Por Luiz Gomes Otero*, em junho de 2018.
Aos 78 anos, ela segue tendo a mesma postura combativa dos anos iniciais, quando enfrentou uma forte onde de preconceito racial nos Estados Unidos. Nesse disco ela contou com Jeff Tweedy que produziu as sessões e escreveu a maior parte das músicas É definitivamente um álbum destinado a falar com tempos conturbados.
Mavis Staples é a cantora ideal para propagar canções que muitas vezes lidam com ódio, desigualdade e indiferença, deixando claro que o amor e a compreensão têm a capacidade de curar o espírito ferido da América.
Eu particularmente gostei muito de "Ain't No Doubt About It", com participação de Jeff Tweedy, uma balada soul com toques de folk (que é a raiz musical da banda Wilco, de Tweedy). Assim como "We Go High", com um providencial coro de vozes auxiliando a diva da soul. Além é claro da faixa título, que foi muito bem produzida por sinal.
O estilo vocal de Staples segue a linha do gospel vintage e da soul music clássica. Essa mescla sempre dá uma carga forte de emoção em suas interpretações, o que pode ser comprovado nas faixas desse lançamento.
O que há de mais especial nesse trabalho é o modo como Mavis Staples enfrenta os desafios de um mundo perturbado ao mostrar para o ouvinte com a crença de que tudo não está perdido, que podemos superar os maus momentos e construir um futuro melhor. Basta tentarmos. Este é um álbum que a América e os demais continentes precisam ouvir, com urgência.
"Ain't No Doubt About It"
"If All I Was Was Black"
"Little Bit"
*Luiz Gomes Otero é jornalista formado em 1987 pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Trabalhou no jornal A Tribuna de 1996 a 2011 e atualmente é assessor de imprensa e colaborador dos sites Juicy Santos, Lérias e Lixos e Resenhando.com. Criou a página no Facebook Musicalidades, que agrega os textos escritos por ele.
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