Por Luiz Gomes Otero*, em maio de 2018.
Trinta anos depois de iniciar sua carreira, Krauss fez seu disco mais especificamente country até o momento. "Windy City " é um tributo polido e cuidadosamente elaborado para os sons dos anos 50 e 60, com uma música que fundia a honestidade emocional e a narrativa pessoal do país (Estados Unidos) com uma produção suave e sofisticada, dominada por pianos e cordas.
O set list foi elaborado a partir de padrões antigos, em vez de composições contemporâneas. O produtor Buddy Cannon projetou "Windy City" como uma vitrine para a vocalista Alison Krauss, com seu trabalho de violino aparecendo em apenas uma faixa. Números como "Losing You", "You Don´t Know Me" e a faixa-título seguem o lado clássico do chamado "Nashville sound", representado pela cantora Patsy Cline.
Mesmo quando a música assume uma abordagem mais ambiciosa em "Poison Love" e "It's Goodbye and So Long to You", a produção e os arranjos de Cannon foram inspirados pelos sons do passado. Se a música bluegrass de Alison Krauss sempre soou contemporânea em sua abordagem, "Windy City" representa o som dela avançando para o passado.
E ela acertou a revisitar o passado. A produção de Cannon favoreceu o alcance emocional da voz de Krauss. Ela traz uma paixão calorosa e sutil para músicas como "Gentle on My Mind" e "You Don't Know Me" que faz você esquecer brevemente as gravações definitivas desses clássicos. Resta saber se a "Windy City" é um breve desvio criativo para Alison Krauss ou a primeira experiência de uma nova direção criativa. Uma experiência muito rica e satisfatória para os ouvintes, por sinal.
"You Don´t Know Me"
"Windy City"
"Losing You"
*Luiz Gomes Otero é jornalista formado em 1987 pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Trabalhou no jornal A Tribuna de 1996 a 2011 e atualmente é assessor de imprensa e colaborador dos sites Juicy Santos, Lérias e Lixos e Resenhando.com. Criou a página no Facebook Musicalidades, que agrega os textos escritos por ele.
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