terça-feira, 14 de agosto de 2018

.: Crítica de "Cinderella, o Musical", que convida o público a um baile de gala

Crédito da foto: @lhegal
Por Helder Moraes Miranda, em agosto de 2018.

"Cinderella, o Musical" convida os espectadores a um baile de gala. Seguindo a linha tradicional, e à moda antiga, o musical não faz concessões e percorre, a partir da trajetória da personagem do conto de fadas clássico que todos conhecem. E é a partir do ponto de vista do sonho de amor romântico que tudo acontece. Sem dispensar todo o glamour que os bailes de gala, e até as colunas sociais de antigamente, mostravam.

André Loddi, como o príncipe Topher, brilha mais uma vez em um papel de mocinho nos musicais - antes, ele protagonizou o Sam de "Ghost - O Musical". Na pele do personagem, ele é o protótipo do rapaz idealizado por muitos para viver um romance, mas que, ingênuo a ponto de não perceber o que está ao seu redor, precisa de alguém para lhe abrir os olhos para a realidade.

Esse alguém é "Cinderella" que, nos tempos modernos, tem um quê de revolucionária e a ousadia de intermediar as solicitações de um representante do povo ao príncipe que, em um mundo sem privações, ignora os anseios das ruas além dos muros do castelo. 

Essa nuance entre a mocinha frágil e disposta a aceitar calada todos os tipos de humilhação vindas de casa até a jovem que luta pelos sonhos e direitos dos outros é mérito da atriz que interpreta a personagem título, Lia Canineu que, além de tudo, é a personificação do que o público de crianças, jovens e adultos esperam de uma autêntica Cinderella.

Entre projeções e figurinos suntuosos, outros destaques são a madrasta Talitha Pereira e as irmãs, Luana Bichiqui (Charlotte) e Letícia Mamede (Gabrielle), que servem como alívio cômico para um musical que não cede nem na hora da escolha das músicas. Não espere canções fáceis, ou o hit do filme da Disney, o espetáculo é Broadway pura, que prefere o belo ao palatável para servir ao público de hoje, acostumado a tudo que é bem mastigadinho.

O carisma de Igor Miranda, vilão em "Ghost - O Musical", também faz com que o público torça para o romance entre o personagem dele e uma das irmãs de Cinderella. Não espere uma Cinderella típica, focada em agradar a audiência do espetáculo. Nem a delicadeza de uma história clássica. Tudo em Cinderella é grande, como a voz da fada madrinha, Ivanna Domenyco, que canta com tanta alma que o público se esquece por um momento que seres encantados não existem, já que ela é a própria mágica. 

A redenção improvável e o perdão inconcebível fazem lembrar que estamos diante de um conto de fadas. Lindo, mágico e, o melhor de tudo, com a assinatura dos mestres Charles Möeller e Claudio Botelho. Permita-se.



Serviço
"Cinderella, o Musical"
Temporada: até 30 de setembro
Local: Theatro NET São Paulo
Endereço: Rua Olimpíadas, 360 – Vila Olímpia – Shopping Vila Olímpia – 5º piso

Horários
Quintas e Sextas: 20h
Sábados: 16h e 20h
Domingos: 17h

Preços:
Todas as sessões:
Plateia Central: R$ 250
Plateia Lateral: R$ 230
Balcão 1: R$ 130
Balcão 2: R$ 75
Duração: 120 minutos (com 15 minutos de intervalo)
Classificação etária: livre

Ingressos:
Vendas pelo site www.ingressorapido.com.br ou pelo aplicativo Ingresso Rápido
Por telefone: (11) 4003.1212
Horário da bilheteria Theatro Net São Paulo:
Segunda a sábado: das 10h às 22h
Domingos e feriados: das 12h às 20h

*Helder Moraes Miranda escreve desde os seis anos e publicou um livro de poemas, "Fuga", aos 17. É bacharel em jornalismo e licenciado em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos, pós-graduado em Mídia, Informação e Cultura, pela USP - Universidade de São Paulo, e graduando em Pedagogia, pela Univesp - Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Participou de várias antologias nacionais e internacionais, escreve contos, poemas e romances ainda não publicados. É editor do portal de cultura e entretenimento Resenhando e assina a coluna dominical DOM.




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