Em 2017, o nome de Wander Antunes ganhou destaque nacional ao ter suas histórias em quadrinhos do detetive Zózimo Barbosa adaptadas pela Rede Globo na série "Cidade Proibid"a. No momento em que o programa era apresentado, a Editora Noir lançou o álbum “O Corno que Sabia Demais”, com histórias inéditas do personagem, desenhadas por Gustavo Machado.
Agora, depois de uma longa carreira como roteirista na França, Antunes faz sua estreia como ficcionista em “Depois que o Diabo Foi Embora – E Outros Contos Violentos e Vulgares”, com 19 histórias curtas absolutamente originais e que mostram seu enorme potencial para se tornar um dos nomes mais importantes da ficção nacional nesta década.
Como observa o editor Gonçalo Junior, Wander Antunes como contista dá a certeza de que finalmente algo muito interessante está surgindo na literatura brasileira neste começo de século. “E o que se lê é algo de causar múltiplas sensações no leitor”. Primeiro, de perturbação e de taquicardia, pela abordagem temática escolhida por ele.
Em uma sequência interminável, quase descontrolada, de extrema violência, o autor passeia com impressionante desenvoltura narrativa entre a vida e a morte. Em todas as histórias, alguém vai morrer e alguém vai viver. “Mas isso pouco importa. Na melhor tradição entre o realismo fantástico latino-americano, o cordel secular nordestino e as baladas de Zé Ramalho, ler este livro é tão impactante quanto atravessar o sertão nordestino sem uma gota de água na moringa”, completa Gonçalo.
O livro de Antunes inaugura a aposta da Noir em ficção e chega às livrarias juntamente com o moderníssimo “Eu, Gregório”, romance de estreia do jornalista, cineasta e produtor cultural Raul Moreira, um dos personagens mais atuantes na vida cultural baiana nesta década. É uma história para “fortes”, segundo ele. Imagine que seu mundo está desabando ao redor, que tudo o que você mais ama está morrendo. Imagine uma vida tranquila, cheia de amores e desamores, com amigos e inimigos próximos e distantes. Agora, imagine que você é um gato. "Eu, Gregório" é uma surpreendente narrativa de um personagem aprisionado em sua espécie, lutando bravamente contra o inevitável da vida.
Mas o que espera o leitor neste livro está longe de ser uma simples história narrada por um felino. Sua dona é uma mulher lésbica cheia de vida, mas que precisa lidar com o imponderável da vida: um câncer terminal. A narrativa de Moreira vai muito além do que as palavras escritas dizem. É, sim, uma emocionante história de amores impossíveis, concessões e perdas. E, se no final do livro, você soltar um miado, tudo bem, todos nós temos um pouco (ou muito) de Gregório dentro de nós.
Os dois volumes podem ser comprados pelo site da Noir, www.editoranoir.com. E, ainda este mês, nas melhores livrarias físicas e virtuais.
Sobre os autores:
Raul Moreira
Baiano, Raul Moreira é jornalista, roteirista, cineasta e crítico cinematográfico. Dirigiu o dramaturgo Plínio Marcos no espetáculo Tarô Mágico (1992). Depois, seguiu o circo da F1 nos anos 1990 mundo afora. Na Itália, onde se fixou, foi correspondente e colaborador da Folha de S.Paulo, Diário Lance!, Correio Braziliense, Estado de Minas e A Tarde, entre outros.
Wander Antunes
Escreveu e desenhou o álbum Memórias de chuteiras e o infanto-juvenil Nosferateen. Como roteirista no mercado brasileiro assinou A boa sorte de Solano Dominguez, Crônicas da província além da adaptação para quadrinhos de Clara dos Anjos, de Lima Barreto. Já na Europa, também como roteirista, teve os seguintes trabalhos publicados: Toute la poussière du chemin, Big Bill est mort, L'oeil du diable, Vieille Amérique e Un paradis distant.
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