A jornalista paulistana, tem um trabalho dedicado aos refugiados de Belo Monte, e o engenheiro, ativista e fotógrafo pernambucano é realizador de "São Francisco Submerso", um dos projetos selecionados pelo Rumos Itaú Cultural (2015-2016), por meio do qual mapeou cidades inundadas pela transposição do rio.
Nesta quarta-feira, 18 de abril, às 20h, acontece no Itaú Cultural a edição de abril do "Brechas Urbanas". Neste mês, o encontro aborda o tema "Cidades Esquecidas, Inventadas e Recriadas" propondo o debate acerca de como sobrevivem as populações, sua cultura e produção artística, quando obrigadas, por razões econômicas, sociais ou naturais a migrarem para outro lugar, abandonando seu local de origem.
Dois convidados com trabalhos que dialogam intensamente com a temática foram selecionados para falar a respeito. Um deles é a escritora, jornalista e documentarista Eliane Brum, idealizadora do projeto "Refugiados de Belo Monte". Por meio de uma campanha feita no Catarse em 2016, arrecadou os fundos necessários para construção da "Clínica de Cuidado", visando o atendimento à saúde mental da população ribeirinha atingida pela construção da usina hidroelétrica que dá nome ao projeto.
Belo Monte, situa-se na bacia do Rio Xingu, próximo ao município de Altamira, no sudoeste do estado Pará, e esta ferramenta busca dar atenção e atendimento psíquico a seus habitantes, que, em curto espaço de tempo, perderam as referências fundamentais de organização e funcionamento de suas vidas. O projeto está disponível no link: https://www.catarse.me/refugiadosdebelomonte.
O outro convidado é o engenheiro, ativista e fotógrafo Luiz Netto. Contemplado pelo edital "Rumos Itaú Cultural" (2015-2016), ele fotografou as ruinas de cidades submersas pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), fundada durante o Estado Novo, e responsável pela construção de usinas no nordeste do país. A área explorada pelo fotógrafo é conhecida como Lago de Itaparica. Ela abrange, de acordo com o descritivo do projeto disponível no site do Itaú Cultural, 150 quilômetros e cobre uma superfície de 83.400 hectares dos estados da Bahia e de Pernambuco, causando impacto em cerca de 11 mil famílias, realocadas em novas cidades.
Como de costume, o "Brechas Urbanas" será mediado pela jornalista Natalia Garcia. Ao final do evento haverá, na Sala Multiúso, a venda dos livros de Eliane Brum.
Sobre o "Brechas Urbanas"
O "Brechas Urbanas" foi criado a partir da aposta do Itaú Cultural de que é cada vez mais urgente repensar a vida nas cidades, tendo a arte como elemento transformador potente nesta reflexão. “Essa pesquisa proporcionada pelos encontros nos move a propor inovações no mundo contemporâneo”, acredita Ana de Fátima Sousa, gerente do Núcleo de Comunicação do Itaú Cultural, que também assina a curadoria da programação.
Para Natália Garcia, do Cidades para Pessoas, que interpreta e experimenta ideias para cidades mais humanas, a ideia é fazer dos encontros um espaço para debater o que está por ser inventado e por ser criado dentro das ações na cidade. “Por isso convidamos artistas que estão envolvidos com essas criações e com essas ações na prática, fora da academia”, explica.
"Brechas Urbanas" tem a proposta de reunir mensalmente representantes de diversas áreas da arte e da cultura para fazer uma reflexão atual e propositiva sobre a vida na cidade. Além da transmissão ao vivo do programa, também com interpretação em Libras, o Itaú Cultural disponibiliza todos os eventos do gênero já realizados no CANAL – área do site do instituto voltada para conteúdos audiovisuais e multiplataformas – no endereço www.itaucultural.org.br/explore/canal.
Sobre os participantes
Eliane Brum
É escritora, jornalista e documentarista. Trabalhou por 11 anos no jornal Zero Hora, de Porto Alegre, e por 10 anos na revista Época, em São Paulo, como repórter especial. Desde 2010 tornou-se freelancer, dedicando-se a grandes reportagens, livros e documentários. Ganhou mais de 40 prêmios de reportagem nacionais e internacionais, entre eles Vladimir Herzog, Esso e Rei da Espanha. Publicou cinco livros de não-ficção: "Coluna Prestes, o Avesso da Lenda" (1994, Prêmio Açorianos de autora-revelação) , "A Vida Que Ninguém Vê" (Prêmio Jabuti de 2007), "O Olho da Rua" (2008, reeditado em 2017), "A Menina Quebrada" (2013, Prêmio Açorianos de melhor livro do ano) e "Meus desacontecimentos" (2014). Também publicou o romance "Uma Duas" (2011, finalista do Prêmio São Paulo de Literatura e do Prêmio Portugal Telecom de Literatura). Assina a direção e o roteiro de quatro documentários: "Uma História Severina" (2005, ganhador de 17 prêmios), "Gretchen Filme Estrada" (2010), "Laerte-se" (2017) e "Eu+1 - uma jornada de saúde mental na Amazônia" (2017). Atualmente, assina uma coluna quinzenal no jornal El País, publicada em português e espanhol, e é colaboradora do jornal britânico The Guardian.
Luiz Netto
Engenheiro Eletrônico formado pela Universidade Federal de Pernambuco, Mestre em Engenharia Elétrica pela mesma universidade. Membro do Project Management Institute (PMI) dos Estados Unidos e certificado Project Management Professional (PMP) pelo mesmo instituto. Membro da Associação dos Fotógrafos de Natureza - AFNATURA e da Associação de Fotógrafos e Cinegrafistas Fototech. Já lançou o livro fotográfico Expedição Pernambuco – O Leão do Norte e atualmente se dedica aos demais volumes da Coleção EcoExpedições e ao projeto São Francisco Submerso, trabalho de mapeamento e registro fotográfico das ruínas das antigas cidades submersas pelas hidroelétricas no Rio São Francisco, pelo qual recebeu o Prêmio Arte & Patrimônio do Iphan.
Natalia Garcia
Ela utiliza o jornalismo como ferramenta para investigar cidades. É criadora da comunidade Cidades para Pessoas, representa a embaixada brasileira da rede global de Urban Maker Pakhuis, de Zwijger, é mediadora do Brechas Urbanas (Itaú Cultural), já expôs seu trabalho no Instituto Amani, TEDx, revista Superinteressante, Instituto Goethe, SP Urbanismo, Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Fiat, entre outros. Em todos esses trabalhos, Natália se dedica a investigar, comunicar e implementar ações práticas que melhorem a vida no planeta.
Serviço:
"Brechas Urbanas - Cidades Esquecidas, Inventadas e Recriadas"
Nesta quarta-feira, dia 18 de abril, às 20h
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: livre
Sala Multiúso
Piso 2 – 100 lugares
Entrada gratuita
Distribuição de ingressos:
Público preferencial: duas horas antes do evento | com direito a um acompanhante
Público não preferencial: uma hora antes do evento | um ingresso por pessoa
Interpretação em Libras
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô
Telefones: 11. 2168-1776/1777
Acesso para pessoas com deficiência física
Ar condicionado
Estacionamento: entrada pela Rua Leôncio de Carvalho.
Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural: 3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 12 Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.
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