Por Luiz Gomes Otero*, em março de 2018.
A produção é de Thiago Marques Luiz, que já trabalhou em “Janelas do Brasil”, um recente trabalho da cantora. Amelinha é acompanhada pelos músicos Caio Lopes (bateria), Fabá Jimenez (guitarra e violão), Ricardo Prado (teclado, baixo e sanfona) e Estevan Sincovitz (guitarra, violões e baixo), diretor musical do álbum.
Para o repertório foram escolhidos clássicos como "Alucinação", "A Palo Seco", "Paralelas" e também músicas menos conhecidas, como "Passeio" e "Incêndio".
Em todas as releituras há uma forte carga de emoção na interpretação de Amelinha. E não poderia ser diferente. A faixa escolhida como título do disco – "De Primeira Grandeza" – por exemplo, tem uma história ligada diretamente com a cantora. Belchior chegou a pedir que ela gravasse a canção, lançada em 1987. Mas, por conta de uma série de contratempos, ela não conseguiu concretizar a gravação, que agora acabou sendo realizada.
Além de serem conterrâneos, Belchior e Amelinha eram grandes amigos. Uma amizade que surgiu no início da carreira de ambos. Vivenciaram carreiras musicais em paralelo, mas sempre mantendo uma proximidade nos contatos. Por isso, creio que o tom emocional acabou sendo inevitável.
Gostei muito de ouvir as versões de "Na Hora do Almoço", "Comentário a Respeito de John" e "Mucuripe" na cândida voz de Amelinha. Aliás, o álbum todo é de extremo bom gosto, com produção caprichada, no ponto exato da delicadeza da obra de Belchior. De primeira grandeza, com toda certeza.
"Alucinação"
"Comentário a respeito de John"
"Na Hora do Almoço"
*Luiz Gomes Otero é jornalista formado em 1987 pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Trabalhou no jornal A Tribuna de 1996 a 2011 e atualmente é assessor de imprensa e colaborador dos sites Juicy Santos, Lérias e Lixos e Resenhando.com. Criou a página no Facebook Musicalidades, que agrega os textos escritos por ele.
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