“O futuro do Brasil não será decidido nas reuniões do Copom, nos pregões da Bolsa ou nas profundezas do pré-sal. Ele será decidido nos milhares de salas de aula do nosso país-continente. As deficiências do ensino básico e a desigualdade de oportunidades respondem pela mais cruel e injusta fratura da vida brasileira — o equivalente moral da escravidão no século XXI”, Eduardo Giannetti.
Divulgados recentemente, os dados do Sistema de Avaliação do Ensino Básico, o Saeb, mostram, por exemplo, que apenas 4% de alunos do Ensino Médio têm conhecimento adequado das disciplinas de português e matemática. Estes resultados reforçam a existência de uma grave crise de aprendizagem, como revela o autor Daniel Barros em “País Mal Educado”, que chega às livrarias pela Record em setembro.
"Crianças e adolescentes vão à escola, mas não conseguem adquirir o conhecimento esperado. Para crescer mais, será preciso fazer mudanças estruturais. Essas mudanças devem envolver a disseminação pelo país de aspectos centrais em casos de sucesso de estados e municípios brasileiros. Mas também deve ter modificações mais basilares, a exemplo do que fizeram outros países que revolucionaram a educação. O livro investiga as razões para nossa crise de aprendizagem e oferece caminhos a partir de casos emblemáticos de sucesso no Brasil e em partes do mundo", defende Daniel.
No texto, ele faz uma preciosa investigação das raízes da baixa qualidade do ensino no Brasil, incluindo uma análise do último século e o cruzamento de pesquisas de ponta, políticas públicas de sucesso e entrevistas com especialistas. Apesar de o senso comum defender que um dos maiores problemas do Brasil é a fragilidade da sua educação básica, na maioria das vezes essas conversas apenas arranham a superfície do problema — o que faz com que se criem diversos mitos e suposições.
O objetivo de Daniel é desfazer alguns dos mitos e responder ao que considera a questão central de qualquer sistema educacional: as crianças e adolescentes estão aprendendo? “Vejo um consenso cada vez maior de que nenhuma ação tem mais impacto na aprendizagem do que garantir um professor preparado para ensinar os estudantes”, argumenta Daniel. O livro mostra que existe esperança: há diversos estados como Pernambuco, Ceará, Goiás e municípios como Sobral (CE), Rio de Janeiro (RJ) e Seabra (BA) que avançaram bastante e se tornaram exemplos para o restante do país.
Daniel Barros é jornalista formado pela UFRJ e mestre em administração pública pela Universidade de Columbia, em Nova York. Como repórter da revista Exame, ganhou diversos prêmios jornalísticos, entre eles o Esso, na categoria Educação, em 2014. Trabalha atualmente como consultor de políticas públicas, tendo passado pela consultoria McKinsey & Company e organizações do terceiro setor.
Trecho:
“O descalabro de hoje é que, em muitos lugares do país, as crianças e adolescentes frequentam as salas de aula, mas aprendem pouco, muito pouco ou quase nada. (...) Este livro trata de políticas públicas de sucesso na melhoria do aprendizado para estudantes de educação básica. Ele aborda personagens que mudaram a realidade educacional para milhares ou milhões de brasileiros. Você não verá histórias de exemplos pontuais de professores heroicos ou alunos de escola pública que romperam com as adversidades e foram estudar em algumas das melhores universidades do mundo, por mais inspiradoras que elas possam ser. Aqui, as histórias particulares servem para entender o quadro mais amplo da educação básica no Brasil. (...) O objetivo desta obra jornalística é mostrar, em ordem de prioridade, as falhas mais graves do sistema educacional brasileiro, mas também apresentar indícios de caminhos promissores para resolvê-los”.
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