Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em junho de 2018
Estou magoada e ponto final. A partida tinha data e hora marcada, só não fui informada. E mais uma vez eu me senti como aquela menina que fora obrigada a dar sua boneca Xuxinha para a prima mais nova. Contudo, dessa vez, nem pude me despedir como fizera com o brinquedo.
Aquele dia foi extremamente cansativo. Cuidei dos afazeres domésticos e me debrucei nos textos do Resenhando.com. Desde abril estava elencando -com detalhes- os 40 motivos para assistir "Grease - Nos Tempos da Brilhantina" e, por um erro ainda não identificado, a lista prontinha, desapareceu completamente do sistema e não tinha cópia. Chorei? Não, mas faltou pouco. No entanto, quando se tem apreço por algo, o texto flui. Trabalho refeito.
Ainda de noite, assim que meu marido chegou, fomos antecipar o pagamento das contas que venceriam nos próximos dias, completamos o tanque do carro e comemos uma pizza deliciosa de frango e catupiry. Eis que o momento do choque estava por vir. Já na cama, lendo o livro "Black Dog: Os Sonhos de Paul Nash", de Dave McKean, conferi o WhatsApp -que deveria mudar de nome para "Amostrinha do Inferno".
Tinha uma mensagem da minha mãe. Abri, vi as fotos, li e reli. Permaneci incrédula até que decidi repassar a meu marido a informação: Os filhotes das tartarugas já tinham sido doados para a pessoa interessada. O combinado não era esse. Fui dormir pensando naquilo e no último domingo em que estive com as miudezinhas que a natureza havia enviado, sendo que eu planejava comprar um ouriço para cuidar e chamar de meu.
Os filhotes de tartarugas passeavam em meu pensamento. Fatalmente, tive um pesadelo. Durante a visita a uma casa cheia de lama e com muitas, muitas tartarugas andando apenas pelos cantinhos, decidi tirar o filhotinho que carregava comigo, dentro de uma bolsinha, no intuito de se relacionar com os outros. Assim que o coloquei na trilha das tartarugas lameadas, o filhote seguinte mordeu-lhe a pata, enquanto que o da frente deu meia-volta e comeu parte de sua cabeça, tal qual o comercial das tortuguitas. Estúpida? Sim! Acordei com o coração acelerado e com a certeza de que eu não veria mais os filhotes. Talvez em um novo pesadelo.
*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Twitter: @maryellenfsm
Em junho de 2018
Estou magoada e ponto final. A partida tinha data e hora marcada, só não fui informada. E mais uma vez eu me senti como aquela menina que fora obrigada a dar sua boneca Xuxinha para a prima mais nova. Contudo, dessa vez, nem pude me despedir como fizera com o brinquedo.
Aquele dia foi extremamente cansativo. Cuidei dos afazeres domésticos e me debrucei nos textos do Resenhando.com. Desde abril estava elencando -com detalhes- os 40 motivos para assistir "Grease - Nos Tempos da Brilhantina" e, por um erro ainda não identificado, a lista prontinha, desapareceu completamente do sistema e não tinha cópia. Chorei? Não, mas faltou pouco. No entanto, quando se tem apreço por algo, o texto flui. Trabalho refeito.
Ainda de noite, assim que meu marido chegou, fomos antecipar o pagamento das contas que venceriam nos próximos dias, completamos o tanque do carro e comemos uma pizza deliciosa de frango e catupiry. Eis que o momento do choque estava por vir. Já na cama, lendo o livro "Black Dog: Os Sonhos de Paul Nash", de Dave McKean, conferi o WhatsApp -que deveria mudar de nome para "Amostrinha do Inferno".
Tinha uma mensagem da minha mãe. Abri, vi as fotos, li e reli. Permaneci incrédula até que decidi repassar a meu marido a informação: Os filhotes das tartarugas já tinham sido doados para a pessoa interessada. O combinado não era esse. Fui dormir pensando naquilo e no último domingo em que estive com as miudezinhas que a natureza havia enviado, sendo que eu planejava comprar um ouriço para cuidar e chamar de meu.
Os filhotes de tartarugas passeavam em meu pensamento. Fatalmente, tive um pesadelo. Durante a visita a uma casa cheia de lama e com muitas, muitas tartarugas andando apenas pelos cantinhos, decidi tirar o filhotinho que carregava comigo, dentro de uma bolsinha, no intuito de se relacionar com os outros. Assim que o coloquei na trilha das tartarugas lameadas, o filhote seguinte mordeu-lhe a pata, enquanto que o da frente deu meia-volta e comeu parte de sua cabeça, tal qual o comercial das tortuguitas. Estúpida? Sim! Acordei com o coração acelerado e com a certeza de que eu não veria mais os filhotes. Talvez em um novo pesadelo.
*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Twitter: @maryellenfsm
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