fama da boneca lançada em 2003 alcançou os outros países árabes e muçulmanos ficando conhecida como a "Barbie islâmica". Em pouco tempo, todas as garotinhas queriam uma Fulla para brincarem e se identificarem. Com o sucesso do brinquedo, outros produtos que levam sua estampa foram lançados, e vão desde mochilas, lancheiras, sombrinhas, cortinas, roupas, roupa de banho e cama, até cadernos a cereal matinal com a foto ou desenho da boneca muçulmana.
Embora a Fulla seja a mais popular das bonecas muçulmanas, ela possui concorrentes como a Jamila Doll, Sara e Dara, Razane e Saghira. No site americano da Fulla, a boneca saia por U$ 16. Com certeza na Síria deve ser mais barata. Dificilmente a boneca é vista na Turquia, onde podem ser encontradas Barbies sendo vendidas na lojas. E, no Brsil, é item de colecionador.
Comercial de produtos com o nome Fulla
Adoraria ter essa boneca!! Pena que em terras brasileiras... o preço é inflacionadíssimo. :(
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