"Anonimato, Orikis aos Mitos Pessoais Desaparecidos", com a Cia. Treme Terra, será apresentado neste sábado, dia 21 de julho, às 20h, no Sesc Santos. É um espetáculo de dança negra que revela situações do cotidiano brasileiro, bem como, aspectos ligados ao soterramento e aniquilamento das memórias negras no seio de uma sociedade eurocentrada, marcada por um histórico secular racista e colonialista, que violenta pessoas e tradições culturais de matrizes africanas, indígenas e periféricas.
De maneira poética (não dissociada a política, como discurso libertário), a obra aborda o genocídio etnico-cultural e suas consequências na vida social urbana, a invisibilização de mestras e mestres da cultura popular abandonados a solidão.
Traçando um paralelo simbólico com os rituais de axexê, suas relações com eguns, orixás e nkisis que estão fortemente associados a morte, bem como ao renascimento e outros desdobramentos, a Cia. Treme Terra aprofunda sua pesquisa mitológica partindo das tradições bantu e yoruba no Brasil, estudos de movimentações para um corpo que dança e reverbera sons percussivos e vocais, dando origem as re-criações cênicas inspiradas (de maneira não literal) em histórias recolhidas de importantes personagens da cultura negra e periférica.
Na lingua yorubá, Ori significa "cabeça, destino", e Ki, "saudar". O oríkì é uma forma poética orgânica de elaboração do conhecimento organizada pela etnia iorubá, uma espécie de provérbios popularmente estudado e difundido no Brasil por pessoas iniciadas nos terreiros de candomblé e pesquisadores, os oríkìs são fontes de um saber que estão relacionados aos orixás.
O oriki é uma espécie de montagem de atributos que tematiza, colagens de predicados, justaposição de particularidades e emblemas. São canções de guerra, cantigas de ninar, hinos, preces, orações, cânticos religiosos, cantos funerais, encantações, poemas didáticos, podendo-se inclusive ser encontrado nos textos percussivos, frases ritmicas dos "tamas" (tambores falantes africanos que quando tocados com baquetas possuem modulação de tonalidades e timbres). Duração: 60 minutos. (Foto: Raul Zito) Teatro Não recomendado para menores de 14. R$ 20. R$ 10 (meia). R$ 6 (credencial plena).
Workshop "Dança Negra Contemporânea" - Com Firmino Pitanga
O curso de Dança Negra Contemporânea tem a intenção de habilitar o corpo que dança a ser mantenedor de alguns códigos e signos presentes em partes das Manifestações Negras da diáspora africana, pensando a dança como uma forma de expressão a partir da movimentação.
O curso tem o objetivo de aprofundar conhecimentos de ritmos e movimentos inspirados na mitologia dos orixás e seus arquétipos. O vocabulário de movimentos se organiza dentro de uma diversidade rítmica, diferentes acentuações e velocidades de andamento.
As aulas são acompanhadas por música ao vivo, tambores e cantos em banto e yorubá, buscando desenvolver a atenção dos bailarinos com o diálogo entre a música e a movimentação, propiciando também a capacidade de desenvolver o improviso. Sala 41 Não recomendado para menores de 16. Grátis. Sábado, das 11h às 13h. O Sesc Santos fica na rua Conselheiro Ribas, 136, no bairro Aparecida, em Santos.
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