De acordo com o levantamento, 26% dos entrevistados consideraram o ensino médio das escolas públicas como ruim ou péssimo, em 2017. Há cinco anos, o índice era de 15%.
Além disso, apenas 12% dos brasileiros acreditam que os estudantes do ensino médio das escolas públicas estão bem preparados para ingressar no mercado de trabalho. Por outro lado, 23% da população diz que este grupo está despreparado para o ambiente profissional.
Em análise à pesquisa, o diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Rafael Lucchesi, acredita que os dados podem servir de parâmetro para uma possível cobrança da sociedade por uma educação mais qualificada.
“Essa percepção da sociedade vai estabelecer o nível de cobrança das autoridades dos governantes e uma pressão maior que vai se fazer por parte da sociedade com relação à educação no país”, disse.
Lucchesi afirma ainda que, “outra percepção da sociedade é que os recursos são mal administrados. É que não há uma escassez dos recursos. O que existe e uma má administração dos recursos”, completou.
Apesar de uma diferença menor, a avaliação sobre as escolas particulares também teve análise negativa. O índice de quem declarava o ensino nessa categoria como ótimo ou bom diminuiu de 76% para 64%, nos quatro anos analisados.
Na avaliação da coordenadora de projetos do Todos Pela Educação, Vanessa Souto, o quadro educacional do país só vai melhorar se houver um empenho maior dos representantes políticos em relação ao setor.
“Para que de fato haja uma melhoria na qualidade da educação, é importante que ela seja uma prioridade política e seja pensada de forma estratégica para termos uma mudança, inclusive, atingirmos patamares maiores de desenvolvimento”, destaca a especialista.
O deputado federal Caio Narcio (PSDB-MG), titular da Comissão de Educação na Câmara dos Deputados, também aponta a falta de gestão como pilar da insatisfação da sociedade com a educação do país.
“A alfabetização é uma alavanca fundamental para poder propiciar a educação básica, a leitura e a matemática são esforços que podem auxiliar. Mas, na verdade, o que precisa e ainda falta muito na educação é gestão, para gastar menos com o que não precisa e mais com o que é essencial”, afirma o parlamentar.
A pesquisa encaminhada pela CNI com o Todos Pela Educação ouviu foi duas mil pessoas em 126 municípios, entre 15 e 20 de setembro de 2017. O levantamento foi feito pelo Ibope Inteligência.
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