O incêndio que destruiu cerca de 90% do acervo com mais de 20 milhões de itens no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, no início desta semana, chama atenção para condições de segurança de instituições que guardam documentos históricos. Segundo a historiadora Viviane Lima de Morais, do Centro de Memória Bunge (CMB), um dos mais ricos acervos de memória empresarial do País, o investimento para conservação é alto, mas necessário para manter viva a história. "Além de ter uma equipe especializada, formada por arquivistas, historiadores e outros profissionais, existem processos específicos para proteger e preservar cada tipo de documento, especialmente o acervo filmográfico, que é inflamável e pode se perder com o tempo por processos de degradação como a 'síndrome do vinagre', expressão utilizada entre os arquivistas para definir a reação química em filmes em ambientes sem condições adequadas", explica.
No Centro de Memória Bunge, existe mais de 1,5 milhão de itens divididos entre documentos textuais, iconográficos, tridimensionais e audiovisuais que recontam grande parcela da história da industrialização do Brasil, desde o início do século 19, bem como a história da propaganda, navegação e do agronegócio brasileiro. Como medida de segurança, os documentos raros são digitalizados e alguns itens tridimensionais, como embalagens, possuem versão em mock-up, um modelo em escala em seu tamanho real. Além disso, os filmes em rolo e VHS, K7, Betacam e DVCam são higienizados com frequência e também possuem versão em outras mídias, como DVD e MP3. Além de preservar, o Centro de Memória Bunge coloca este acervo à disposição da população, pois acredita que a preservação da história só faz sentido se ela puder ser compartilhada.
"No caso de acervos de memória empresarial, além de preservar, é importante conscientizarmos os colaboradores sobre a importância histórica do que produzem no dia a dia e estabelecermos um sistema de mapeamento e transferência da documentação. No caso do Museu Nacional, além de investir na proteção do patrimônio histórico, é importante estabelecer uma política que conscientize a população e as instituições de fomento sobre a inadiável preservação da memória cultural", ressalta. Viviane diz ainda que a Preservação do Patrimônio Histórico de um país é responsabilidade de todos.
O Centro de Memória Bunge foi criado em 1994 e desde então é mantido pela Fundação Bunge. Referência na área de preservação da memória empresarial, o local tem como objetivo a guarda e preservação de documentação histórica, a disseminação do conhecimento e a utilização de seu acervo como um instrumento estratégico de gestão. Para facilitar o acesso ao público e compartilhar com a sociedade o aprendizado construído, o CMB disponibiliza seu acervo online (fundacaobunge.org.br/acervocmb) e conta com atividades gratuitas como Atendimento a Pesquisas, Exposições Temáticas, Visitas Técnicas e Benchmarking. Além disso, promove as Jornadas Culturais, uma série de eventos com palestras e oficinas gratuitas com objetivo de conscientizar as pessoas sobre a importância da preservação de acervos históricos e patrimoniais.
Sobre a Fundação Bunge: A Fundação Bunge, entidade social da Bunge Brasil, há mais de 60 anos atua em diferentes frentes com o compromisso de valorizar pessoas e somar talentos para construir novos caminhos. Suas ações estabelecem uma relação entre passado, presente e futuro e são colocadas em práticas por meio da preservação da memória empresarial (Centro de Memória Bunge), do incentivo à leitura (Semear Leitores), do voluntariado corporativo (Comunidade Educativa), do desenvolvimento territorial sustentável (Comunidade Integrada) e do incentivo às ciências, letras e artes (Prêmio Fundação Bunge).
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