Por Helder Moraes Miranda, em setembro de 2018.
Eu amo como minha,
a noite,
é sua a noite,
e não há ninguém que possa.
Intervir.
Sabemos e é muito nosso
esse jogo de sílabas não pronunciadas.
Fale-me, eu rogo e sinto muito.
Mas há eu e você e a noite nossa.
E algo.
Cale-se, não sei lidar e fico entreaberto,
entre dentes,
sibilante.
Mas há eu e você e a vida
que nos cobra,
eu sei,
sabe-se pouco e nada sobre tudo,
e é bem verdade.
Mas há tudo isso e as palavras.
Essas nos cercam,
nos contestam
nos contextos
da fala dissonante.
Podemos elaborar,
devemos esperar,
sabemos verbalizar
o que os olhos só dizem quando estamos sem fala .
Ou em paz, sorrindo, nas nossas conduções.
Partidos e partilhados ao meio.
*Helder Moraes Miranda escreve desde os seis anos e publicou um livro de poemas, "Fuga", aos 17. É bacharel em jornalismo e licenciado em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos, pós-graduado em Mídia, Informação e Cultura, pela USP - Universidade de São Paulo, e graduando em Pedagogia, pela Univesp - Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Participou de várias antologias nacionais e internacionais, escreve contos, poemas e romances ainda não publicados. É editor do portal de cultura e entretenimento Resenhando e assina a coluna dominical DOM.
0 comments:
Postar um comentário
Deixe-nos uma mensagem.