O espetáculo aborda aspectos desconhecidos ou pouco explorados de Dioniso – o deus da natureza, da transformação, do teatro - dada à complexidade paradoxal do mito grego. Como um deus da vegetação, ele mantém estreita relação com o sofrimento, a morte, a ressurreição e a iniciação, sendo dinâmico e soteriológico, isto é, trata da salvação humana.
Dioniso, filho de Zeus, foi morto duas vezes, rejeitado, enlouquecido e sobreviveu dentre todas as dificuldades que lhe foram impostas. Foi gerado na coxa de seu pai e não teve contato com o universo materno. Por isso busca nas mulheres esse materno perdido, seu feminino ferido. Como deus estrangeiro – aquele que vem de fora, ele se faz necessário, pois não faz distinção de cor, raça, gênero e condição entre as pessoas, que assim como ele, buscam ser reconhecidas.
Segundo a diretora, Patrícia Teixeira, “o espetáculo celebra a reedição do mito da cultura clássica grega - berço da civilização ocidental – propondo pontes com a nossa cultura, que tem em seu cerne, a presença do negro e do índio, valorizando o humano por meio do mito, independente das diferenças, modos e estilos culturais, que geram o preconceito, a intolerância e a falta de respeito”, completa Patrícia.
Ao eleger o mito de Dioniso, a Cia. Coexistir de Teatro busca um possível caminho para reflexão dos tempos atuais e traz como mote os seguintes questionamentos: “Como lidar com as nossas tragédias pessoais e sociais? Transformamos, sucumbimos? Como reconhecer o que já está incluído?”.
O espectador será convidado a rever a forma como lida com suas tragédias, a entender que ser é ser com o outro, e que é preciso morrer para germinar. Esse é o movimento constante da vida, que a todo instante nos leva a revermos o que somos e o que também queremos ser.
Cia. Coexistir de Teatro
Fundada pela diretora Patrícia Teixeira em 2005, a Cia. Coexistir de Teatro enxerga o teatro enquanto espaço de coexistência entre mito, psique e história por meio de um processo artístico-psicopedagogico, que se utiliza de ideias da estética do teatro pós-dramático, a partir de uma leitura junguiana (Jung - fundador da psicologia analítica). A Companhia ganhou menção honrosa pela participação no Concurso Prêmio Nacional de Boas Práticas, promovido pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), com o projeto “Teatro Intra-muros - uma proposta artístico-psico-pedagógiga – uma forma de liberdade psíquica no cárcere”, iniciado em 2005.
Ficha Técnica
Dramaturgia e Direção Geral: Patrícia Teixeira
Atores-criadores: Diego Garcias, Fellipe Defall, Flavia Santtos, Guilherme Ribeiro, Janaína Reis, Patricia Britto, Patrícia Castilho, Roberto Farias, Sandra Crobelatti, Thais Galdino e Thayara Cristine.
Figurino e Adereços: Gislaine Oliveira
Iluminação: Beato Ten Prenafeta
Coreografias: Criação coletiva Cia. Coexistir.
Preparação do elenco: colaboradores: Marcos Callia - Laboratório dos Sonhos e Imaginação Ativa; Leandro Dona (1ª Fase), Thais Galdino (2ª Fase) e Mainá Santana (3ª Fase) preparação corporal.
Técnica de Som: Talita Alecrim
Produção: Amanda Leones - VERSA
Serviço
Espetáculo "Dioniso – A Vida Indestrutível" (Cia. Coexistir de Teatro)
Local: Oficinas Culturais Oswald Andrade
Endereço: rua Três Rios, 363 – Bom Retiro, São Paulo - SP
Temporada: 8 a 30 de junho de 2018
Hora: sextas-feiras às 20h30, Sábados às 18h00
Entrada: gratuita – retirar ingressos com uma hora de antecedência
Lotação: 30 lugares
Duração: 1h20 minutos
Classificação: 16 anos
Depoimento Patrícia Teixeira (diretora):
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