Por Luiz Gomes Otero*, em outubro de 2018.
Líder do mítico grupo ZZ Top, o guitarrista Billy Gibbons decidiu voltar para suas raízes musicais no CD "The Big Bad Blues", com releituras de canções que consolidaram o blues nos anos 60 e 70.
É preciso ressaltar que o ZZ Top nunca se afastou do blues. Mesmo nos anos 80, com o hit “Gimme Me All Your Lovin” em alta , a banda sempre manteve um pé no blues. Por isso, não é de admirar que o líder da banda voltasse ao som direto de Chicago quando teve a chance de acompanhar sua estreia solo de sucesso em 2015.
É possível que a ideia tenha sido estimulada pelos Rolling Stones, cujo CD "Blue & Lonesome", de 2016, mostrou os britânicos voltando às suas raízes com surpreendente sucesso comercial e artístico. Como eles, Gibbons não está tentando reinventar a roda do gênero musical. Sliás, por que ele deveria? O primeiro grande sucesso de Top, "La Grange", era fortemente influenciada pelo boogie estilo John Lee Hooker.
Gibbons mergulhou de cabeça em canções de Bo Diddley e Muddy Waters (dois a cada), e produziu algumas próprias com a mesma paixão e intensidade que manteve sua banda relevante por quase 50 anos.
Gostei muito de ouvir "My Baby She Rocks" e a releitura de "Crackin Up", do mestre Bo Diddley, que também é rotineiramente incluída nas set lists de shows do ex-beatle Paul McCartney. Mas o álbum todo vale a pena ser conferido. Ainda que que não haja surpresas na forma de apresentação, ouvir a guitarra e o feeling de Gibbons é sempre um prazer para quem curte o autêntico rock e blues.
"Rollin And Tumblin"
"Standing Around Crying"
"Missin Yo Kissin"
*Luiz Gomes Otero é jornalista formado em 1987 pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Trabalhou no jornal A Tribuna de 1996 a 2011 e atualmente é assessor de imprensa e colaborador dos sites Juicy Santos, Lérias e Lixos e Resenhando.com. Criou a página no Facebook Musicalidades, que agrega os textos escritos por ele.
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